Fronteira

Congresso dos EUA estima custo do muro com México em até US$ 15 bi

Trump disse em plena campanha eleitoral, que calculava que construir o muro custaria cerca de US$ 8 bilhões; ele afirmou que o presidente mexicano Enrique Peña Nieto deve cancelar sua visita a Washington, se o México se recusar a pagar pelo muro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
O presidente Trump assinou quarta-feira,25, a ordem executiva para iniciar a construção da grande barreira física com o vizinho do sul e garantiu que o México reembolsaria o custo.
O presidente Trump assinou quarta-feira,25, a ordem executiva para iniciar a construção da grande barreira física com o vizinho do sul e garantiu que o México reembolsaria o custo. (O presidente eleito Donald Trump foi alvo de críticas do atual vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden)

Washington - Os líderes republicanos no Congresso dos Estados Unidos, Paul Ryan, da Câmara dos Representantes, e Mitch McConnell, do Senado, estimaram ontem o custo do muro na fronteira com o México proposto pelo presidente Donald Trump entre US$ 12 bilhões e US$ 15 bilhões (entre R$ 38 bilhões e R$ 47,7 bilhões).

McConnell, líder da maioria republicana no Senado, destacou que esse seria o custo previsto em entrevista coletiva antes do início do retiro dos republicanos na Filadélfia para delinear suas prioridades, ao qual deve comparecer o presidente Trump.

"Sentimos que temos uma obrigação de cumprir com os compromissos feitos durante a campanha eleitoral", disse Ryan, presidente da Câmara dos Representantes.

Ryan evitou comentar se esta despesa contribuirá para aumentar o déficit fiscal dos EUA, algo contra o que se mostrou radicalmente contra durante os últimos anos, e buscará compensá-lo com cortes orçamentários.

Trump disse em fevereiro de 2016, em plena campanha eleitoral, que calculava que construir o muro custaria cerca de US$ 8 bilhões. Ambos números são, no entanto, inferiores aos cálculos independentes como o do grupo de investigação Bernstein, que situaram a fatura total entre US$ 15 bilhões e US$ 25 bilhões.

O Congresso não só terá que destinar uma nova verba de despesa adicional para financiar a construção do muro nos quase 2.000 quilômetros que ainda precisam ser valados, como também deverá autorizar os trabalhos para realizar este tarefa.

O presidente Trump assinou quarta-feira,25, a ordem executiva para iniciar a construção da grande barreira física com o vizinho do sul e garantiu que o México reembolsaria o custo. No entanto o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, negou que seu país vá assumir essa conta.

Visita

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem que o presidente mexicano Enrique Peña Nieto deve cancelar sua visita a Washington, prevista para terça-feira,31, se o México se recusar a pagar pelo muro que ele quer construir longo da fronteira entre os dois países.

“Os EUA têm um déficit de US$ 60 bilhões com o México. Tem sido um acordo de apenas um lado desde o início do Nafta, com números massivos de empregos e empresas perdidas. Se o México não quer pagar pelo tão necessário muro, seria melhor cancelar o encontro”, escreveu Trump no Twitter.

Se a visita de Peña Nieto a Washington for mantida, ele será um dos primeiros líderes mundiais a se encontrar com o novo presidente americano.

Em resposta ao decreto de Trump, Peña Nieto ordenou que os 50 consulados mexicanos nos EUA reforcem suas medidas de proteção e "se convertam em autênticas defensorias dos direitos dos imigrantes".

Entre as principais promessas de Trump durante a campanha estavam construir um muro ao longo de toda a fronteira com o México – e fazer o país vizinho pagar a conta (o que autoridades mexicanas já afirmaram não aceitar) – e deportar todos os imigrantes ilegais que vivem nos EUA.

A fronteira entre EUA e México tem cerca de 3 mil quilômetros (a distância entre São Paulo e Natal), e já existe algum tipo de barreira em um terço de sua extensão. As demais áreas ficam em regiões desérticas ou montanhosas, de difícil acesso.

Estima-se que 11 milhões de imigrantes vivam irregularmente nos EUA, muitos dos quais ingressaram por terra e jamais entraram nos registros do governo. Para dar conta da missão, Trump pretende triplicar para 15 mil o número de agentes de deportação.

Mais

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, afirmou ontem que não vai mais comparecer à reunião com o presidente americano, Donald Trump, que estava agendada para a próxima terça-feira,31.

"Nesta manhã informamos à Casa Branca que não participarei da reunião de trabalho programada para a próxima terça com o @POTUS (presidente dos EUA)", postou Peña Nieto em sua conta no Twitter.

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