Exploração

Governo pretende triplicar produção de petróleo onshore

Atualmente, o país produz 143 mil barris diários de óleo em área terrestres, e a previsão é se alcançar 500 mil barris, de acordo com o programa Reate

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
(HOR)

BRASÍLIA - O Programa de Revitalização das Atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás em Áreas Terrestres (Reate), lançado na sexta-feira, 27, pelo Ministério de Minas e Energia, em Salvador (BA), tem como meta triplicar a produção onshore (em terra) no Brasil até 2030, alcançando a marca de 500 mil barris de petróleo extraídos por dia.
Atualmente, esse tipo de produção no país é de 143 mil barris diários de óleo e 26 milhões m3/dia de gás natural, em oito estados, que englobam 10 bacias sedimentares, entre as quais a do Parnaíba. Isso corresponde a 5,5% da produção nacional de petróleo e 23% da produção de gás, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Pelo menos 23 empresas são responsáveis pelos 7.855 poços espalhados pelo onshore nacional, com uma média de 39 barris de óleo equivalente (petróleo e gás) por poço. Desse total, 96% da produção de petróleo e 70% da produção de gás são provenientes de operações da Petrobras.
Além disso, a iniciativa, que tem como objetivo criar sinergias entre os produtores, fornecedores e financiadores deste segmento para tornar a indústria que atua na atividade terrestre cada vez mais forte e competitiva, pode ajudar a levar a exploração e produção no dobro de estados, possibilitando a geração de mais de 10 mil novos empregos diretos e indiretos, além de movimentar a economia de centenas de municípios.
Também é uma meta do programa aprimorar o ambiente de produção competitiva de gás natural, de modo a dar suporte a um desenvolvimento industrial regional, notadamente nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil.
“Estamos juntando uma série de oportunidades, em todos os tipos de áreas de exploração e agora temos a ideia de lançar esse programa, ouvindo a indústria para poder aumentar sua participação, casando com a oportunidade de desmobilização de ativos da Petrobras. Estamos vendo de que forma podemos dinamizar essa produção”, afirmou Coelho Filho.
Durante o lançamento, o ministro destacou que centenas de empresas atuantes na produção onshore devem ser valorizadas, pois geram milhares de empregos no interior do país. "Um poço que produz 2, 3, 5 mil barris ao dia, no interior do Nordeste, é tão importante quanto um poço do pré-sal que gera 50 mil barris ao dia”, disse.
Também é uma meta do programa aprimorar o ambiente de produção competitiva de gás natural, de modo a dar suporte a um desenvolvimento industrial regional, notadamente nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o Brasil produz, hoje, um terço do que produzem a Argentina e o Equador, e tem um território infinitamente maior. “Então, temos que aproveitar esse momento e olhar para a indústria terrestre”, ressaltou o ministro Fernando Coelho Filho.

Erros do passado
Ele criticou o que chama de “perda de tempo” pela busca de culpados pelos “erros do passado”. Coelho disse que a prioridade atual é a união de todos os que queiram contribuir com o crescimento do país, “independente de quem seja do setor privado ou setor público, do partido A ou do partido B”.
No documento apresentado durante o evento, foram elencadas as seguintes ações e focos do programa: road-show das rodadas de licitação; sinergia com programa de desinvestimento da Petrobras; definição de um calendário de oferta de novas áreas com mix apropriado de áreas a serem ofertadas; comercialização do óleo e do gás; alternativas de financiamento; adequação regulatória; exigências compatíveis ao nível de complexidade dos ativos terrestres; fomentar sinergias no processo de licenciamento ambiental dos estados; questões tributárias; levantamento da demanda e oferta de bens e serviços; atração de novos fornecedores; desenvolvimento tecnológico e questões tributárias.
De acordo com o MME, a elaboração das diretrizes iniciais da medida deve ser concluída até o mês de março. Em meados de abril, uma proposta deverá ser colocada em consulta pública, e as definições das diretrizes devem ser concluídas antes de junho, para serem submetidas à próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

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