Governo

Legisladores do Paquistão elegem novo primeiro-ministro

Seu mandato, no entanto, deve ser curto, pois o ex-premiê Nawaz Sharif designou seu irmão como seu sucessor político

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36

PAQUISTÃO - Os legisladores paquistaneses elegeram, ontem, o ex-ministro do Petróleo Shahid Khaqan Abbasi como primeiro-ministro do país.

Ele substitui o então primeiro-ministro, Nawaz Sharif, que renunciou depois da decisão da Corte Suprema do país de desabilitá-lo por corrupção na última sexta-feira,28.

Abbasi, que era o grande favorito, obteve o apoio de Sharif e de seu partido, a Liga Muçulmana do Paquistão-N (PML-N), majoritário no Parlamento, com 221 votos a favor, muitos mais que os 172 necessários. Desde as eleições de 2013, o partido de Sharif possui sólida maioria no Parlamento.

O partido de oposição Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), dividido, apresentou três candidatos diferentes, todos sem chances de vencer.

"Agradeço a todos que participaram neste processo democrático", declarou Abbasi. "Aqueles que votaram a favor, aqueles que foram contra. É o processo democrático. Também agradeço ao PML-N por ter me nomeado ao cargo. E, sobretudo, sou reconhecedor a Nawas Sharif", ressaltou.

Seu mandato, no entanto, deve ser curto, pois Sharif designou seu irmão Shahbaz como seu sucessor político.

De acordo com a Reuters, Shahbaz que atualmente governa a província de Punjab, precisa ganhar uma eleição parlamentar antes que outros legisladores possam indicá-lo como primeiro-ministro.

Instabilidade

Sharif não completou nenhum de seus três mandatos como chefe de governo. Em 1993, teve de renunciar, também por acusações de corrupção. Iniciado em 1997, seu segundo mandato se viu interrompido em 1999, após um golpe de Estado militar. Sharif ficou vários anos exilado na Arábia Saudita.

Nenhum premiê paquistanês chegou a completar um mandato de cinco anos. A maioria teve sua gestão interrompida pelo poder militar, ou pela Corte Suprema. Outros foram expulsos por seu próprio partido, forçados a renunciar, ou assassinados.

Esta é a segunda vez na história do Paquistão que um primeiro-ministro é destituído por intervenção do Supremo estando no cargo.

A primeira vez remonta a 2012, quando o tribunal condenou o então premiê, Raza Gilani, por obstrução da Justiça ao se negar a reabrir uma investigação por corrupção contra o presidente na época, Asif Zardari.

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