Suprimir empregos pode ser um ''pecado gravíssimo'', diz papa Francisco
''O trabalho dá dignidade, os empresários e os líderes políticos têm a obrigação de fazer todo o possível para que todo homem e mulher possa trabalhar e caminhar com a cabeça erguida'', disse
VATICANO - O papa Francisco advertiu ontem a empresários e autoridades públicas que quem fecha fábricas e elimina empregos comete "um pecado gravíssimo".
"O trabalho dá dignidade, os empresários e os líderes políticos têm a obrigação de fazer todo o possível para que todo homem e mulher possa trabalhar e caminhar com a cabeça erguida, olhando nos olhos das pessoas", afirmou o Papa durante a tradicional audiência-geral de quarta-feira na Praça de São Pedro.
As palavras do papa, de improviso, foram dirigidas aos empregados da operadora de TV Sky Itália, que protestam contra a demissão de 200 pessoas e a transferência de outras 300, apesar de a empresa ter registrado lucros.
"Quem fecha fábricas e empresas para fazer negócios pouco claros e deixa pessoas sem emprego comete um pecado gravíssimo", afirmou em tom sério e fora do texto preparado.
"Penso de forma especial nos funcionários da Sky Itália e espero que sua situação trabalhista encontre uma solução rápida, respeitando os direitos de todos, especialmente o das famílias", acrescentou, em meio a aplausos.
Em várias ocasiões, o papa, muito sensível à questão do desemprego depois de ter vivido a crise econômica de sua Argentina natal em 2001, defendeu o que chamou de três T: trabalho, terra e teto e criticou o atual sistema econômico, que caiu "na idolatria do Deus dinheiro".
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