MADRI - O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, está enfrentando a maior crise constitucional do país em décadas após o referendo de independência realizado na Catalunha em meio a cenas de violência no domingo, que abriu as portas para a região mais rica da Espanha decretar uma separação possivelmente ainda nesta semana.
As ruas de Barcelona, a capital catalã, estavam tranquilas nesta segunda-feira, mas os editoriais dos jornais disseram que o referendo, no qual as autoridades regionais afirmaram que 90% dos eleitores escolheram a secessão da Espanha, preparou o terreno para um confronto decisivo entre Madri e a região.
"Tudo poderia piorar", disse o jornal catalão moderado La Vanguardia em seu editorial depois de a polícia espanhola ter usado cassetetes e balas de borracha para tentar impedir a votação, que o governo de Madri declarou ilegal. As autoridades da Catalunha disseram que 893 pessoas ficaram feridas. "Estamos entrando em uma fase de greves e protestos de rua... e com mais movimento, (há) mais repressão".
Economia
A Catalunha é um centro industrial e turístico que representa um quinto da economia espanhola, uma base de produção para grandes multinacionais como Volkswagen e Nestlé e sede do porto marítimo que mais cresce na Europa. Embora já desfrute de grande autonomia, seus impostos são cruciais para o orçamento central da Espanha.
O líder regional da Catalunha, Carles Puigdemont, declarou no domingo, 1º, que os eleitores conquistaram o direito à independência e que apresentará os resultados ao Parlamento da região, que tem poder para solicitar uma moção de independência.
O referendo não tem validade legal, já que foi proibido pelo governo de Madri e pelo Tribunal Constitucional por violar a Constituição de 1978, que afirma que o país não pode ser dividido, e há pouco sinal de apoio à separação catalã em qualquer outra parte da Espanha.
Investigação
A Catalunha irá criar uma comissão especial para investigar alegações de abuso pela polícia espanhola durante o referendo de independência no domingo (1º), depois que mais de 800 pessoas ficaram feridas, disse o líder da região, Carles Puigdemont, ontem.
Milhares de policiais espanhóis foram enviados à região para evitar a votação de independência, que foi considerada ilegal pela Justiça.Cenas de violência causadas por táticas violentas por parte das forças de segurança receberam condenação internacional.
Saiba Mais
- Referendo do Brexit custou mais de R$ 600 milhões ao Reino Unido
- Premiê espanhol propõe referendo para maior autonomia catalã
- Governo espanhol pede esclarecimento sobre independência da Catalunha
- Rei da Espanha diz que líderes catalães violaram leis e Estado
- Governo espanhol insiste que referendo não irá ocorrer
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.