Em meio a casos de assassinato, deputados criam fundo de combate à violência contra mulher
Proposta estava pronta desde 2012, quando foi apresentada pela Presidência da República como projeto de lei na CPI da Violência contra a Mulher, em Brasília
Na semana em que voltou à tona o debate sobre o enfrentamento ao feminicídio no Maranhão – em virtude de uma série de seis assassinatos de mulheres em apenas sete dias no estado –, a Assembleia Legislativa do Maranhão resolveu desengavetar uma proposta que já era discutida desde 2012 e aprovar, em 1º turno, a Proposta de Emenda Constitucional nº 012/2015, que insere no âmbito da Secretaria de Estado da Mulher, o Fundo Estadual de Enfretamento de Violência contra a Mulher.
De autoria da deputada Francisca Primo (PCdoB), a proposta foi aprovada por unanimidade na sessão plenária de ontem, mesmo dia em que se confirmou mais um caso, com a confissão do empresário Lucas Porto, que admitiu o assassinato da jovem publicitária Mariana Costa, sua cunhada. O crime ocorreu no domingo, 13.
De acordo com a deputada, a proposta pode facilitar o cumprimento da Lei Maria da Penha e a implantação de programas de assistência às vítimas com a políticas específicas de financiamento.
“Sabemos que a Secretaria de Estado da Mulher tem feito um excelente trabalho e, com a aprovação desse Fundo, irá contribuir com a aplicabilidade da Lei do Feminicídio e nas campanhas de conscientização da sociedade”, afirmou Francisca Primo.
A comunista pediu que o governador Flávio Dino (PCdoB) sancione e lei, tão logo ela seja encaminhada pela Assembleia ao Executivo.
“A aprovação da PEC é de grande importância. Pedimos também ao governador Flávio Dino que sancione a criação desse Fundo para que a Secretaria de Estado da Mulher possa desenvolver melhor o seu trabalho”, completou.
Desde 2012 - A criação do Fundo – que ainda precisa ser aprovada em segundo turno, antes da sanção governamental – foi sugerida pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, órgão da Presidência da República, e apresentada como projeto de lei na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Violência contra a Mulher, instaurada em 2012, em Brasília.
Francisca Primo destacou que pesquisa divulgada em março de 2016 pela Justiça do Maranhão apontou que o maior número de casos de violência contra a mulher, em São Luís, ainda é a psicológica praticada, na grande maioria, por ex-companheiros.
Este mês inicia a campanha mundial – que é uma mobilização anual dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, inicia no dia 25 de novembro - Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher - e vai até o dia 10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos. Lembrando que em 06 de dezembro é o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo fim da violência contra as mulheres.
No Brasil a campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres começa no próximo dia 20, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra.
MAIS
A recente série de casos de assassinatos de mulheres começou no dia 9 de novembro - quando a esposa de um suspeito de tráfico, identificada como Ákila Santos Feitosa, foi assassinada durante uma troca de tiros entre criminosos – e teve o último registro na terça-feira, 15, com o achado do corpo de uma mulher com perfurações de tiros na cabeça e escoriações. No domingo, 13, o caso de maior repercussão: o assassinato da publicitária Mariana Costa, pelo cunhado, Lucas Porto.
Eliziane lamenta caso de violência
contra a mulher e quer ampliação
da rede de proteção
A deputada federal Eliziane Gama (PPS-MA) lamentou a morte de Mariana Costa, de 33 anos, que foi encontrada com sinais de asfixia dentro de casa no último domingo, 13. O suspeito do crime é o cunhado da vítima, Lucas Porto foi preso no mesmo dia e já confessou o crime, alegando “paixão incontida”, segundo o secretário de Segurança, Jefferson Portela.
Através das redes sociais, a parlamentar disse que este e outros casos de violência contra a mulher mostram a necessidade de ampliar a rede de proteção e fortalecer a política de estado contra este tipo de violência.
“Nós queremos justiça e que a polícia seja rigorosa na elucidação deste crime bárbaro e de tantos outros que continuam envergonhando nosso estado”, enfatizou.
Gama também lembrou que este mês será realizada a campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
“Próximo a mobilização dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres ficamos perplexos com a triste notícia da morte de Mariana Costa, de 33 anos, que foi encontrada com sinais de asfixia dentro de casa. Ela e centenas de mulheres maranhenses são vítimas diariamente da crueldade de homens que não respeitam a vida e a dignidade da mulher”, destacou.
Saiba Mais
- Familiares de Mariana Costa fazem manifesto "Somos Todos Marianas"
- ONG Somos Todos Mariana faz palestra sobre feminicídio na capital
- Justiça mantém prisão do assassino confesso Lucas Porto
- Amigos e familiares fazem caminhada para lembrar Mariana Costa
- Pena de Lucas Porto pode chegar a até 60 anos de prisão
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.