Favorito

Em comício, Moon Jae-In declara vitória em eleição para presidente na Coreia do Sul

Veterano da luta pelos Direitos Humanos, ele é favorável a uma aproximação com a Coreia do Norte; Moon é membro do Partido Democrático

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39

SEUL - "Construirei uma nova nação, uma grande Coreia. Serei com orgulho o presidente desse novo país", disse Moon em um comício perante seus seguidores. Com mais da metade das urnas apuradas, Moon teve 6,35 milhões de votos (39,5% do total), 2 milhões a mais que seu principal rival, o conservador Hong Joon-pyo (26,3%).

Hong se limitou a dizer que "aceitava o resultado das eleições", da mesma forma que o centrista Ahn Cheol-soo, que foi terceiro colocado, durante seus respectivos atos na jornada eleitoral, acompanhados pela agência local de notícias Yonhap.

Veterano da luta pelos Direitos Humanos e membro do Partido Democrático (centro-esquerda), Moon é favorável a uma aproximação com a Coreia do Norte e já vinha aparecendo como grande favorito das eleições.

Uma pesquisa de boca de urna divulgada na manhã de ontem mostrou que ele tinha 41,4% das intenções de voto, contra 23,3% de Hong Jun-pyo, 21,8% de Ahn Cheol Soo, 7,1% de Yoo Seung-min e 5,9% de Shim Sang-jung.

A vitória de Moon, de 64 anos, permite uma alternância à frente do país após 10 anos de reinado dos conservadores. Sua eleição pode significar uma importante mudança de política em relação a Pyongyang e ao aliado e protetor americano.

As eleições presidenciais da Coreia do Sul são celebradas após a destituição da presidente Park Geun-Hye por um escândalo de corrupção (entenda o caso). As seções eleitorais abriram nesta terça-feira (9) às 6h locais (18h de segunda-feira em Brasília)

A Comissão Eleitoral Nacional (NEC) anunciou que a participação foi a mais alta em 20 anos, com 77,2% de comparecimento às urnas.

Ameaça do Norte

O futuro presidente terá muito o que fazer, como combater a desaceleração do crescimento, as desigualdades, a alta do desemprego e o estancamento dos salários.

Mas o próximo ocupante da "Casa Azul", a residência oficial da presidência, terá como principal desafio a ameaça da vizinha Coreia do Norte.

Em um momento em que alguns temem um sexto teste nuclear de Pyongyang, a tensão cresce devido ao caráter imprevisível do novo presidente americano, Donald Trump, que ameaça resolver a questão pela força.

A instalação de um escudo antimísseis americano na Coreia do Sul para enfrentar a ameaça norte-coreana provocou irritação na China, e Trump deixou seus aliados perplexos ao pedir a Seul que pague uma fatura de US$ 1 bilhão pelo dispositivo.

Rompendo com a linha dura em relação a Pyongyang defendida por Park, Moon deverá propor uma aproximação menos conflitiva com a Coreia do Norte e uma emancipação da tutela americana.

Impeachment de Park

Em dezembro de 2016, um escândalo de corrpução levou a Assembleia Nacional a destituir a então presidente Park Geun-Hye, o que acabou com sua imunidade e abriu caminho para uma investigação.

Sua queda em desgraça começou em meados de 2016, quando foi revelado que sua melhor amiga, Choi Soon-sil, que nunca ocupou nenhum cargo oficial, aproveitou sua influência para obter milhões de dólares de grandes empresas sul-coreanas. A ex-presidente nega todas as acusações e afirma que Choi traiu sua confiança.

Park foi presa no final de março, após um tribunal do distrito central de Seul emitir uma ordem de prisão por acusações de suborno, abuso de autoridade, coerção e vazamento de segredos governamentais após uma longa audiência.

Park é o terceiro ex-chefe de Estado da Coreia do Sul detido por um caso de corrupção. Chun Doo-Hwan e Roh Tae-Woo cumpriram penas de prisão nos anos 1990 por motivos similares. O ex-presidente Roh Moo-Hyun, eleito democraticamente, cometeu suicídio em 2009, quando ele e a família eram investigados por corrupção.

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