Independência

Premiê espanhol enfrenta crise após referendo na Catalunha

Mariano Rajoy planeja coordenar próximos passos com líder opositor; governo da Catalunha diz que 90% votaram a favor da independência

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

MADRI - O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, está enfrentando a maior crise constitucional do país em décadas após o referendo de independência realizado na Catalunha em meio a cenas de violência no domingo, que abriu as portas para a região mais rica da Espanha decretar uma separação possivelmente ainda nesta semana.

As ruas de Barcelona, a capital catalã, estavam tranquilas nesta segunda-feira, mas os editoriais dos jornais disseram que o referendo, no qual as autoridades regionais afirmaram que 90% dos eleitores escolheram a secessão da Espanha, preparou o terreno para um confronto decisivo entre Madri e a região.

"Tudo poderia piorar", disse o jornal catalão moderado La Vanguardia em seu editorial depois de a polícia espanhola ter usado cassetetes e balas de borracha para tentar impedir a votação, que o governo de Madri declarou ilegal. As autoridades da Catalunha disseram que 893 pessoas ficaram feridas. "Estamos entrando em uma fase de greves e protestos de rua... e com mais movimento, (há) mais repressão".

Economia

A Catalunha é um centro industrial e turístico que representa um quinto da economia espanhola, uma base de produção para grandes multinacionais como Volkswagen e Nestlé e sede do porto marítimo que mais cresce na Europa. Embora já desfrute de grande autonomia, seus impostos são cruciais para o orçamento central da Espanha.

O líder regional da Catalunha, Carles Puigdemont, declarou no domingo, 1º, que os eleitores conquistaram o direito à independência e que apresentará os resultados ao Parlamento da região, que tem poder para solicitar uma moção de independência.

O referendo não tem validade legal, já que foi proibido pelo governo de Madri e pelo Tribunal Constitucional por violar a Constituição de 1978, que afirma que o país não pode ser dividido, e há pouco sinal de apoio à separação catalã em qualquer outra parte da Espanha.

Investigação

A Catalunha irá criar uma comissão especial para investigar alegações de abuso pela polícia espanhola durante o referendo de independência no domingo (1º), depois que mais de 800 pessoas ficaram feridas, disse o líder da região, Carles Puigdemont, ontem.

Milhares de policiais espanhóis foram enviados à região para evitar a votação de independência, que foi considerada ilegal pela Justiça.Cenas de violência causadas por táticas violentas por parte das forças de segurança receberam condenação internacional.

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