Segurança em transportes

Sindicato denuncia PMs que não fazem vistorias em ônibus

Há policiais militares que, segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, entram, passam o cartão na catraca do ônibus e saem vistoriar ninguém, especialmente na Operação Busca Implacável, principal ação contra assaltos a transportes coletivos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
Ônibus alvo de vandalismo em assalto; situação que vem se repetindo em SL
Ônibus alvo de vandalismo em assalto; situação que vem se repetindo em SL (Ônibus)

SÃO LUÍS - O Governo do Estado anunciou uma queda de 25% nos números de assaltos a ônibus na região metropolitana de São Luís, em agosto, numa comparação com o mês de julho. O principal responsável seria a “Operação Busca Implacável”, em que os policiais fazem abordagens diretamente nos ônibus e, para controle, passam um bilhete eletrônico nas catracas dos veículos, marcando aquele coletivo como visitado. Mas, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário do Maranhão, existem policiais que apenas sobem nos veículos, passam os cartões e vão embora, sem parar para vistoriar passageiros.

A situação, segundo Isaías Castelo Branco, será denunciada ao alto comando da Polícia Militar do Maranhão, para que algo possa ser feito em relação. Ainda mais agora, depois que um veículo foi incendiado em plena tarde de segunda-feira, na Avenida Kennedy, em São Luís.

O sindicalista ainda ressaltou que vai pedir ao comando da PM que policiais femininas façam parte das abordagens, pois algumas vezes, o assaltante está acompanhado de uma mulher que acaba ficando com a arma que seria utilizada no roubo durante as abordagens. “Aí, depois que passa, o bandido vai lá e assalta”, afirma Castelo Branco.

A operação Busca Implacável começou, de forma efetiva, a partir do dia 16 de agosto e com base nos dados repassados em tempo real das catracas eletrônicas dos veículos, o Comando da Polícia Militar sabe onde exatamente os policiais estão trabalhando e por onde já passaram. Cada grupo de trabalho tem de abordar pelo menos 10 ônibus por dia. A intenção da PM é, por dia, vistoriar todos os ônibus que rodam na ilha.

Queimado

A diretoria do sindicato ainda deve se reunir com a PM para tratar do incêndio ocorrido na tarde de segunda-feira, dia 12. A princípio, está descartada qualquer paralisação dos rodoviários, principalmente porque houve uma resposta imediata da polícia na prisão dos suspeitos de terem praticado o atentado, e a ação não evidencia fazer parte de um ato orquestrado por uma facção, como já ocorreu anteriormente.

Mas, mesmo assim, é necessário conversar sobre alguns quesitos que envolvem a segurança dentro dos coletivos. Um dos principais pontos é a violência com que os bandidos estão agindo. Na segunda-feira, por exemplo, os criminosos nem mesmo pediram que os passageiros descessem do veículo, já chegaram ateando o fogo. Tanto que três pessoas ficaram feridas, uma das quais ainda segue internada, com queimaduras de primeiro e segundo grau.

Ainda na segunda-feira, a polícia já havia apreendido três adolescentes, de 13, 15 e 16 anos, e detido Willon Brenner Silva Sousa, de 19 anos, acusados de terem cometido o crime, que teria sido motivado em represália à morte de um integrante de uma facção criminosa, Tiago Marques dos Santos, o Tilico, de 22 anos, ocorrida na madrugada de ontem, no Bairro de Fátima.

Permanentes

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), operações permanentes estão sendo realizadas na região metropolitana de São Luís com o objetivo de garantir a segurança dos usuários de transporte coletivo. Operações como a ‘Busca Implacável’, ‘Catraca’ e ‘Êxodos’ são mantidas pela Polícia Militar desde o início do ano passado.

Nas operações a Polícia Militar faz uso de carros e motocicletas para fazer abordagens nos transportes coletivos, tanto em corredores tradicionais de transporte, quanto em pontos de ônibus e nos bairros.

A estratégia inclui patrulhamento nas paradas de ônibus, onde os policiais executam revistas, e aborda usuários do sistema de transporte público. Nos ônibus, as guarnições realizam a varredura com o desembarque dos passageiros, com média de cinco minutos em cada ônibus a fim de evitar prejuízos à rotina da população.

“A presença ostensiva da polícia nos ônibus, como temos feito incessantemente, inibe o planejamento dos criminosos, aproxima policiais e comunidade e também permite constante troca de informações entre policiais, motoristas e cobradores de ônibus”, afirmou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Frederico Pereira ao citar as operações permanentes realizadas pela corporação.

Crime

Um bando composto por oito criminosos assaltou e ateou fogo em um ônibus da linha Caratatiua, de placas PSO-6333, na tarde de segunda-feira, na Avenida Kennedy, nas proximidades da Defensoria Pública da União, no Bairro de Fátima. A polícia informou que a ação criminosa resultou em três pessoas feridas: a cobradora do ônibus, Benedita dos Santos S. Almeida, de 47 anos, que sofreu queimaduras de 1º e 2º grau; o motorista Edvaldo Pinheiro, de 60 anos, com ferimento na perna, e um passageiro, Joanilton Madeira Viegas, de 32 anos.

Dentro do ônibus, um dos assaltantes teria colocado a arma na cabeça do motorista e exigiu que abrisse a porta traseira, enquanto os outros criminosos faziam o arrastão. Eles roubaram dinheiro e outros pertences da cobradora e dos passageiros. Em seguida, jogaram gasolina no coletivo e atearam o fogo.

Mais

Reunião entre sindicalistas

Uma reunião entre a diretoria do Sindicato dos Rodoviários, que estava prevista para a manhã de ontem, para avaliar a situação do ônibus queimado na Avenida Kennedy foi adiada porque os diretores passaram quase toda a manhã na Empresa São Benedito, que não havia disponibilizado o tíquete alimentação aos funcionários. Foi necessária uma intervenção do sindicato para que o benefício fosse pago.

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