Novela

"Velho Chico" estreia com qualidade estética e boa história

Com uma narrativa mais lenta para os padrões das novelas, atualmente, “Velho Chico” estreou na segunda, na Rede Globo, impressionando pelas belas cenas

Bruna Castelo Branco/ Do Alternativo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Rodrigo Santoro e Selma Egrei em cena de "Velho Chico"
Rodrigo Santoro e Selma Egrei em cena de "Velho Chico" (Velho Chico)

SÃO LUÍS - Relação de explorados e exploradores, briga de poderosos e uma seca que castiga o gado e a gente mais humilde do sertão nordestino em plena década de 1960 do século XX, mais precisamente, na cidade fictícia de Grotas, interior baiano. Por outro lado, na capital, Salvador, os jovens vivem o clima da liberdade sexual e do amor sem fronteiras que inspiraram o movimento Tropicalista. Esse é o contexto que se desenvolve a novela “Velho Chico”, que estreou na segunda-feira no horário das 21h, na Rede Globo. “Velho Chico” já chega com ares de um novelão tradicional, com cenas cheias de belas paisagens e atuações fortes.

Assinada por Benedito Ruy Barbosa, autor de novelas clássicas como “Renascer” (1993) e ”O Rei do Gado” (1996) e com a direção competente de Luiz Fernando Carvalho, conhecido por assinar produções com qualidade de cinema, “Velho Chico” começou marcada pela expectativa tanto pela participação de Tarcísio Meira como pelo retorno do ator Rodrigo Santoro às novelas brasileiras, além dos cenários, um elenco primoroso e personagens que fazem parte do imaginário coletivo do público brasileiro.

A novela versa sobre o conflito entre poderosos e idealistas que se arrastam por três fases e afetando várias gerações. A primeira fase brindou o público com a atuação do veterano Tarcísio Meira interpretando o Coronel Jacinto de Sá Ribeiro, um homem temido na região, que abusa das empregadas da fazenda e explora trabalhadores da agricultura e que é confrontado pelo capitão Rosa (Rodrigo Lombardi), um idealista que luta por uma vida mais justa para o povo da região. Todo o primeiro capítulo teve como eixo a briga entre os personagens de Tarcísio Meira e Rodrigo Lombardi, com diálogos fortes e clímax de tensão.

Com a morte do coronel, essa luta passará para o filho dele, Afrânio (Rodrigo Santoro), formado em Direito e vivendo de uma forma bem mais livre em Salvador, ele vai assumir os negócios da família. Esse é o ponto de partida para mais uma história de briga entre famílias e amores proibidos que já inspiraram diversas tramas.

Já no capítulo de hoje, Afrânio retorna à fazenda e se vê obrigado a assumir os negócios dos pais, mesmo tendo prometido à namorada Iolanda (Carol Castro) que irá assumir o romance com ela e viver longe da briga na fazenda.

Narrativa

Com um ritmo bem mais lento que o primeiro capítulo de “A Regra do Jogo”, no qual, a maior parte dos personagens já mostrou suas facetas que se desenrolaria no decorrer da trama, “Velho Chico” foi se apresentando aos poucos. Afrânio, por exemplo, filho do coronel, aparece como um homem apaixonado e que quer curtir a vida bem distante dos conflitos de terra na fazenda. Até mesmo os conflitos entre a família Sá Ribeiro e o capitão Rosa foram mostrados devagar, criando uma expectativa ao público.

Bons diálogos e personagens bem construídos, uma fotografia exuberante que mostra as marcas e as cicatrizes de um Nordeste castigado pela seca, além de uma trilha sonora marcante que tem músicas de Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Xangai, Maria Bethânia, Gal Costa e Caetano Veloso, “Velho Chico” pode ser considerada um novelão tradicional e que vai contando a história sem pressa.

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