Eleições 2016

Derrota de Flávio Dino domina debates na Assembleia após eleições

Deputados de oposição registraram insucessos do comunista Maranhão adentro; na Câmara dos Deputados, em Brasília, revés eleitoral também foi destaque

Gilberto Léda, com Agência Assembleia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44

A derrota do governador Flávio Dino (PCdoB) nas eleições dos principais colégios eleitorais do Maranhão dominou os debates na manhã de ontem na Assembleia Legislativa. Em caloroso embate com parlamentares governistas, os deputados de oposição Adriano Sarney (PV), Edilázio Júnior (PV) e Andrea Murad (PMDB) criticaram a interferência do Palácio dos Leões no pleito e apontaram o comunista como grande derrotado nas disputas municipais realizadas no domingo, 2.

Ao iniciar seu discurso, o deputado Adriano Sarney afirmou que “os dias do comunismo no Maranhão estão contados”. E passou a citar municípios, como Imperatriz, Caxias, Barreirinhas, Bacabal, Codó, Presidente Dutra, Grajaú e Lago da Pedra, onde aliados do governador Flávio Dino foram derrotados nas eleições de 2 de outubro.

Adriano Sarney acrescentou que, em São Luís, onde partidos governistas alardeavam que o prefeito Edivaldo Holanda Júnior seria reeleito no primeiro turno, as urnas deram uma resposta contrária: haverá segundo turno, e a disputa será entre o deputado Eduardo Braide e o prefeito Edivaldo, candidato apoiado pelo governador Flávio Dino.

“E não adiantou falar que Eduardo Braide é sarneysista, porque Eduardo Braide é da base do Flávio Dino, que vai trair ele na maior cara de pau. Não adiantou falar que o Wellington era sarneysista. Não adiantou falar que o delegado Assis era sarneysista. Não adiantou falar que Alberiquinho era sarneysista. Não adiantou falar que o Fábio Gentil era sarneysista. O importante é que o povo do Maranhão deu a resposta”, afirmou Adriano Sarney.

Ele questionou a prisão do prefeito de Mirinzal, Amaury Santos Almeida, que disputava a reeleição, foi preso e acabou sendo derrotado pelo adversário. Adriano Sarney informou que ingressará com um requerimento na Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, para que o delegado que prendeu o prefeito no dia da eleição preste esclarecimentos sobre este episódio.

Adriano Sarney ironizou o fato de o governador Flávio Dino ter comemorado a eleição de 46 prefeitos do PCdoB. “Qual é o mérito do PCdoB, qual é o mérito do governador Flávio Dino? Historicamente os Leões, historicamente fazem mais de 50 prefeitos, historicamente. Não é mérito de comunismo nenhum, é mérito das forças dos Leões. Esse é o governo perseguidor, esse é o Governo do Flávio Dino, esse é o governo dessa ditadura comunista, tirana que estamos vendo aqui. Mas, graças a Deus, está chegando ao fim. Daqui a dois anos estaremos livres do comunismo no Maranhão”, enfatizou.

Só falta um pequeno bigode e se chamar Adolf para ser o ‘Hitler do Maranhão’"Andrea Murad, deputada estadual
Reprovação - O deputado Edilázio Júnior disse que o comunismo foi derrotado nas urnas. Ele fez questão de frisar o fracasso do governador Flávio Dino nas eleições municipais, iniciando sua análise pela cidade de Imperatriz, onde a candidata apoiada pelo governo do Estado, Rosângela Curado, perdeu a eleição, ficando em terceiro lugar.

“E quem ganhou? Quem ganhou? O 15, o PMDB. O 15 do Lobão Filho que estava lá há dois anos. O 15 da governadora Roseana, do senador João Alberto. O PMDB vai comandar, a partir de janeiro de 2017, a maior cidade do interior do Estado”, declarou Edilázio Júnior.

Ele citou também os municípios de Pinheiro, Lago da Pedra, Codó, Caxias, Barreirinhas, Grajaú, Dom Pedro, onde os candidatos apoiados pelo governador Flávio Dino perderam a eleição.

Ao ocupar a tribuna, a deputada Andrea Murad criticou a ação do governo durante as eleições no município de Coroatá. “O governador Flávio Dino, a quem só falta um pequeno bigode e se chamar Adolf para ser o Hitler do Maranhão, comandou pessoalmente a ocupação policial em que Coroatá foi palco nos últimos dias de campanha”, afirmou a deputada.

Ela frisou que, em Coroatá, a lei, a ordem pública e as regras democráticas foram “escandalosamente subvertidas” em afronta à Constituição. “E com a conivência de uma promotora e uma juíza que mais pareciam funcionárias do governo. O que se passou de fato na eleição em Coroatá ultrapassou todos os limites do que é razoável e é um exemplo claro da forma déspota, irracional e ditatorial como alguém insano e desequilibrado governa um Estado, recorrendo à força, à arbitrariedade e à descarada compra de votos”, completou.

MAIS

Na tribuna, ou em apartes, coube ao líder do governo na Casa, deputado Rogério Cafeteira (PSB), e aos deputados Othelino Neto (PCdoB) e Bira do Pindaré (PSB) tentar sustentar a tese de que Flávio Dino e o PCdoB foram vitoriosos na eleição.

Revés comunista repercute também na Câmara

Num debate com a deputada Jandira Feghali (PCdoB), os deputados Hildo Rocha e João Marcelo, ambos do PMDB do Maranhão, desmontaram o discurso da comunista sobre o resultado das eleições no estado.

Com base em dados do seu próprio partido, a deputada tentou defender a tese de que os comunistas teriam vencido as eleições maranhenses – mesmo tendo eleito apenas 46 dos seus mais de 100 candidatos a prefeito -, mas foi rechaçada pelos peemedebistas.

“Ela não conhece a política do Maranhão, por isso veio aqui falar besteira. Apenas 46 aliados do governador conseguiram se eleger enquanto que o grupo liderado pela governadora Roseana Sarney saiu vitorioso. Elegemos mais de 100 prefeitos e centenas de vereadores. O resultado foi muito bom para o nosso partido”, destacou Rocha.

Já o deputado João Marcelo ressaltou o que considerou “perseguição” da máquina estadual contra candidatos e militantes de que não apoiavam os candidatos ligados aos comunistas e aliados.

Segundo ele, o Maranhão viveu estado de exceção durante o período eleitoral. “Era isso o que estava acontecendo no meu estado, deputada”, pontuou.

Ele também destacou as vitórias do partido. “O PMDB fez quatro prefeituras muito importantes: fizemos Bacabal com o deputado Roberto Costa, fizemos Rosário com Irlahi [Linhares], fizemos Grajaú, com Mercial Arruda, fizemos com brejo, com Zé Farias. Agora me causa espécie uma deputada de outro estado vir defender aqui o governador do Maranhão. Um governador perseguidor estalinista, um governador que usou as forças policiais para oprimir o cidadão maranhense”, completou.

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