Em férias desde o início do ano, o governador Flávio Dino (PCdoB) foi obrigado a se manifestar publicamente diante do escândalo envolvendo o aluguel de um imóvel de um comunista, pelo qual foram pagos 17 meses de aluguel sem que a casa tivesse tido qualquer serventia para o governo. E as manifestações de Dino foram da arrogância e autoritarismo, passando pelo deboche, até chegar ao abatimento.
Flávio Dino está claramente acuado no episódio do aluguel camarada. Seu último “manifesto” no Facebook mostra isso. O comunista tenta se mostrar como vítima, dá uma de herói, dizendo ter imaginado que não seria fácil, mas mostra também a falta de argumentos para explicar a situação.
Por qualquer aspecto que se analise, o aluguel do imóvel de um membro do PCdoB pelo governo do PCdoB é uma excrescência. Não há como explicar que o governo tenha pago 17 meses de aluguel por uma casa que se manteve fechada por todo esse período e cuja “reforma” que se vê não justifica o desembolso por tanto tempo. Sem falar que o espaço pertence a um comunista e serviu de comitê de campanha do PCdoB nas eleições de 2014.
É natural que Flávio Dino transpareça abatimento em seus sucessivos discursos sobre o tema. Afinal, é um escândalo que mancha um governo que vinha acumulando máculas e críticas ao longo dos dois anos de existência.
Mas, mesmo diante do abatimento, Flávio Dino não perde a fleuma. Mesmo acuado pelas circunstâncias, não baixa a crista. Mesmo com tudo contra si, ainda insiste no autoritarismo da imposição de discurso.

Mais alugueis
Há pelo menos dois outros alugueis suspeitos no governo Flávio Dino já denunciados publicamente.
Segundo a deputada Andrea Murad (PMDB), Flávio Dino paga R$ 20 mil por casa onde funciona uma unidade dos Bombeiros, mesmo tendo imóveis três vezes mais baratos na mesma região.
Ela também denunciou que o prédio onde funciona a Secretaria de Turismo pertence ao dono de uma das agências de publicidade que têm a conta do atual governo.

Caladinhos
Aliados do governador Flávio Dino decidiram se calar diante do escândalo do “aluguel camarada”.
Ninguém do PDT, do PSDB e do PT, partidos que gravitam em torno do governo, saiu em defesa da Funac.
A missão tem ficado restrita ao próprio Flávio Dino e ao seu lugar-tenente, o bi-secretário Márcio Jerry.

Pernas para o ar
Não foi apenas o governador Flávio Dino quem decidiu tirar férias neste período de início de ano.
Praticamente todos os secretários também resolveram entrar em recesso.
A edição do dia 30 do Diário Oficial do Estado traz uma enxurrada de portarias com a designação das férias dos auxiliares do governo.

Quarentena
Repercute ainda de forma negativa a transferência do secretário municipal de Urbanismo, Diogo Lima, para a já extinta Coliseu.
As versões são as mais diferentes possíveis para a troca, porém a mais consistente é a de que Lima estava desgastado com o prefeito.
Operador de bastidores na campanha eleitoral, o ex-secretário vai ficar em uma espécie de quarentena.

Pouco a mostrar
Desde que tentou fazer gracinha com os profissionais do Grupo Mirante, o deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB) tenta se redimir nas redes sociais.
Sua assessoria passou a divulgar quase que ininterruptamente as ações do seu mandato na Câmara Federal.
Mas como a atuação do comunista nestes dois anos foi quase obscura, os releases acabam sendo demasiadamente repetitivos.

Nos corredores
A diretoria do Socorrão I aproveitou o fim de semana para retirar pacientes que estavam em leitos alugados na Santa Casa.
São 50 leitos, alugados antes da campanha eleitoral, que seriam usados pelos chamados pacientes da cirurgia vascular, evitando o tumulto nos corredores do Socorrão.
Terminada a campanha, a Secretaria Municipal de Saúde deixou de pagar e agora os pacientes estão sendo levados de volta.

Com Dino
O prefeito Luis Fernando Silva (PSDB) resistiu e não nomeou o ex-ministro Gastão Vieira (Pros) para seu secretariado.
Vieira é cotado, agora, para uma vaga no governo Flávio Dino.
Nos bastidores da Secretaria de Educação dão como certa a sua chegada por lá nas próximas semanas.

E MAIS

• O prefeito de Carutapera, André Dourado, não segurou a pressão e decidiu demitir a mulher da chefia de gabinete 24 horas depois de nomeá-la.

• A direção do Socorrão decidiu também, unilateralmente, reduzir de R$ 100,00 para R$ 80,00 o valor da diária de auxiliares nos plantões de 24 horas.

• Chama-se “Espaço Único” a casa de eventos que funcionou no imóvel de um comunista alugado pelo governo Flávio Dino.

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