Crítica

Obama diz que senadores falharam com povo ao negar controle de armas

Senado rejeitou restrição de armas para suspeitos de terrorismo; ''Covardia'', disse a TV o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47

Washington - A Casa Branca acusou senadores dos Estados Unidos ontem de uma "exibição vergonhosa de covardia" e disse que eles falharam com o povo norte-americano ao não adotar nenhuma medida de controle de armas após o pior ataque a tiros da história moderna dos EUA em Orlando, na Flórida, na semana passada.

"A violência das armas exige mais que momentos de silêncio", disse o presidente dos EUA, Barack Obama, no Twitter. "Ela exige ação. Ao fracassar neste teste, o Senado fracassou com o povo norte-americano".

Mais cedo, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, participou de programas de televisão matinais e repreendeu veementemente o Senado por rejeitar na segunda-feira quatro projetos de lei cuja finalidade era impedir o acesso de pessoas com possíveis elos com militantes a armas de fogo.

"O que vimos na noite passada no plenário do Senado dos Estados Unidos foi uma exibição vergonhosa de covardia", afirmou Earnest no canal MSNBC. "Não sei que outro termo usar", acrescentou.

"Tratavam-se de propostas de leis de senso comum", insistiu Earnest. "Os covardes são pessoas que falam com uma linguagem muito dura, com a esperança de que ninguém lhes peça para atuar e fazer algo. E isso é exatamente o que os republicanos têm feito", acrescentou.

"Eles não querem fazer nada porque têm medo da NRA", a Associação Nacional do Rifle, o poderoso lobby de armas. "É uma vergonha".

A votação ocorreu oito dias após o massacre em uma boate gay em Orlando, em que o atirador Omar Mateen matou 49 pessoas e feriu outras 53, antes de ser morto pela polícia. No ataque, o atirador usou um rifle AR calibre .223 e uma pistola 9mm semiautomática. Ambas as armas foram compradas legalmente.

Após a votação de segunda-feira, o Senado se distanciou do controle de armas, ao menos temporariamente, para debater uma tática diferente para combater ataques domésticos que possam ser inspirados pelo Estado Islâmico e outros grupos militantes estrangeiros.

Os democratas acreditam pouco na possibilidade de aprovar uma reforma antes das eleições presidenciais e legislativas no início de novembro.

Os senadores pretendem votar até quarta-feira projeto do senador John McCain, do Arizona, expandindo a capacidade do FBI de conduzir vigilância secreta em investigações de contraterrorismo.

Regulamentações
Uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada na semana passada revelou que 71% dos norte-americanos são a favor de regulamentações e restrições no mínimo moderadas para a venda de armas, incluindo 8 dos 10 democratas e seis dos 10 republicanos – essa cifra era de 60% no final de 2013 e no final de 2014.

Após o massacre de Orlando, Obama já havia criticado as leis que permitem fácil acesso a armas em seu país e exigiu que o Congresso aprovasse a legislação que impede os extremistas de terem acesso a armas de guerra.

No último sábado, o presidente voltou a criticar a falta de controle de armas afirmando que o fácil acesso a elas em seu país é algo inadmissível (assista abaixo).

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