Nações Unidas

António Guterres é aprovado como novo secretário-geral da ONU

Ele sucederá o sul-coreano Ban Ki-moon, que fica no cargo até dezembro; ex-primeiro-ministro de Portugal disse que é hora de lutar pela paz na Síria

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44

Nova York - A Assembleia-Geral da ONU aprovou por unanimidade ontem o português António Guterres para o cargo de secretário-geral da ONU. Ele irá suceder o sul-coreano Ban Ki-moon, que permanece na função até 31 de dezembro.

Guterres pediu ontem às grandes potências que superem suas divisões sobre a Síria, ante a proximidade das novas discussões internacionais sobre o conflito. "Sejam quais forem as divisões, é mais importante se unir. É hora de lutarmos pela paz", declarou Guterres durante sua primeira coletiva de imprensa depois de sua designação.

Guterres, ex-primeiro-ministro de Portugal, foi indicado e aprovado por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU, em etapa que antecede a deliberação da Assembleia Geral.

Nascido em Lisboa e formado em física e engenharia elétrica, o político de 67 anos começou sua carreira em meio à Revolução dos Cravos, movimento que pôs fim ao Estado Novo português (1932-1974), e foi um dos principais líderes do nascente Partido Socialista.

Foi secretário-geral do partido, ocupou o cargo de primeiro-ministro entre 1995 e 2002, e durante a última década (2005-2015), foi responsável pela Agência da ONU para os Refugiados (Acnur).

Nesse período, promoveu uma série de reformas que aprimoraram a atuação da agência, segundo diplomatas. Hoje o Acnur é considerado um dos órgãos mais funcionais e bem-sucedidos da ONU, organização frequentemente criticada pelo excesso de burocracia e pouco impacto na vida das pessoas.

Uma de suas principais ações à frente da Acnur foi ampliar o número de funcionários nas áreas com mais refugiados para melhorar o atendimento in loco.

Guterres também chefiou por um curto período o Conselho Europeu, órgão que reúne os chefes de Estado e governo da União Europeia. Fluente em inglês, francês e espanhol, sempre transitou bem entre os colegas do continente.

‘Super escolha’
Após a formalização da candidatura de Guterres, na última quinta-feira, Ban Ki-moon elogiou a escolha do seu sucessor. "Conheço Guterres muito bem e considero uma super escolha", disse Ban a repórteres em Roma, segundo relato da Reuters.

"Sua experiência como primeiro-ministro português, seu amplo conhecimento em questões mundiais e seu intelecto irão servir-lhe bem na liderança da Organização das Nações Unidas em um período crucial", disse Ban.

No mesmo dia, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, disse que Guterres é "preparadíssimo" e a pessoa "adequada no mundo" para comandar a entidade.

Serra disse acreditar que a questão dos refugiados na Europa será um dos temas mais importantes durante a gestão de Guterres e ressaltou o fato de ele ter chefiado a Acnur, agência da ONU responsável pelo assunto, entre 2005 e 2015.

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