Sob investigação

Casos de corrupção são frequentes no Governo

De 2015 até a semana passada, casos como o de Simone Limeira, José Wellington, ‘Aluguel Camarada’ e aparelhamento na Seap, abalaram o Poder Executivo

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Policia Federação identificou organização na Seap
Policia Federação identificou organização na Seap (Delegados da Polícia Federal sobre Operação Turing)

SÃO LUÍS - Casos levantados por suspeita de corrupção têm sido recorrentes no Governo Flávio Dino (PCdoB). De maio de 2015, no primeiro ano de mandato do comunista, até a semana passada, quando a Polícia Federal (PF) desvendou a articulação de uma organização criminosa na Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), foram vários os escândalos no Executivo Estadual.

O primeiro deles envolveu José Wellington da Silva Leite, ex-assessor da pasta de Assuntos Políticos – que no ano passado foi fundida com a de Comunicação e que tem no comando o presidente do PCdoB no Maranhão -, Marcio Jerry.

A Polícia Civil encontrou em maio de 2015 um cheque de José Wellington em um dos cofres de propriedade do agiota Josival Cavalcanti, o Pacovan, durante uma operação contra o crime de agiotagem no estado.

José Wellington, que depois disso foi exonerado do Governo, atuava como Superintendente de Articulação Política do Executivo. Era auxiliar direto de Marcio Jerry.

Propina - Dois meses depois da apreensão da polícia no cofre de Pacovan e que atingiu auxiliar de primeiro escalão do Governo, outra forte denúncia de ato de corrupção abalou o Palácio dos Leões.

Na ocasião o líder indígena Uirauchene Soares, que liderava uma manifestação indígena contra o Governo do Estado por melhorias na educação, acusou a suplente de deputada estadual e assessora especial do governador Flávio Dino, Simone Limeira, de ter cobrado propina para a liberação de pagamento a uma empresa ligada a ele, e que prestava serviços de transporte escolar indígena na região de Grajaú.

Limeira, depois disso, pediu a exoneração do cargo e divulgou nota afirmando ter sido vítima de uma armação. Uirauchene chegou a mostrar o extrato de dois depósitos efetivados na conta de Limeira, que depois silenciou sobre o caso.

No ano passado, Simone Limeira foi candidata do PCdoB a prefeita do município de Grajaú. Apesar de ter recebido o apoio do governador Flávio Dino, ela perdeu o pleito.

Em 2016, outro caso de suspeita de corrupção, e que está sob a análise da Justiça Estadual, provocou desgaste ao Palácio dos Leões.

Trata-se do escândalo que ficou conhecido nacionalmente como “Aluguel Camarada”.

O governo Flávio Dino pagou religiosamente em dia R$ 9,5 mil por mês pelo aluguel de um imóvel na Aurora, pertencente a um membro do PCdoB. Até aquela ocasião mais de R$ 170 mil haviam sido pagos pelo aluguel. A casa foi alugada para abrigar uma unidade anexo da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) - subordinada à Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) -.

O prédio pertence a Jean Carlos Oliveira, filiado ao PCdoB desde março de 2013. Jean Carlos era também nomeado na Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) e havia cedido o local, em 2014, para funcionar de comitê político do PCdoB. No imóvel eram realizadas reuniões politicas e distribuídos materiais gráficos de Flávio Dino, então candidato a governador.

O caso ganhou destaque negativo em telejornais da TV Globo e fortes críticas por parte da oposição, principalmente após Marcio Jerry justificar o episódio como uma “coincidência”. Depois da repercussão, Jean Carlos foi exonerado do cargo e a população da Aurora exigiu a retirada da Funac da Aurora.

Saiba Mais

Na semana passada a Operação Turing, da Polícia Federal (PF), revelou a existência de uma organização criminosa, liderada por Danilo dos Santos Silva – agente da PF -, no âmbito da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap). Danilo, segundo a polícia e o Ministério Público Federal (MPF), aparelhava a Seap para fraudar licitações e desviar verbas públicas federais do BNDES e de convênio com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Danilo está preso.

Outro Lado

Governo se posiciona sobre casos suspeitos

Sobre a locação do imóvel na Aurora pela Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), a STC solicitou parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE), que consignou não ter havido ilegalidade e recomendou a demissão do funcionário público da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), por ausência de boa-fé, ao deixar de informar sobre a celebração do contrato à sua qualidade de funcionário público, embora não impedisse a contratação. Assim, tendo a Emap demitido o funcionário, não havia mais providência a ser reclamada pela STC.

Acerca dos fatos noticiados envolvendo os ex-servidores Simone Limeira e José Wellington Silva Leite, considerando não se ter vislumbrado relação destes e o exercício dos cargos públicos que ocupavam, não houve por parte da Secretaria de Transparência e Controle (STC) a instauração direta de procedimento disciplinar.

Quanto ao episódio envolvendo o ex-servidor Danilo dos Santos Silva, a STC aguarda a análise pelo Poder Judiciário de pedido de compartilhamento de informações e documentos, já formalizado pelo Estado, para decidir sobre as providências a serem tomadas.

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