Eleições

TSE ouve outros três executivos na ação contra Dilma e Temer

Ex-diretores da Odebrecht foram ouvidos pelo ministro Herman Benjamim por terem citado encontros com os candidatos que serviram para arrecadação de dinheiro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Dilma e Temer já estão sendo investigados no TSE
Dilma e Temer já estão sendo investigados no TSE (Michel temer e Dilma)

BRASÍLIA - Nesta segunda-feira, 6, outros três delatores da Odebrecht foram ouvidos pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin, na ação que investiga a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer na campanha de 2014. Cláudio Melo Filho, Alexandrino Alencar e Hilberto Mascarenhas da Silva Filho foram ouvidos em Brasília, na sede da Corte Eleitoral.

Claudio Melo Filho revelou, em delação premiada que acabou vazando em dezembro de 2016, que em maio de 2014, quando Temer era vice-presidente, participou de um jantar no Palácio do Jaburu com Marcelo Odebrecht e Eliseu Padilha. Segundo o depoimento, Temer teria solicitado "direta e pessoalmente" a Marcelo Odebrecht apoio financeiro para as campanhas do PMDB em 2014.

"No jantar, acredito que considerando a importância do PMDB e a condição de possuir o vice-presidente da República como presidente do referido partido político, Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento no valor de R$ 10 milhões. Claramente, o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a dar mais peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião", diz o executivo.

Já Marcelo Odebrecht teria confirmado, em seu depoimento prestado no dia 1º de março ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o encontro com Michel Temer durante conversas sobre campanha de 2014. Contudo, o empresário teria negado que acertou com Temer o valor para a doação. Segundo Marcelo, o valor já havia sido acertado anteriormente entre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o executivo Cláudio Melo Filho. Ele admitiu que parte dos pagamentos pode ter sido feita via caixa 2.

O nome de Alexandrino Alencar foi sugerido ao TSE pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo ele, o executivo tratou em sua colaboração de assuntos relacionados à campanha de 2014. Já Hilberto Mascarenhas chefiava o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como departamento de propinas da empresa.

Mais

Na semana passada, o TSE ouviu ex-presidente e herdeiro da empreiteira, Marcelo Odebrecht, e também os ex-executivos Benedicto Júnior e Fernando Reis. Benedicto Júnior afirmou que a empreiteira doou R$ 9 milhões em caixa dois para campanhas eleitorais do PSDB. Segundo o depoimento, a ajuda teria sido pedida pelo senador tucano Aécio Neves, que em 2014 concorreu à Presidência da República. Ainda segundo Benedito, Aécio teria pedido doações também para outros tucanos. Benedito afirmou que a Odebrecht repassou R$ 6 milhões para serem divididos pelas campanhas de Pimenta da Veiga, Antonio Anastasia e Dimas Fabiano Toledo Júnior. Segundo o depoimento, outros R$ 3 milhões foram para o publicitário Paulo Vasconcelos, responsável pela campanha de Aécio Neves.

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