A poluição das praias de São Luís voltou a ficar evidente no início da manhã de ontem, quando a “língua negra” voltou a ser vista na Praia do Calhau, próximo ao parquinho da Avenida Litorânea, na Foz do Rio Calhau. A denúncia foi feita por leitores de O Estado, que enviaram fotos pelas redes sociais. O Governo do Estado do Maranhão foi procurado, mas até o fechamento desta edição não se pronunciou sobre o problema.
A “língua negra” pôde ser vista por volta das 7h30, por quem passava pelo calçadão da Avenida Litorânea. A mancha negra cortava a faixa de areia em direção ao mar. O fenômeno é caracterizado por especialistas como o possível despejo de esgoto in natura na orla da capital. Já na metade da manhã quando a maré estava cheia a mancha negra não era mais vista, pois já havia sido levada pelo mar.
Essa não foi a primeira ocorrência da mancha negra na orla de São Luís. Em agosto de 2015, um vazamento de esgoto acabou contaminando o mar. Uma foto circulou rapidamente pela internet por meio de um grupo de kitesurfistas da capital e gerou um amplo debate sobre a poluição das praias de São Luís. O problema voltou em março de 2016 e repetiu-se em novembro do ano passado.
Nessas ocasiões, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou que a presença da “língua negra” era decorrente de falhas em estações elevatórias da companhia. Sobre o reaparecimento da mancha na manhã de ontem, a Caema não se pronunciou.
Poluição
A “língua negra” coloca em dúvida o estado de balneabilidade das praias de São Luís. Segundo o último laudo de balneabilidade divulgado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) no dia 23 de dezembro de 2016, a orla da capital tem nove pontos impróprios para banho. Dos nove pontos impróprios, cinco ficam na Praia da Ponta d’Areia. A Praia de São Marcos está com dois pontos impróprios, a Praia do
Meio e do Araçagi apresentaram um ponto fora dos níveis de balneabilidade aceitáveis.
Em 13 de outubro de 2016, um laudo da Sema apontou que toda a orla estava liberada para banho. A notícia foi recebida com desconfiança e os laudos chegaram a ser contestados em audiências públicas. Em novembro, os laudos da Sema voltaram a apontar trechos nos quais a balneabilidade está comprometida.
SAIBA MAIS
Em 2012, as praias da Região Metropolitana de São Luís passaram quase 200 dias interditadas pela Sema após a divulgação de um laudo, no dia 25 de março daquele ano, segundo o qual toda a orla estava imprópria para banho. A liberação ocorreu apenas em 11 de outubro, após a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) executar obras de melhoria do sistema de esgotamento sanitário de São Luís.
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