SÃO LUÍS - A média diária de assaltos, de 1º a 31 de janeiro deste ano, alcançou o teto de 2,48 crimes por dia, fazendo deste o janeiro mais perigoso para o transporte público em quatro anos. Janeiro de 2014 teve 52 assaltos, janeiro de 2015, 43 e janeiro de 2016, 66. Janeiro de 2017 já é o quarto mês mais perigoso para passageiros e funcionários do transporte público na Região Metropolitana de São Luís, nos últimos quatro anos, perdendo apenas para outubro, novembro e dezembro de 2015. Segundo, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (Sttrema), foram registrados 77 assaltos a coletivos até dia 31.

Dados do sindicato apontam ainda que 2016 se encerrou com 604 assaltos, menos que os 662 de 2015, mas ainda bem superior aos 366 de 2014.

Esses números vem bater de frente com as ações realizadas pela Secretária de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) para combater este tipo de crime na capital e nas cidades vizinhas.
Segundo o tenente-coronel Frederico Beltrão, do Comando de Policiamento Especializado (CPE) da Polícia Militar (PM), a Operação Busca Implacável, que realiza investidas e abordagens a coletivos, vistoriou 10.627 ônibus em janeiro deste ano, uma média de 342 veículos por dia.

Em agosto, a PM começou a trabalhar com bilhetes eletrônicos nas operações policiais de abordagens a ônibus. Os bilhetes são passados nas catracas dos ônibus, registrando que uma equipe de policiais esteve ali fazendo abordagem. Com base nos dados repassados em tempo real, o Comando da Polícia Militar sabe onde exatamente os policiais estão trabalhando e por onde já passaram. Cada guarnição da polícia tem que abordar pelo menos 10 ônibus por dia.

Mais números
Em dezembro do ano passado, foram registrados 69 assaltos a coletivos em toda a região metropolitana. Número bem acima do que vinha sendo registrado em meses anteriores, setembro (49), outubro (32) e novembro (28), informações que foram comemoradas à exaustão pelo Governo do Estado.

Segundo o sindicato, os crimes não estão mais concentrados em algumas regiões, mas foram distribuídos em diversas áreas, talvez uma forma encontrada pelos bandidos para fugir das operações policiais, já que os corredores tidos como principais vias de assalto estão com maior vigilância.

Mesmo com 604 crimes em 2016, o ano de 2015 ainda detém a marca de maior número de assaltos registrados, com 662 ocorrências. Quase o dobro que o ano anterior, com 366 casos.
Dezembro do ano passado fechou com a maior quantidade de ocorrências, seguido de julho, que teve 68.

Desde 2014, outubro de 2015 ainda é o mês que detém o recorde de assaltos a coletivos, foram nada menos que 110 ocorrências. Segundo o Sttrema, a média de assaltos por mês, em 2014, foi de 30,50, enquanto em 2015 este número subiu para 55,17 e agora já chegou a 53,25.

Para o tenente-coronel Frederico Beltrão, no entanto, alguns fatores devem ser levados em consideração neste aumento no número de assaltos a coletivos em dezembro e janeiro. Primeiro, a reincidência dos assaltantes. Na maioria das vezes, são menores de idade, que acabam sendo presos, apresentados à polícia e depois liberados.

E ainda tem o fator clima, já que estes dois meses são períodos chuvosos. Às vezes, durante os temporais, fica difícil mandar que todos os passageiros desçam dos coletivos para que a revista seja realizada de forma correta. “Ainda assim, seguimos com as operações diárias e trabalhando em conjunto com o sindicato para coibir os crimes”, afirmou o comandante.

Já o presidente do sindicato dos rodoviários, Isaias Castelo Branco, afirmou que irá solicitar uma reunião com as autoridades de Segurança Pública para cobrar ações mais enérgicas, no que se refere ao combate a essa modalidade de crime. Segundo ele, a operação “Busca Implacável”, de fato surtiu efeito nos primeiros meses, mas agora, ao que tudo indica, precisa-se planejar novas estratégias, que possibilitem a redução nos índices.

"Mais uma vez, retornamos a este assunto desagradável e que gera em toda a diretoria do sindicato muita preocupação. Só quem é motorista, cobrador, fiscal, além, é claro, dos usuários, sabem o pânico que um assalto a ônibus causa. Estamos lidando com vidas e, por isso, a necessidade de novas ações que possam impedir os crimes e prender os assaltantes. Não podemos permitir que os assaltos voltem a aterrorizar a população de São Luís”, afirmou.

Meses que mais tiveram assaltos a ônibus (desde 2014)
Outubro 2015 -----------------110
Novembro 2015 --------------- 81
Dezembro 2015 --------------- 94
Janeiro 2017--------------------77
Assaltos ano a ano
2014 ----------------------------366
2015 ----------------------------662
2016 ---------------------------604
Assaltos/dia
2014 -------------------------------1
2015 –--------------------------1,81
2016 ----------------------------1,65
2017 ----------------------------2,48
Assaltos/mês de janeiro
2014 –--------------------------30,5
2015 --------------------------55,16
2016 --------------------------50,33
2017 – 77 (até 31 de janeiro)

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