Levantamento

Casos de febre chikungunya aumentaram mais de 100%

Dados da SES mostram que só no primeiro trimestre deste ano foram confirmados 331 casos da doença no Maranhão; durante todo o ano de 2015, foram 434 registros, mas sem mortes

Jock Dean/ Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
Pé e perna inchados de paciente com febre chikungunya em São Luís
Pé e perna inchados de paciente com febre chikungunya em São Luís (Chinkungunya)

Durante todo o ano de 2015, foram notificados 434 casos de febre chikungunya no Maranhão. Destes, 138 foram confirmados por sorologia. Em 2016, somente até a 12ª semana epidemiológica – que equivale ao primeiro trimestre do ano - foram notificados, no estado, 983 casos da doença, com 331 confirmações por sorologia. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES). A semelhança entre os sintomas das três viroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti ainda confunde a população. Em São Luís, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), até o dia 12 deste mês, seis casos de febre chikungunya haviam sido confirmados este ano.
Ainda segundo o Município, foram notificados 619 casos de febre chikungunya em 2016, em São Luís. Comparando o total de casos confirmados em todo o ano de 2015 e o confirmado no primeiro trimestre deste ano, o aumento de casos confirmados da doença foi de 139,85%. Apesar do aumento, não há notificação de óbito por febre chikungunya no Maranhão, conforme informações da SES.
A SES informou ainda que 22 municípios maranhenses têm casos confirmados de febre chikungunya. São Luís é a cidade com o maior número de confirmações - 271 -, concentrando a maioria dos casos confirmados. O segundo município com maior número de confirmações é São João do Paraíso, na Região Tocantina, com 17 casos. Ainda na Região Metropolitana de São Luís, aparecem São José de Ribamar, com nove confirmações, e Paço do Lumiar, com cinco casos confirmados.
De acordo com a SES, o número de notificações da febre chikungunya neste ano é duas vezes maior do que as de zika. Em 2016, até a 12ª semana epidemiológica, foram notificados no Maranhão 983 casos da doença, com 331 confirmações por sorologia. Enquanto isso, 496 notificações de zika foram feitas até o fim de março, com 220 casos confirmados clinicamente. O número de casos notificados de chikungunya no ano passado era de 434, com 138 confirmações.

Microcefalia
O zika, no entanto, traz uma preocupação a mais, sobretudo para as gestantes por causa dos casos de microcefalia. A SES informou que até o dia 18, no Maranhão, de acordo com o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), o total de casos notificados de microcefalia de 2015 a 2016 é de 240. Destes, 42 casos de microcefalia foram descartados e 90 confirmados. Estão sob investigação 108 casos em 79 municípios maranhenses. São Luís segue como a cidade com maior número de casos notificados, 25, seguida de Imperatriz, sete notificações, e Paço do Lumiar, com quatro.
Ainda segundo o último boletim divulgado pela SES, ocorreram seis óbitos decorrentes do zika vírus, que estão em investigação nas cidades de São José de Ribamar (1) em dezembro de 2015; Pedreiras (1) em fevereiro de 2016; São Luís (1), Tutoia (1) e Serrano do Maranhão (1) em março de 2016 e Imperatriz (1) em abril de 2016.

Dengue
A dengue, velha conhecida da população entre as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, foi confirmada em 58 dos 1.140 casos notificados, segundo a Semus, de 1º de janeiro a 12 de abril. Os dados se referem a pacientes que deram entrada em hospitais das redes pública e privada de São Luís com sintomas específicos, como febre alta, dores no corpo e, em alguns casos, náuseas.
A SES informou que o Ministério da Saúde (MS) padronizou em todo o território nacional o diagnóstico clínico e laboratorial para esses agravos de saúde pública. O Brasil adota um protocolo de condutas que prioriza o acompanhamento da evolução da doença baseado no reconhecimento de elementos clínico-laboratoriais e de condições associadas, que podem ser indicativos de gravidade. Para confirmação laboratorial dos casos suspeitos, as amostras são enviadas para o laboratório de referência, que é o Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen/MA).

Prevenção
Na prevenção, os cuidados são os mesmos para as três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Deve-se evitar água parada, mantendo reservatórios ou qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos, evitar também o acúmulo de lixo e realizar o descarte de dejetos adequadamente. Só que nem sempre os cuidados tomados em casa evitam o aparecimento dos sintomas. Como no caso de Rafael Moscoso. “A gente toma muito cuidado aqui em casa. Não temos vaso de plantas e não deixamos água acumulada, mas no nosso bairro há muitas áreas descuidadas”, lamentou.
Por isso as autoridades de saúde alertam que é fundamental a participação de todos no combate ao mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em qualquer lugar ou recipiente que acumule água, como poças, caixas-d'água, barris, tambores, vidros, potes, pratos, tanques, cisternas, garrafas, latas, panelas, calhas de telhados, bandejas de geladeira e de ar-condicionado, bacias, vasilhas de água para animais, aquários, drenos de escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas, tocos, bambus e muitos outros onde a água da chuva é coletada ou armazenada.

Municípios com casos confirmados de febre chikungunya

Alcântara, Apicum-Açu, Bacabeira, Cantanhede, Codó, Cururupu, Godofredo Viana, Itapecuru-Mirim, Matões, Miranda do Norte, Nina Rodrigues, Paço do Lumiar, Pedreiras, Rosário, São Luís, Santa Rita, São José de Ribamar, São João do Paraíso, Senador La Rocque, Serrano do Maranhão, Vargem Grande e Vitorino Freire.

Municípios com casos confirmados de microcefalia

Açailândia, Alcântara, Amarante do Maranhão, Anapurus, Apicum-Açu, Axixá, Barra do Corda, Bom Lugar, Buritirana, Chapadinha, Coelho Neto, Colinas, Coroatá, Davinópolis, Dom Pedro, Fortaleza dos Nogueiras, Grajaú, Governador Edson Lobão, Humberto de Campos, Imperatriz, João Lisboa, Lagoa Grande do Maranhão, Lima Campos, Mata Roma, Miranda do Norte, Paço do Lumiar, Paraibano, Pindaré-Mirim, Pio XII, Porto Franco, Presidente Dutra, Presidente Vargas, Santo Antônio dos Lopes, São Benedito do Rio Preto, São Domingos do Azeitão, São José de Ribamar, São Luís, Senador La Roque, Timon, Trizidela do Vale, Urbano Santos e Vargem Grande.

De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas das três doenças são:

Dengue

Dor de cabeça: intensa

Manchas: a partir do 4° dia (30 – 50% dos casos)

Febre: acima de 38°C (4 – 7 dias)

Coceira: leve

Inchaço nas articulações: raro

Acometimento neurológico: raro

Dor articular: leve

Dor nos músculos: intensa

Manifestações Hemorrágicas: moderadas

Chikungunya

Dor de cabeça: moderada

Manchas: a partir do 2° ao 5° dia (50% dos casos)

Febre: acima de 38°C (2 – 3 dias)

Coceira: leve

Inchaço nas articulações: frequente (moderada a intensa)

Acometimento neurológico: Raro

Dor articular: frequente (moderada a intensa)

Dor nos músculos: intensa

Manifestações Hemorrágicas: leve

Zika

Dor de cabeça: moderada

Manchas: a partir do 1° ou 2° dia (90 a 100% dos casos)

Febre: até 38°C (1 – 2 dias)

Coceira: moderada a intensa

Inchaço nas articulações: frequente (leve intensidade)

Acometimento neurológico: mais freqüente que Dengue e Chikungunya

Dor articular: moderada

Dor nos músculos: moderada

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