opinião

Crimes macabros

editorial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

O noticiário policial no Maranhão tem sido pródigo em crimes macabros. Multiplicam-se as decapitações, mutilações e esquartejamentos, para assombro de uma população visivelmente acuada pela violência. Habitado por bandidos cada vez mais sanguinários, o estado produz com freqüência cenas chocantes de barbárie, que se sucedem à medida que avançam o tráfico de drogas e a guerra entre facções criminosas.

O episódio macabro mais recente aconteceu ontem e abalou a comunidade da Vila Esperança, na zona rural de São Luís, logo ao amanhecer. O corpo esquartejado de um homem foi abandonado pelos algozes na principal avenida do bairro e foi descoberto por cães, atraídos pelo cheiro de carne humana. Sem saber por onde começar a investigação, a polícia tomou uma atitude inusitada e sinistra: deixou a cabeça à mostra, em via pública, para que alguém reconhecesse a vítima.

Outro crime monstruoso chocou a cidade de Pedreiras, no último dia 12. Não satisfeitos em assassinar um adolescente de 14 anos, os autores esquartejaram o corpo e extraíram o coração, deixado próximo a uma casa no bairro Diogo. Em pânico, a população deu ampla repercussão à barbárie nas ruas e nas redes sociais. Presos, os autores deram detalhes do crime à polícia e confessaram que comeram o fígado da vítima. Mais cruel impossível.

De volta à capital, também ganhou destaque na mídia o caso de um homem cujo corpo foi entregue pelo Instituto Médico Legal (IML) à família sem a cabeça. Com a recusa da mãe em sepultar o filho daquela forma, a polícia retomou as investigações e encontrou a parte que estava faltando, possibilitando o funeral.

No dia 6 deste mês, foi proferida a sentença de 18 anos e seis meses ao servente Antônio de Jesus Costa Ferreira, conhecido como Antônio Biguara, que em 18 de julho de 2013 matou, esquartejou e abandonou o corpo de Francisco João de Sousa, seu colega de serviço, dentro de uma mala próximo ao antigo Cine Monte Castelo. Nesse caso, chamou atenção a celeridade do julgamento de um crime que causou forte comoção social. Se todos os crimes do tipo fossem elucidados e punidos com igual agilidade, talvez os sanguinários recuassem.

Em algumas situações, não é difícil identificar criminosos com tendências sanguinárias, pois muitos fazem questão de exibir sua crueldade. Por outro lado, há indivíduos que se mantêm ocultos, prontos para agir a qualquer momento e em qualquer lugar.

Ante o aumento dos crimes macabros em todo o Maranhão, torna-se necessário e urgente maior investimento policial na prevenção desses casos, praticados, em sua maioria, por psicopatas, que permanecem à solta, sobretudo por deficiência técnica do sistema de segurança pública.

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