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Pokémon Go: benefícios e malefícios do jogo que virou febre

Especialista em Comunicação e Marketing explica o sucesso do game; psicóloga conta como o jogo afeta a vida dos seus usuários

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Game dos monstrinhos  da Nintendo é sucesso no mundo
Game dos monstrinhos da Nintendo é sucesso no mundo (Pokemon Go)

SÃO LUÍS - O Pokémon Go completa um mês no país no início de setembro e, passada a “histeria” da estreia, já é possível analisar o impacto do jogo na rotina dos brasileiros. O game dos monstrinhos da Nintendo virou uma febre e já provocou todo tipo de fenômeno, de interação social à acidentes de trânsito.

Para a especialista em Comunicação e Marketing e professora de Publicidade e Propaganda da Faculdade Estácio São Luís, Safira Geovana Sousa Rabêlo, o sucesso do jogo aplica-se ao fato do game reunir aspectos bastante atrativos quando se fala em mundo digital, propiciando diversão, feedback e o estabelecimento de vínculos entre os usuários.

“O público mais novo absorve o jogo como sendo algo novo e os mais velhos através da nostalgia quando voltam ao tempo e relembram o sucesso que foi o Pokémon quando o desenho animado surgiu na televisão brasileira em meados da década de 1990, sendo uma espécie de produto cultural que marcou gerações”, explica Safira Rabêlo.

Ela explica que, ao considerar que se vive na sociedade da tecnologia, informação e comunicação, percebe-se um comportamento peculiar das pessoas no cenário digital moderno. O jogo é móvel, os participantes têm a capacidade de fazer uso dos aspectos verossímeis, quando se sentem atraídos pelo fato de fazerem uso de técnicas de realidade aumentada, podendo de maneira literal não apenas ver, mas também atuarem como sujeitos ativos participando da transformação do mundo físico meramente por meio das telas de seus smartphones.

“Os pokémons saíram da tela da TV e habitam o mundo real. Podemos encontrá-los em nossa sala de aula, em nossa casa, em nosso trabalho, em nosso bairro, em shoppings, em qualquer lugar. O jogo soube agregar ferramentas do cenário digital a personagens famosos”, conta a professora.

Com o aumento de usuários, as preocupações também são crescentes. Após cerca de um mês no país, já se nota que alguns usuários ficaram viciado em caçar os monstrinhos. Livia Vieira, psicóloga do Hapvida Saúde, diz que os jogos, em particular os eletrônicos, transpassam no indivíduo sintomas de poder, de liberdade, o que facilita o vício.

“Na vitória, a sensação de euforia é tão surreal que o nosso sistema neural libera desenfreadamente um neurotransmissor que nos oferece sensação de prazer e felicidade. Esse neurotransmissor se chama dopamina. Como o ser humano é um animal em constante busca da felicidade e do bem estar, ele se vicia na agradável sensação oferecida com a liberação da dopamina. Quando perde, se frustra, mas seu desejo de sentir o prazer da vitória se sobressai iniciando o processo de vício. Em alguns, o vício surge no intuito de fugir do tédio. Em outros, uma aguçada curiosidade. Há também aqueles que, no intuito de fuga do mundo real ao imaginário, tornam-se introspectivos, pois a vida real lhe é tão frustrante que é melhor se fechar nos jogos que pelo menos lhe proporciona momentos de prazer, alegria, superação e vitórias”, afirma a especialista.

Segundo Livia Vieira, o game começa a interferir de forma negativa na vida do usuário quando ele começa a ter o sono afetado e de esquecer as suas prioridades diárias, como o trabalho, os estudos e outros afazeres importantes do dia a dia. Ela lembra que já foram registrados, inclusive, casos de jogadores que até colocaram a vida em risco pelo fato de a atenção estar reduzida, como acidentes de trânsito e assaltos.

O jogo, porém, também traz benefícios a quem o joga. De acordo com Safira Rabêlo, uma das vantagens é a interação social em tempos de jogos que geralmente causam o efeito contrário: o isolamento. “O jogador desenvolve a habilidade e bom senso de trabalhar os aspectos de colaboração, equilíbrio e fazer uso da competição como uma ferramenta para estabelecer diálogo de maneira harmônica”, considera a professora.

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