POLÊMICA

Polícia abre inquérito para investigar causas da morte de mulher que consumia Noz da Índia

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), o inquérito policial está sendo coordenado pela Delegacia do Consumidor

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Semente é usada com a proposta de emagrecimento
Semente é usada com a proposta de emagrecimento (Noz)

SÃO LUÍS - A Polícia Civil da Capital (SPCC) abriu inquérito para apurar a morte da funcionária pública Rachel Cristina Ferreira Araújo. Ela consumia Noz da Índia - semente usada para emagrecimento - há 2 meses e morreu no dia 12 após ter apresentado pelo menos cinco episódios de diarreia com fezes líquidas, sem sangue, ao mesmo tempo em que tinha vômitos e dores abdominais. Após a ocorrência, a comercialização do produto foi proibida pela Vigilância Sanitária.

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), o inquérito policial está sendo coordenado pela Delegacia do Consumidor. Serão apuradas as causas da morte da mulher. A Polícia Civil investiga se o óbito está relacionado ao uso da Noz da Índia.

Edwilson Araújo, irmão de Rachel Cristina, e sua esposa Marizélia Ribeiro, também protocolaram nas vigilâncias sanitárias municipais e estaduais solicitações para uma investigação mais aprofundada sobre os reais efeitos da Noz da Índia, tanto no que diz respeito aos seus efeitos benéficos, quanto aos possíveis malefícios.

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Após o episódio, a Vigilância Sanitária Municipal recolheu de feiras, lojas de produtos naturais e farmácias o artigo. Segundo o órgão, a medida é uma apreensão cautelar, baseada no artigo 10, inciso IV, da Legislação Sanitária Federal, que caracteriza como infração extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, manipular, purificar, fracionar, embalar ou reembalar, importar, exportar, armazenar, expedir, transportar, comprar, vender, ceder ou usar alimentos, produtos alimentícios, medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, produtos dietéticos, de higiene, cosméticos, correlatos, embalagens, saneantes, utensílios e aparelhos que interessem à saúde pública ou individual, sem registro, licença, ou autorizações do órgão sanitário competente ou contrariando o disposto na legislação sanitária pertinente.

Os produtos vendidos em São Luís não possuem nenhuma autorização ou registro para comercialização, e as embalagens, na maioria possuem apenas o nome do produto e mais nada, o que caracteriza a infração. Ontem, na maioria das lojas da cidade, o produto já havia sumido das prateleiras.

Entenda o caso

Rachel Araújo faleceu no dia 12 após ter apresentado pelo menos cinco episódios de diarreia com fezes líquidas, sem sangue, ao mesmo tempo em que tinha vômitos e dores abdominais. A cunhada de Rachel, a médica pediatra Marizélia Ribeiro, pensou a princípio que se tratasse de um episódio infeccioso.

A situação, no entanto, evoluiu para uma hemorragia digestiva e terminou no óbito da paciente. Os exames solicitados durante esse tempo teriam apontado altos índices de comprometimento no pâncreas e no fígado de Rachel. O atestado de óbito mostrou a causa da morte como choque hipovolêmico, hemorragia digestiva, infarto mesentérico, hipertensão arterial, esteatose hepática e congestão passiva do fígado.

A família soube que Rachel utilizava a Noz da Índia às vésperas da morte, quando ela já estava internada na área vermelha, para pacientes graves da UPA. Na ocasião, a cunhada teria ouvido de funcionários da unidade de saúde que outras pessoas já haviam sido internadas ali por causa do uso da semente.

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