Provocação

Merkel exige que Erdogan pare com comparações ao nazismo

Chefe de governo alemã diz que alegações feitas por presidente turco "têm que ter um fim". Berlim não vai admitir falta de consideração em relação ao sofrimento das vítimas do nazismo, afirma

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Erdogan fez um ataque pessoal a Merkel neste domingo, ao acusá-la de usar "medidas nazistas" contra os turcos.
Erdogan fez um ataque pessoal a Merkel neste domingo, ao acusá-la de usar "medidas nazistas" contra os turcos. (Ângela Merkel)

BERLIM - A chanceler federal alemã, Angela Merkel, exigiu ontem que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pare de fazer comparações nazistas relacionadas a ela.

"As comparações ao nazismo por parte da Turquia têm que ter um fim, e ponto", disse a chanceler federal. O governo alemão não vai admitir falta de consideração em relação às vítimas do nazismo, acrescentou Merkel.

A chefe de governo ressaltou que o Ministério do Exterior da Alemanha emitiu uma nota informando que comícios de políticos turcos no país só serão permitidos se respeitarem os princípios da Constituição alemã. Caso contrário, Berlim se considera no direito de avaliar a concessão de permissão para os eventos.

Erdogan fez um ataque pessoal a Merkel neste domingo, ao acusá-la de usar "medidas nazistas" contra os turcos.

Tensão Berlim-Ancara

A tensão entre os dois países tem aumentado desde que autoridades alemãs impediram ministros turcos de fazerem comícios a favor do referendo constitucional de 16 de abril, que pode dar maiores poderes a Erdogan. Cerca de 1,4 milhões de turcos na Alemanha estão aptos a votar na consulta popular.

"A Europa não deixa nossos ministros e deputados falarem, mas permitem a fala do PKK e da FETÖ", criticou Erdogan no domingo, em referência ao proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e ao movimento do clérigo Fethullah Gülen, que é acusado por Ancara de ter instigado o fracassado golpe de Estado de julho passado.

No começo do mês, o presidente turco já havia acusado as autoridades alemãs de usarem "práticas nazistas", quando reclamou contra a proibição de eventos de seus ministros no país.

Outro capítulo na tensão entre Berlim e Ancara é a prisão do jornalista turco-alemão Deniz Yücel, do jornal alemão Die Welt, por supostas ligações com o PKK. Erdogan afirmou que se trata de um agente terrorista, e o Ministério do Exterior da Alemanha considera as acusações absurdas.

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