Sempre os outros

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

Quando o país se estarrecia com a desculpa do governador Flávio Dino (PCdoB) de que o gaiolão de Barra do Corda era culpa da gestão anterior do Governo do Estado, mesmo ele já estando mil dias à frente do governo, eis que o comunista resolve sair com mais pérolas do anedotário de sua gestão, responsabilizando terceiros por outras questões de sua responsabilidade.
Na tarde de quinta-feira, internautas questionaram dele por que a maternidade da Cidade Operária nunca foi construída. Seu perfil de internet fez questão de responder, a jato, que “a responsabilidade pela obra é da prefeitura de São Luís”, expondo, sem constrangimento, a culpa do próprio aliado Edivaldo Júnior (PDT).
Horas depois, por volta das 20h, uma banca de comida explodiu na Lagoa da Jansen, ferindo mãe e crianças que se divertiam no Dia das crianças. A comunicação dinista fez questão de cronometrar até os minutos, para dizer que a festa ocorrida ali, organizada pelo governo durou de hora x a y, como se isso isentasse o governo das responsabilidades inerentes ao caso.
Mas Flávio Dino nunca erra, não é responsável por nada quando se trata de erro, e está ungido apenas para corrigir problemas. Essa é a premissa básica com que dormem e acordam os “súditos” do governador, que batem continência e devem obediência diária ao que ele diz.
O Maranhão, no entanto, não é composto apenas dos súditos do governador comunista. Há os que observam as falhas da gestão; há os que sabem onde ele errou e até onde ele pode ir para encobrir seus erros.
Cercado no Palácio dos Leões por um grupo que só diz o que ele quer ouvir, Flávio Dino vai comandando o Maranhão. Mas o mundo real é o mundo do gaiolão de Barra do Corda, do acidente na Lagoa da Jansen e das cobranças por melhor oferta de serviços públicos. E essa responsabilidade, Flávio Dino não pode delegar aos outros.

Perdidos
As várias versões para explicar a gaiola de Barra do Corda apenas evidenciaram que o governo Dino está perdido em suas argumentações.
Com mil dias de governo, o comunista sabe que só ele é responsável pelo que ocorreu no Maranhão ente 2015 até agora.
O gaiolão é, portanto, absoluta e irrestrita responsabilidade do seu governo, goste ou não o inquilino do Palácio dos Leões.

Água fria
Flávio Dino não está mentindo ao responsabilizar a gestão de Edivaldo Júnior pela não construção da Maternidade da Cidade Operária.
Ele apenas mostrou o lado “eu sou eu” ao expor um dos aliados mais fiéis que ele tem em todo o Maranhão.
E justo agora, quando o prefeito começar a respirar, com especulações até de participação nas eleições de 2018.

Crise
Um grupo de deputados federais começou a agir para evitar mais disse-me-disse sobre a crise envolvendo a bancada maranhense.
A ideia é reunir todos na terça-feira, 17, para avaliar os estragos e encontrar uma forma de se fumar o cachimbo da paz.
O problema é que os deputados envolvidos querem, agora, descobrir quem foi o autor do vazamento das mensagens do grupo, o que, fatalmente, abrirá outra crise.

Ofuscada
A crise do gaiolão de Barra do Corda ofuscou o desgaste do governo comunista causado pela revelação de que obras importantes para São Luís foram engavetadas sumariamente.
O pior é que todas essas obras já tinham recursos disponíveis e projetos aprovados no programa de financiamento do BNDES.
Os deputados da oposição na Assembleia Legislativa prometem retomar o assunto na Casa a partir da semana que vem.

Hibernando
Dois personagens de peso nas eleições de 2016, em São Luís, estão vivendo uma espécie de período sabático neste 2017.
Ex-vereador Fábio Câmara (PMDB) exilou-se em Brasília desde a derrota na disputa pela Prefeitura de São Luís, tentando recuperar-se para 2018.
Também em Brasília, o ex-vereador Paulo Roberto Pinto, o Carioca, busca recompor seus projetos e encontrar um rumo partidário.

Outro caminho
Totalmente distante da política desde as eleições de 2012, o ex-prefeito Tadeu Palácio dedica-se hoje ao empresariado.
Ele é sócio de uma das clínicas do setor oftalmológico reconhecidas e certificadas internacionalmente.
Mas, ainda que sonhasse voltar à política, Palácio enfrentaria a Lei da Ficha, que o tornou inelegível.

DE OLHO

R$ 1 MILHÃO Foi quanto o governo passado deixou para o governo comunista reformar e modenizar o quartel da Polícia Militar de Barra do Corda, o que nunca ocorreu

E MAIS

• Alçado à condição de homem forte da Prefeitura quando assumiu a Secretaria de Governo, o atual titular da Saúde, Lula Fylho, começa a enfrentar as dificuldades políticas do cargo.

• Diante de todo o escândalo que marcou sua construção, o Hospital de Traumatologia entregue pelo governo comunista não teve a repercussão esperada

• Conselheiros do Palácio dos Leões têm orientado o vice-governador Carlos Brandão a tentar tumultuar a vida do PSDB com ações na Justiça para tentar manter o controle.

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