Diplomacia

Potências defendem no Japão um mundo sem armas nucleares

Integrantes do G7 também fizeram um apelo para intensificar a luta contra o EI; americano John Kerry foi primeiro secretário de Estado e o principal funcionário do governo dos EUA a viajar a Hiroshima, onde visitou memorial de vítimas do ataque

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
(Diplomatas do G7 se preparam para deixar coroa de flores no Memorial de Hiroshima)

Tóquio - Os chefes da diplomacia dos países do G7 defenderam ontem no Japão um "mundo sem armas nucleares", em uma declaração conjunta após a histórica visita do americano John Kerry ao memorial de vítimas do ataque nuclear de Hiroshima.

As sete potências também fizeram um apelo para "intensificar e acelerar" a luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, ante a "ameaça mundial de terrorismo", em outro comunicado publicado após uma reunião de dois dias em Hiroshima, oeste do Japão.

A reunião preparatória dos ministros das Relações Exteriores dos países do G7, antes da reunião de cúpula do fim de maio no Japão com os chefes de Estado e de Governo, abordou sobretudo o desarmamento e a não proliferação nuclear.

"Reafirmamos nosso compromisso para buscar um mundo mais seguro para todos e criar as condições para um mundo sem armas nucleares", afirmam na Declaração de Hiroshima, que cita entre os desafios "as repetidas provocações da Coreia do Norte".

Os ministros das sete potências destacaram a importância do encontro, "71 anos depois da Segunda Guerra Mundial, cenário de um horror sem precedentes no mundo".

"Ao longo dos anos, aconteceu uma redução significativa dos arsenais nucleares dos Estados dotados com armamento nuclear", celebraram os ministros, ao mesmo tempo que pediram mais "transparência".

Coreia do Norte
John Kerry ameaçou ontem "aumentar" a pressão contra a Coreia do Norte por seu programa nuclear, mas disse que o governo dos Estados Unidos está "disposto a negociar" um tratado de paz na península coreana.

"Ainda é possível aumentar (a pressão), isto dependerá das ações de Pyongyang. Mas estamos dispostos a negociar um tratado de paz na península coreana", afirmou.

"Estamos dispostos a negociar um acordo de não agressão, estamos dispostos a negociar uma ajuda econômica", disse Kerry, mas "tudo isto depende" da vontade da Coreia do Norte para voltar à mesa de negociações, interrompidas em 2008, sobre uma possível desnuclearização da península coreana.

Nunca foi assinado um tratado de paz para acabar com a guerra da Coreia (1950-1953) entre o Sul e o Norte.

Hiroshima
John Kerry, primeiro secretário de Estado e o principal funcionário do governo dos Estados Unidos a viajar a Hiroshima, visitou ao lado dos colegas o museu Memorial da Paz, que recorda o bombardeio atômico que devastou a cidade e deixou 140.000 mortos em 6 de agosto de 1945.

"Isto nos recorda, com força e dureza, que temos não apenas a obrigação de acabar com a ameaça das armas nucleares, mas também devemos fazer todo o possível para evitar a guerra", escreveu Kerry no livro de ouro do memorial.

Frase

“Reafirmamos nosso compromisso para buscar um mundo mais seguro para todos e criar as condições para um mundo sem armas nucleares"

Trecho da Declaração de Hiroshima

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