Tensão

Coreia do Norte ameaça ''afundar'' Japão e reduzir EUA a ''cinzas''

Agência norte-coreana pediu a dissolução do Conselho de Segurança da ONU, que aprovou novas sanções recentemente; os dois países apoiaram as medidas contra o governo asiático

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
O governo do líder norte-coreno Kim Jong Un ameaça o Japão e os EUA
O governo do líder norte-coreno Kim Jong Un ameaça o Japão e os EUA ( O governo do líder norte-coreno Kim Jong Un ameaça o Japão e os EUA)

PYONGYANG - Uma agência estatal afirmou que a Coreia do Norte ameaçou ontem usar armas nucleares para "afundar" o Japão e reduzir os Estados Unidos a "cinzas e escuridão" por apoiar uma resolução e sanções do Conselho de Segurança da das Nações Unidas (ONU) contra o mais recente teste nuclear do regime norte-coreano, segundo a Reuters.

O Comitê da Coreia para a Paz na Ásia-Pacífico, que lida com os laços externos e propaganda da Coreia do Norte, também pediu pela dissolução do Conselho de Segurança, que chamou de uma "ferramenta do mal" constituída por países "subornados" que avançam sob ordem dos Estados Unidos.

"O Conselho de Segurança da ONU é composto por países sem princípios e, em consequência, uma ferramenta tão inútil deve ser dissolvida imediatamente", diz o comunicado da Coreia do Norte.

"As quatro ilhas do arquipélago devem ser afundadas no mar por uma bomba nuclear do Juche. O Japão não é mais necessário para existir perto de nós", disse o comitê, em comunicado divulgado pela agência de notícias estatal norte-coreana.

O Juche é a ideologia governista da Coreia do Norte que mistura marxismo com uma forma de nacionalismo isolado pregado pelo fundador do Estado, Kim Il Sung, avô do atual líder norte-coreano, Kim Jong Un, ainda de acordo com a Reuters.

Novas sanções

O Conselho de Segurança da Organização impôs, por unanimidade, a proibição das exportações de produtos têxteis do país e limitou as importações de petróleo em 11 de setembro.

As novas sanções são uma resposta ao sexto e mais poderoso teste nuclear do país dos últimos 11 anos, ocorrido em 3 de setembro, que marca mais um capítulo na escalada de tensão na região. Segundo o governo da Coreia do Norte, o teste com uma bomba de hidrogênio, que pode ser carregada no novo míssil balístico intercontinental, foi 'bem-sucedido'.

Preocupada com a situação na região, a comunidade internacional condena as ações e considera os programas nuclear e balístico da Coreia do Norte violações contra as resoluções da ONU. Face às novas sanções, o governo norte-coreano ameaçou acelerar os programas nucleares do país.

A China, único aliado real do regime, pressiona o governo econômica e diplomaticamente a se desarmar. Porém, os Estados Unidos não descartam usar a força militar contra o regime depois que a Coreia do Norte ameaçou atacar o território americano de Guam (uma ilha no Pacífico em que os americanos mantêm uma base militar) e o Japão.

Coreia do Sul

O governo sul-coreano também foi alvo das ameaças. A nação está sendo chamada de “traidores” e “cachorros dos Estados Unidos” ao pedir sanções mais duras para seus "compatriotas".

"O grupo de traidores pró-americanos deve ser severamente punido e liquidado com um ataque de fogo para que eles não possam sobreviver. Só então, a nação coreana poderá prosperar em um território unificado", afirmou o comitê norte-coreano.

Resistência sul-coreana

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, afirmou à CNN ontem que é contra o desenvolvimento de armas nucleares em seu país apesar das constantes ameaças nucleares da vizinha, Coreia do Norte.

"Responder à Coreia do Norte desenvolvendo nossas próprias armas nucleares não manterá a paz na Península da Coreia e poderia levar a uma corrida armamentista no nordeste da Ásia", afirmou Moon em sua primeira entrevista televisiva após o sexto teste nuclear de Pyongyang.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.