Meio ambiente

Em encontro com Trump, Macron promete discutir Acordo de Paris

Em coletiva, ontem, os dois presidentes também falaram sobre a situação na Síria e no Iraque, e afirmaram que vão orientar diplomatas para chegar a uma solução comum

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Donald Trump e Emmanuel Macron em coletiva de imprensa ontem
Donald Trump e Emmanuel Macron em coletiva de imprensa ontem ( Donald Trump e Emmanuel Macron em coletiva de imprensa ontem)

PARIS - Em entrevista coletiva com o presidente americano, Donald Trump, o mandatário francês Emmanuel Macron afirmou ontem que os dois vão continuar discutindo o Acordo de Paris, apesar das diferenças de postura de ambos os países.

"Respeito a decisão do presidente Trump. Desta forma, ele irá refletir e trabalhar de forma conveniente e que corresponde aos seus compromissos de campanha. Da minha parte, eu continuo comprometido com o Acordo de Paris", declarou o presidente francês em coletiva de imprensa no Palácio do Eliseu.

Em junho, o líder americano anunciou a saída dos EUA do acordo, que trata de mudanças climáticas, afirmando que o texto era desvantajoso para os americanos. Em relação ao comentário de Macron, Trump foi evasivo, e disse apenas que "algo poderá acontecer" a respeito do Acordo de Paris.

Estratégia para Síria e Iraque

A coletiva acontece após conversas entre os dois líderes no Palácio do Eliseu. Durante a entrevista, Macron também afirmou que ele e Trump vão estudar uma estratégia para a a Síria e para o Iraque.

"Sobre a situação Iraque-Síria, nós concordamos em continuar trabalhando juntos, particularmente na construção de um roteiro para o período pós-guerra", disse.

"Pedimos aos nossos diplomatas que trabalhem nessa direção, então nas próximas semanas uma iniciativa concreta poderá ser indicada pelo P5", afirmou Macron, se referindo aos cinco membros permentes do Conselho de Segurança da ONU, grupo do qual os EUA e a França fazem parte.

Os dois se encontraram ontem, em Paris. Esse é o primeiro compromisso oficial do líder norte-americano durante a visita de dois dias à França. Hoje acontece a festa nacional francesa e Trump é convidado de honra para a tradicional parada militar na Avenida Champs Élysées.

Cerimônia militar

Na manhã de ontem, os chefes de estado participaram da cerimônia militar de boas-vindas no Palácio dos Inválidos e visitam o túmulo do imperador Napoleão.

O avião presidencial americano, o Air Force One, pousou no aeroporto parisiense de Orly nesta manhã. Antes do início da agenda diplomática, Trump tinha previsto encontros com funcionários civis e militares americanos.

Sua esposa, Melania, muito elegante em um tailleur vermelho, visitou o hospital infantil Hospital Necker. Sorridente, ela falou em inglês e em francês com os pacientes e recebeu de presente um exemplar do livro "O Pequeno Príncipe", de Saint-Exupéry.

Na parte da tarde, ela se encontrou com Brigitte Macron, esposa do presidente francês, para uma visita à catedral de Notre-Dame e para um cruzeiro no rio Sena.

A agenda do casal presidencial americano termina com um jantar oferecido por Macron e sua mulher, Brigitte, no prestigioso restaurante localizado no segundo andar da Torre Eiffel.

Convidado controverso

A segurança foi reforçada na capital francesa para cumprir a agenda intensa de Trump. A visita do presidente americano divide opiniões na França. Alguns deputados dizem que Trump não representa os valores da Revolução Francesa e a queda da Bastilha, comemorados no 14 de julho, segundo a France Presse.

Com o convite, Macron, um centrista pró-europeu de 39 anos que assumiu a presidência francesa há apenas dois meses, espera iniciar uma relação privilegiada com o imprevisível presidente americano.

A presidência francesa afirma que Estados Unidos são aliados e que Trump veio a Paris para celebrar o centésimo aniversário do engajamento americano na Primeira Guerra Mundial - que coincide com o desfile militar na Champs Élysées.

Macron também explicou que França e Estados Unidos têm pontos de convergência essenciais. "A luta contra o terrorismo e a proteção de nossos interesses vitais. Seja no Oriente Médio ou na África, nossa cooperação com os Estados Unidos é exemplar", disse em uma entrevista ao jornal Ouest-France.

Crise nos EUA

A visita a Paris contribuirá para que o magnata republicano de 71 anos esqueça, ao menos por algumas horas, de seus problemas em Washington. O filho mais velho de Trump é acusado de ter contatos com pessoas supostamente ligadas ao governo russo durante a campanha eleitoral de 2016.

Na quarta-feira,12, o canal americano CNN divulgou um vídeo que mostra Donald Trump em um jantar há quatro anos com figuras-chave do caso sobre a suposta ingerência da Rússia nas eleições, segundo a France Presse. A possível influência da Rússia no processo eleitoral americano é investigado.

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