Combate na Síria

Trump aumenta apoio dos EUA a facções que combatem o EI na Síria

Presidente diz que uma das suas prioridades é acabar com o Estado Islâmico; as Forças Democráticas da Síria - coalizão de grupos das etnias curda e árabe que atua no norte da Síria– vinham recebendo apoio limitado, como munições e armas leves

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Trump pode retirar o apoio dos EUA aos grupos rebeldes que lutam contra o governo
Trump pode retirar o apoio dos EUA aos grupos rebeldes que lutam contra o governo ( Trump pode retirar o apoio dos EUA aos grupos rebeldes que lutam contra o governo)

DAMASCO - Milícias curdas e árabes que combatem a organização terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria afirmaram ter recebido apoio militar mais intenso dos Estados Unidos desde a posse do presidente Donald Trump, inclusive com a chegada de veículos blindados.

Durante a administração do presidente Barack Obama, as Forças Democráticas da Síria (FDS) –coalizão de grupos das etnias curda e árabe que atua no norte da Síria– vinham recebendo apoio limitado, como munições e armas leves.

Atualmente, as FDS participam de uma campanha por solo para cortar as rotas de acesso do EI à cidade de Raqqa, bastião dos extremistas na Síria. Os combatentes têm apoio de ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos EUA.

"As FDS receberam pela primeira vez blindados americanos. Isso aconteceu após a chegada ao poder da administração do Donald Trump", declarou à agência de notícias AFP um porta-voz da coalizão. "Ocorreram encontros entre as FDS e representantes da nova administração, que nos prometeram mais apoio, em particular para a batalha por Raqqa", acrescentou o porta-voz.

Estratégia

O apoio do governo Trump às facções armadas na Síria faz parte da estratégia americana de combate ao terrorismo. O republicano afirma que uma das prioridades de seu governo é "acabar com o EI".

Apesar de sinalizar maior apoio às milícias que combatem o EI na Síria, Trump indica que irá retirar o apoio dos EUA aos grupos rebeldes que lutam na Síria há quase seis anos para derrubar o ditador Bashar al-Assad. Durante a campanha eleitoral, o republicano disse que uma revolução na Síria poderia levar ao poder "alguém tão mau" quanto Assad.

O incremento no apoio a grupos armados na Síria pode criar tensões com a Turquia, aliada dos EUA na Otan (aliança militar ocidental). O governo de Ancara mantém operações na Síria para combater a milícia curda YPG –que integra as FDS– pois receia que o fortalecimento dos curdos na Síria pode estimular os grupos separatistas da mesma etnia que mantêm uma insurgência no sul da Turquia.

Reação

O primeiro-ministro iraquiano, Haider Al-Abadi, criticou ontem, em sua primeira reação sobre o tema, o decreto do presidente Donald Trump proibindo os iraquianos de entrar nos Estados Unidos, considerando que a medida pune aqueles que "combatem o terrorismo".

Durante uma coletiva de imprensa em Bagdá, o premiê, cujo país é um aliado próximo dos Estados Unidos, afirmou que este decreto "pune as pessoas que fazem sacrifícios, que combatem o terrorismo". Com este decreto, segundo ele, é a vítima que é penalizada.

Na sexta-feira, 27,o novo presidente americano assinou um decreto migratório proibindo a entrada por 90 dias aos Estados Unidos de cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen) a fim de barrar, segundo ele, eventuais "terroristas islâmicos radicais".

O Parlamento e o ministério iraquiano das Relações Exteriores denunciaram esta decisão e pediram aos Estados Unidos que reveja sua posição.

Mais

Os EUA possuem mais de 4.800 soldados no Iraque e lideram uma coalizão internacional que apoia as forças iraquianas desde setembro de 2014 contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

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