Violência contra idosos

Casos de violência contra idosos somam 804 este ano

As violências física, psicológica e a negligência representam os principais tipos de casos que pessoas de idades avançada sofrem, conforme dados da Defensoria Pública

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
Os idosos se reuniram ontem para comemorar seu dia
Os idosos se reuniram ontem para comemorar seu dia (Idosos)

A Defensoria Pública do Estado (DPE) registrou, somente este ano. 1.314 atendimentos à pessoa idosa. Destes, 804 foram casos de violência comprovada na Região Metropolitana de São Luís. Apesar de não haver números de anos anteriores, a direção do órgão diz que o desrespeito contra o idoso é sério. Os números foram apresentados ontem durante as comemorações do Dia Estadual, Nacional e Internacional do Idoso.

O Dia do Idoso é comemorado em 1º de outubro, mas na manhã de ontem foram realizadas as atividades para marcar a data. As ações aconteceram no ginásio do Serviço Social do Comércio (Sesc Deodoro), no centro de São Luís, e tiveram como tema principal “O envelhecer é para todos: a maturidade que vem com o tempo merece respeito”. Apresentações culturais, palestras, debates e homenagens fizeram parte da programação.

Os objetivos da ação foram comemorar as conquistas alcançadas nos últimos anos, além de conscientizar a população sobre a importância de mudanças de atitudes para com os idosos, de forma a diminuir a incidência de violência, bem como possibilitar ao idosos conhecer seus direitos e disseminar a ideia de que envelhecer com segurança e dignidade devem ser prerrogativas de todos.

Embora haja conquistas, ainda há muito para ser feito, a fim de mudar a realidade e diminuir os índices de violência contra os idosos. Entre os principais casos contra os idosos registrados pela Defensoria Pública estão a violência psicológica e física e a negligência. Os bairros de Fátima, Liberdade e Cidade Operária estão entre os que mais registram os casos de agressão.
Registros

A situação negativa em relação aos idosos, segundo a Defensoria, é um reflexo da própria sociedade que continua desrespeitando os direitos dessa população. Os agressores, na maioria das vezes, são os próprios familiares.

“Os números são altos e não representam a totalidade da violência que existe hoje em dia. Muitas pessoas tem medo de denunciar e isso acaba atrapalhando também”, apontou Isabel Lopizic, coordenadora do Centro Integrado de Apoio e Prevenção a Violência contra a Pessoa Idosa (Ciapvi) da DPE.

De acordo com as estatísticas do órgão estadual, os filhos são os principais agressores dos seus pais idosos. Em seguida, aparecem os netos, companheiros, cuidadores, vizinhos e outros membros da família da pessoa agredida.
“Todos devemos tomar consciência que o envelhecimento é para todos nós. Queremos uma sociedade inclusiva. Os idosos continuam sendo cidadãos e por isso devem ter os seus direitos assegurados”, destacou Isabel Lopizic.

Defesa
Durante o evento, o defensor público-geral, Werther de Moraes Li­ma Júnior, destacou o papel da Defesoria na efetivação dos direitos da pessoa idosa.
“No futuro, o Brasil será um país, principalmente, de pessoas idosas. Um país assim precisa de políticas públicas para atender essa população que tem necessidades especiais e isso precisa começar agora. A melhor maneira de garantir direito é por meio da informação e é isso que estamos fazendo”, destacou o defensor. l

Mais

O Disque 100, canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos responsável pelo recebimento de denúncias de violações de direitos, registrou 12.454 denúncias de violência contra a pessoa idosa nos quatro primeiros meses de 2016 (de janeiro a abril). Os dados mostram que a maior parte das violações acontece dentro da casa das vítimas, cometida por filhos, netos ou outros familiares.

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