Manifestação

Professores pressionam o governo sobre a MP 230

Na manhã de ontem eles promoveram uma manifestação, em frente ao Palácio dos Leões, contra as medidas tomadas pelo governador Flávio Dino que causou impacto nos vencimentos dos docentes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

SÃO LUÍS - Dezenas de professores da rede pública estadual de ensino fizeram um protesto na manhã de ontem, em frente ao Palácio dos Leões, para pressionar o governador Flávio Dino sobre as recentes medidas tomadas que impactaram diretamente o vencimento dos professores. Eles também se manifestaram contra a Reforma da Previdência, do presidente Michel Temer, que no último dia 21 retirou os servidores públicos estaduais do processo.

A manifestação começou na Praça Deodoro, e os envolvidos foram em caminhada até o palácio. Hoje, o principal alvo dos professores é a Medida Provisória nº 230/17, de autoria do governador Flávio Dino (PCdoB), que alterou o Estatuto do Magistério e garantiu reajuste de 8% sobre os vencimentos e a Gratificação por Atividade no Magistério (GAM), para quem ganha abaixo do piso, e somente sobre a GAM para as demais classes, que são a ampla maioria.

Com a medida, o governo se propõe pagar o reajuste de 2017 de 8%, em duas parcelas, incidindo sobre a Gratificação de Atividade de Magistério (GAM) e não sobre os vencimentos. Os professores da rede estadual não concordam com a aplicação do reajuste sobre a Gam e querem a correção em cima dos vencimentos de todos os níveis do magistério.

“Os professores estão mostrando sua força. Já estivemos na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), para denunciar a arbitrariedade de uma lei inconstitucional que foi a MP 230/2017, que congela o vencimento dos professores e dá apenas aumento sobre a GAM”, afirmou o professor Robyson dos Anjos.

Ele ainda destacou que a luta dos professores prosseguirá até que a categoria consiga o seu direito, que é o cumprimento integral do que diz o Estatuto do Magistério (Lei nº 9.860/2013). “A luta continua. Vamos vencer nos tribunais e nas ruas.Vamos desmascarar as mentiras do governador, as sua falácias”, ressaltou o professor.

Outros professores ainda destacaram a situação das escolas. A professora Conceição Mendonça indagou sobre os investimentos realizados pelo programa Escola Digna. “A criança tem o direito de ter uma escola digna de verdade e não de ter uma escola digna só no discurso. Onde estão os laboratórios de informática, o laboratório de ciências, o laboratório de línguas? indagou. "Lá na diretriz do ensino médio informa que tem tudo isso, mas só se for na escola digna da propaganda do governo”, afirmou.

A professora ainda destacou que a medida tomada pelo presidente Temer de transferir a responsabilidade sobre a reforma da previdência dos servidores públicos estaduais é, na verdade, um “jogo de empurra”, que irá retirar ainda mais direitos dos trabalhadores.

Nota da Seduc

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que o Governo do Maranhão concedeu recomposição salarial de 8% a todos os educadores do Subgrupo do Magistério da Educação Básica. A partir de maio, com o reajuste integral, que está sendo pago em duas parcelas, o Maranhão terá o maior salário docente da federação – R$ 5.384,26, pago ao professor de 40 horas em início de carreira, ultrapassando o Distrito Federal.

A Seduc reiterou ainda que, em 26 meses de gestão, o governador Flávio Dino reajustou em 22,05% a remuneração dos professores da Rede Estadual de Ensino, percentual superior à inflação do período que foi de 16,96%, valor superior também ao reajuste concedido por outros estados brasileiros. Informa ainda que o governo do estado concedeu outros benefícios como progressão, promoção, titulações e estímulos na carreira para quase 17 mil educadores; ampliação na jornada com salário proporcional; concurso público, e melhorias nas condições físicas das escolas estaduais. Até julho, metade das unidades escolares do estado terá passado por intervenções na estrutura.

Com relação ao Programa Escola Digna, o governo está avançando nas reformas e manutenções. Até o fim deste primeiro semestre chegará à marca de 574 escolas reformadas e reconstruídas ou que passaram por intervenções na estrutura física, o que representa metade das escolas estaduais. Um benefício para mais de 305 mil estudantes, em 199 municípios. Perfazendo um investimento de R$ 126 milhões para tornar o ambiente escolar mais agradável para professores e estudantes.

Uma ação do programa é a substituição de escolas de taipa, barro, palha ou em espaços inadequados por estruturas de alvenarias, que estão sendo entregues totalmente mobiliadas e prontas para receber os alunos em povoados que sequer possuíam rede de água potável e que, junto com a escola, o governo está levando poço para abastecer além da unidade escolar, a comunidade local. Até a próxima semana serão entregues, no total, 13 escolas, que beneficiarão 2,5 mil alunos.

Mais

Na última terça-feira, 21, os professores se reuniram com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Maranhão (OAB/MA), Thiago Diaz, para discutir a Medida Provisória (MP) nº 230/17.

Dessa reunião, Thiago Diaz decidiu pela criação da Comissão Especial de Defesa da Educação que atuará no estudo, nos debates e na defesa das causas inerentes ao sistema educacional maranhense. Por meio dessa comissão, a OAB/MA atuará como coparticipe da ação que tramita na Assembleia Legislativa sobre a MP, acompanhando o caso de perto.

Assista o vídeo:

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