Lei Seca

Número de pessoas dirigindo alcoolizadas diminuiu 30,1%

Em São Luís, em 2015, 5,8% das pessoas ouvidas declararam que dirigiam após consumir bebidas alcoólicas; em 2012, este número era de 8,3%; dados do Ministério da Saúde mostram que menos adultos estão assumindo o risco álcool/direção

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
Com endurecimento da Lei Seca, condutores passaram a evitar ingerir bebida alcoólica e, depois, dirigir
Com endurecimento da Lei Seca, condutores passaram a evitar ingerir bebida alcoólica e, depois, dirigir (Lei Seca)

Em três anos, o número de pessoas que ingerem bebida alcoólica e dirigem teve redução de 30,1% em São Luís. Os números foram divulgados pelo Ministério de Saúde, que colheu dados por meio de contatos telefônicos para a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2015), realizado anualmente, desde 2006.

Em todo o Brasil, foram registradas mais de 54 mil entrevistas, nas capitais dos 26 estados e no Distrito Federal. Os dados são coletados e analisados por meio de uma parceria com o Núcleo de Pesquisa em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP). Em São Luís, no ano passado, 5,8% dos entrevistados declararam que dirigiam após terem consumido bebidas alcoólicas em qualquer quantidade.

Em 2012, este número era de 8,3%. Os homens da capital (cerca de 10,7%) continuam assumindo mais a infração do que as mulheres (1,7%).

Para o Ministério da Saúde, o endurecimento da Lei Seca, no ano de 2012, seria o principal responsável por essa mudança no comportamento dos motoristas. “É cada vez mais notória a importância da Lei Seca em inibir a população brasileira de se arriscar na mistura do álcool com o volante. Agora, temos de continuar nessa batalha, principalmente entre jovens de 25 a 34 anos, que apresentaram o maior índice da infração entre todas as faixas etárias pesquisadas”, declarou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Contraponto
Dados do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA) mostram que no mesmo período houve um aumento de 245% na quantidade de motoristas pegos dirigindo embriagados em São Luís.

Os dados do Detran podem ser explicados pela quantidade de blitze da Lei Seca que vêm sendo realizadas na cidade. Para este mês, por exemplo, a Companhia de Polícia Militar Rodoviária Independente (CPRV Ind), junto com o Detran, intensificará as operações em áreas de grande movimentação de pessoas em festas.

Nas últimas ações, em apenas duas operações, foram lavrados 76 autos de infração, 260 abordagens, 12 apreensões de documentos e 49 CNHs, remoção de 10 veículos irregulares, 100 testes do etilômetro (bafômetro), seis infrações e 43 condutores se recusaram a fazer o teste. “Estamos elaborando várias operações de caráter educativo neste mês de junho com o propósito de tornar os condutores mais prudentes e para que a população se sinta segura”, declarou Rosetânia Farias, coordenadora de Educação para o Trânsito do Detran.

Nacional
No conjunto das 27 capitais estudadas pela pesquisa, 5,5% dos indivíduos disseram conduzir veículos após o consumo de bebidas alcoólicas, contra os 7% de 2012 – uma queda nacional de 21,5%. Assim como foi constatado em São Luís, a proporção nacional é maior entre homens (9,8%) do que entre mulheres (1,8%).

Entre as capitais brasileiras, quatro se destacaram com queda superior a 50% nos últimos três anos: Fortaleza (54,1%), Maceió (53,2%), João Pessoa (51,4%) e Vitória (50,7%). Outras apresentaram aumento do número de adultos que afirmaram assumir o volante após consumir qualquer quantidade de álcool: Cuiabá e Boa Vista, com alta de 15,8% e 13,2%, respectivamente, desde 2012.

Ainda de acordo com a pesquisa, 8,7% da população de 25 a 34 anos admite beber e dirigir. O número é duas vezes maior do que o registrado na população de 18 a 24 anos e quatro vezes maior do indicado em homens e mulheres de 65 anos ou mais. Outro índice importante é o nível de escolaridade: a pesquisa detectou que, quanto maior o grau de instrução, maior é o número de pessoas que assumem o risco.

LEI SECA
Em 2016, a Lei Seca completa 8 anos de vigência. Além de mudar os hábitos dos brasileiros, a lei trouxe um maior rigor na punição e no bolso de quem a desobedece. Com o passar dos anos, a lei teve mudanças e ficou mais severa, com o objetivo de aumentar a conscientização de não se misturar a bebida com direção. Atualmente, o condutor que ingerir qualquer quantidade de bebida alcoólica e for submetido à fiscalização de trânsito está sujeito a multa no valor de R$ 1.915,40 e suspensão do direito de dirigir por
12 meses. Em caso de reincidência, o valor da multa é dobrado.

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