Contos históricos colhidos ao longo dos anos, frutos de muita leitura, pesquisas e entrevistas, recheiam o livro “Histórias que a História não conta”, de autoria do professor Antônio Torres Fróes, que apresenta sua quarta obra depois de escrever duas de poesia e duas de história. O prefácio é assinado pelo escritor Innocêncio Viegas. O autor tem projetos para outras obras, sobre as quais se debruça atualmente.
Entre as diversas histórias narradas pelo professor Antônio Torres Fróes, destaca-se a greve de 1951, que perdurou por três meses, deflagrada pela população contra o governo eleito. A obra traz ainda capítulos sobre nomes de ruas, personalidades da história maranhense, como Ana Jansen, e sobre o poeta do “Luar do Sertão”, Catulo da Paixão Cearense. Além disso, o livro aborda também os epítetos de São Luís como “Ilha do Amor”, “Ilha Rebelde” e “Ilha de Upaon-Açu”, bem como desvenda onde estão enterrados os restos mortais de Silvério dos Reis, chamado de “o grande traidor da pátria”.
No prefácio, escreve Innocêncio Viegas: “O bumba boi surge nos alegrando em todos os bairros e cidades do interior. Revela a criação da brincadeira, quebrando mitos arraigados na alma do povo. Depois de ler este precioso livro, senti-me passeando com o autor, no velho bonde”.
Também escreve Innocêncio Viegas: “Bonde de tantas lembranças, que levou consigo os nossos melhores dias, dias saudosos da nossa infância e juventude. Juventude que corria solta na Ladeira da Montanha Russa, indo sentir no rosto os respingos das ondas agitadas quebrando o muro forte de pedra e cal na beira-mar. Ler Fróes é aprender. É recordar os velhos feitos pátrios, é amar outra vez a terra que nos viu nascer. É sentir o mar bravio que continua balançando a canoa dos nossos sonhos”.
História
Nascido no município maranhense de Santa Helena, Antônio Torres Fróes mudou-se para a capital aos 13 anos de idade. Estudou pintura e desenho no Centro Artístico Operário Maranhense e integrou o Exército Brasileiro. Começou a ensinar no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, na Rua da Saavedra, no centro de São Luís. Afeiçoado à História, sempre pesquisou o porquê dos acontecimentos que às vezes vão ficando no esquecimento, apesar de serem importantes para o conhecimento de todos. “Por essa razão que decidi escrever este livro, que serve de fonte de pesquisa para estudantes e a todos que quiserem saber o porquê de diversos fatos, muitos deles bastante curiosos”, disse.
O livro traz também fotos antigas. Nas páginas 92, 93, 94, 95 e 96, o professor mostra gravuras dos antigos bondes puxados por burros, o primeiro bonde elétrico, o bonde do Anil com o reboque chamado “cara-dura” (abrigo que não existe mais), o bonde Gonçalves Dias, a estação de bondes em demolição, com sucatas dos veículos.
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Bairro de Fátima
“Em um porto na margem do rio das Bicas, afluente do rio Bacanga, desembarcava muita madeira que era lavrada para depois ser serrada, transformando-a em tábuas e peças para construções. Os restos que sobravam da madeira chama-se cavaco. Com a invasão do pessoal fazendo casas, os mesmos aproveitavam e juntavam os cavacos para fazer lenha e carvão. Os invasores, que já eram em grande quantidade, intitularam o lugar por Bairro do Cavaco.
Em 1952, vinda de Portugal, esteve aqui em São Luís a imagem de Nossa Senhora de Fátima, que foi um fato inédito. A presença da imagem foi tão importante que converteu muita gente para o Catolicismo.
Como o bairro do Cavaco não tinha uma igreja, a comunidade construiu uma para Nossa Senhora de Fátima, daí mudaram o nome de Bairro do cavaco para Bairro de Fátima”.
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