Santa Casa

Semus vai antecipar verba para pagar grevistas de hospital

Profissionais da Santa Casa pararam atividades desde a semana passada, reivindicando salários atrasados

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

Enfermeiros e técnicos em enfermagem da Santa Casa de Misericórdia, em São Luís, reuniram-se na manhã de ontem com a titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), Helena Duailibe, em busca de uma solução que termine com a greve desses profissionais, iniciada no dia 20 deste mês. Na ocasião, a titular da pasta afirmou que viabilizará a antecipação da verba, proveniente do Sistema Único de Saúde (SUS), para o pagamento dos salários atrasados dos grevistas, que é sua principal reivindicação.

Iniciada no dia 20, a paralisação está sendo coordenada pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem e Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do Estado do Maranhão (Sindsaúde-MA). Desde o início do manifesto, apenas 30% dos trabalhadores se mantiveram em atuação na Santa Casa, para atender casos de urgências. Desde a semana passada, diversas cirurgias eletivas que seriam realizadas no período foram suspensas e ainda não há previsão de quando serão remarcadas.

Antecipação
Na manhã de ontem, a secretária de Saúde de São Luís, Helena Duailibe, se reuniu com o provedor da Santa Casa, Abdon Murad, e em seguida com os profissionais da unidade de saúde em greve, em busca de uma solução que ponha fim ao movimento.

A unidade de saúde é mantida hoje com os recursos provenientes do SUS para o custeio das despesas e, durante o encontro, a gestora afirmou que viabilizará a antecipação dessa verba para o pagamento dos salários atrasados. “Nós estivemos reunidos com o Abdon Murad para saber de que forma a secretaria poderia ajudar e vamos viabilizar a antecipação do pagamento da Santa Casa”, disse Helena Duailibe.

Atualmente, os recursos que mantêm a Santa Casa são federais, provenientes do SUS, e são repassados diretamente para as contas da Semus e essa, por sua vez, transfere o dinheiro para a unidade de saúde. Como se trata de um processo burocrático, Helena Duailibe disse que viabilizaria para hoje a antecipação do pagamento. Conforme apurou O Estado, essa antecipação seria em torno de R$ 200 mil.

Reivindicações
Em greve, enfermeiros e técnicos em enfermagem reivindicam o pagamento do restante dos salários referente ao mês de fevereiro, pois apenas 50% do valor foi pago. Os ma­nifestantes também reclamavam sobre o atraso no pagamento referente ao mês de março, mas ele foi efetuado na semana passada.

De acordo com Lucimary Santos Pinto, vice-presidente do Sindsaúde-MA, a antecipação da verba que vem do SUS não vai resolver por completo o problema do atraso, uma vez que essa mesma situação poderá ser vivenciada pelos trabalhadores nos próximos meses. Ela relatou ainda que muitos dos profissionais estão com férias vencidas há anos e que não está havendo o recolhimento dos encargos sociais como o INSS e FGTS.

“Temos de ter alternativas que resolvam definitivamente o problema e não medidas paliativas que protelem essa situação que mais tarde voltará a aparecer novamente”, afirmou Lucimary Santos, que frisou ainda que a paralisação segue por tempo indeterminado. Na sexta-feira, dia 29, está prevista uma reunião no Mistério Público do Trabalho (MPT).

De acordo com Abdon Murad, em média, 25 cirurgias são realizadas por dia na Santa Casa, mas esses procedimentos foram suspensos desde o início da greve. “Nós queremos revolver o problema. O Hospital está sendo prejudicando com essa situação”.

O provedor da unidade de saúde disse também que na semana passada ficou acordado com os representantes do Sindsaúde-MA que o restante do salário referente ao mês de fevereiro seria pago até a primeira quinzena do mês de maio. Com relação às férias, Murad afirmou que estão sendo pagas gradativamente.

SAIBA MAIS
Valores defasados

De acordo com Abdon Murad, a Santa Casa é mantida com uma verba do SUS que há 14 anos não é reajustada, enquanto as despesas apenas se elevam. Segundo ele, para um parto normal, o hospital recebe do SUS R$ 267,60, enquanto em um hospital particular, o plano de saúde paga um valor que varia de R$ 2.500,00 a R$ 3 mil. Maior ajuda dos governos federal, estadual e municipal é apontada por Murad como uma das soluções para reverter a crise financeira por que passa a Santa Casa,
em São Luís.

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