Retaliação?

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

O deputado Edilázo Júnior (PV), primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, trouxe ontem, em discurso na tribuna da Casa, uma grave denúncia, que, confirmada, pode mostrar como o governador Flávio Dino (PCdoB) usa o governo para perseguir quem ousa atentar contra ele ou os seus.
De acordo com Edilázio, Dino decidiu abrir, logo que assumiu o governo, processo disciplinar contra os policiais que, durante a campanha eleitoral de 2014, abordaram e revistaram o carro de um dos seus irmãos, sob suspeita de estar levando, irregularmente, material de propaganda e dinheiro de campanha.
“Vou deixar um fato que talvez nem a imprensa tenha conhecimento. Talvez poucos maranhenses tenham o conhecimento. Durante a campanha de governo, houve uma revista no carro do irmão do governador Flávio Dino, salve engano, vindo de Imperatriz para cá ou indo de São Luís para Imperatriz. E foi pedido pelo governador que fosse aberto um inquérito em cima desses policiais. A Procuradoria do Estado já está fazendo isso, para que sejam expulsos da corporação, porque tiveram a ousadia de revistar o carro do irmão do governador. Mais na frente eu vou trazer o número desse pedido, que já se encontra lá na Procuradoria do Estado”, revelou Edilázio.
Para ele, é grave a situação porque revela o clima de perseguição que pode estar havendo no governo.
O líder governista Rogério Cafeteira (PSC), mesmo sem a devida informação do caso, tentou justificar o governo, alegando que, se os policiais se excederam na revista, devem mesmo ser processados.
Aguarda-se agora o processo que Edilázio prometeu levar à tribuna, com os argumentos contra os policiais que ousaram revistar um Dino.

Risco à vista
O clima de tensão que marca os dias que antecedem as manifestações políticas do dia 13 exige posicionamento duro do Governo do Estado.
Parlamentares e movimentos sociais querem do Governo do Estado - de viés abertamente ligado ao PT - que garanta a segurança dos que são contra o governo.
O problema é que secretários do próprio governo já declararam que vão às ruas para fazer o contraponto aos que querem a saída de Dilma Rousseff.

Emudecidos
Líderes do PSDB no Maranhão mantêm silêncio absoluto em relação aos episódios envolvendo o governo Dilma Rousseff e o PT.
Alinhados ao governo Flávio Dino (PCdoB), os tucanos preferem fazer vista grossa em relação à crise.
Vão na contramão do partido em todo o país, que está na linha de frente das manifestações do dia 13.

Bateu, levou
O artigo do deputado Adriano Sarney, "Mais Impostos, Menos Empresas", publicado na edição de fim semana de O Estado, provocou forte reação do governador, que atacou de maneira pessoal o parlamentar nas mídias sociais.
No texto, Adriano analisou a política econômica e industrial do governo estadual.
Diante da agressão, o deputado rebateu, também em rede social: "A reação do governador mostra que ele não tem postura para o cargo. Fez apenas agressões pessoais e não deu nenhum argumento para defender seu governo".

Não é do ramo
O deputado-secretário Neto Evangelista (PSDB) sonha em voltar à sucessão, mas perde uma oportunidade atrás da outra de se reinserir no debate eleitoral em São Luís.
Os episódios do fim de semana, envolvendo partidários e contrários ao governo do PT, cairiam como luva para que o tucano manifestasse seus pontos de vista.
Mais uma vez, porém, ele preferiu manter-se escondido das polêmicas.

Esquivou
O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Rogério Cafeteira (PSC), saiu-se com esse argumento para defender a postura de Márcio Jardim no caso já conhecido nacionalmente como o “assassinato do Pixuleco”.
Disse que o governador Flávio Dino (PCdoB) é tão democrático que não interfere na vida partidária de seus auxiliares.
Se esquivou, contudo, de falar da gravíssima atitude do secretário, que chegou a intimidar policiais na Maria Aragão.

Justiceiro
O deputado petista Zé Inácio repudiou ontem, na tribuna da Assembleia, a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Polícia Federal.
Ele afirmou que a ação policial foi desproporcional, desnecessária e ilegal. Ele citou a crítica do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio, ao ato.
- Lula foi submetido a um linchamento midiático - disse.

De saída
O deputado estadual Rogério Cafeteira, líder do Governo na Assembleia Legislativa, já não esconde mais de ninguém que deve mesmo deixar o PSC.
A dúvida que permanece, ainda, é apenas sobre o seu destino: existe um convite para o PSB, feito pelo chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, mas o parlamentar também “namora” o PCdoB.
A troca deve ser confirmada em breve, antes do fechamento da janela que permite aos deputados mudar de siglas sem perder o mandato.

E MAIS

• O deputado estadual Zé Inácio (PT) também participou dos atos que resultaram na destruição do boneco “Pixuleco”, na praça Maria Aragão.

• O clima tem pesado entre os secretários Hélio Soares e Lula Fylho, por conta da articulação política do prefeito Edivaldo Júnior (PDT).

• O deputado federal Júnior Marreca (PEN) se prepara para entrar na disputa pela Prefeitura de Itapecuru-Mirim.

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