A endometriose é uma doença que atinge muitas mulheres hoje em dia - acredita-se que de 10 a 15% da população têm o diagnóstico - e que gera muitas dúvidas. Entre os principais sintomas, é possível destacar cólica menstrual em graus variados; dificuldade para engravidar, presente em 30% a 40% das mulheres com endometriose; alterações intestinais durante o período menstrual, entre outros. O crescente número de diagnóstico dessa doença faz com que as mulheres busquem mais informações sobre o tema. O ginecologista e obstetra Tomyo Arazawa responde cinco dúvidas que as pacientes levam ao consultório dele.
Mulheres com endometriose têm muita dor?
A dor é um dos maiores sintomas da doença. Em geral, as pacientes têm muita cólica menstrual, dor na relação sexual de profundidade, dor intestinal no período menstrual, dor para urinar no período menstrual e dor pélvica crônica. Em casos mais severos, a dor impacta na qualidade de vida da mulher causando o isolamento social e a diminuição da vontade de ter relações sexuais, por exemplo. Outras mulheres, por outro lado, podem não sentir dor nenhuma.
A endometriose aumenta o risco de câncer?
Estudos mais recentes têm mostrado uma pequena correlação entre o antecedente de endometriose e alguns tipos de câncer, principalmente o câncer de ovário. Essa correlação, porém, ainda não está bem estabelecida pelos estudos disponíveis.
A endometriose pode ser hereditária?
De acordo com informações da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva, estudos com mulheres gêmeas demonstraram que dentre os fatores de risco para endometriose o caráter hereditário está presente em 51% dos casos. Vários genes podem estar alterados em mulheres com endometriose, por isso, a doença é considerada poligênica, um tipo de herança genética. Casos de endometriose na família é fator de alerta para as mulheres.
Mulheres com endometriose podem engravidar?
Na maioria dos casos, as mulheres conseguem engravidar sim. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível realizar o sonho da maternidade, mesmo após a doença detectada. Porém, com a doença, a dificuldade de engravidar aumenta. A endometriose é a maior causa de infertilidade feminina. Mais de seis milhões de brasileiras na faixa etária de 20 a 40 anos apresentam o diagnóstico, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE). Dessas, cerca de 30% a 40% terão dificuldades para engravidar. Mas, não há motivos para desânimo, o Brasil é referência internacional no diagnóstico e tratamento de pacientes com endometriose.
A endometriose tem cura?
A endometriose é uma doença crônica que até o momento não tem cura definitiva. Dentre os tratamentos disponíveis, a cirurgia é a que tem a maior perspectiva de melhora próxima à cura. Ainda assim, há chances de recidiva ao longo dos anos. Após a menopausa, com a queda dos hormônios femininos, as lesões de endometriose regridem e com isso os sintomas tendem a melhorar.
Ressonância magnética pélvica ajuda no diagnóstico
Em função da dificuldade de diagnóstico da endometriose, doença caracterizada pela presença de endométrio – tecido que reveste o interior do útero – em outros órgãos como bexiga, intestino, ovários e trompas, apenas por meio da consulta de rotina, os exames de imagem são os mais recomendados para indicar a provável presença da doença. Dentre eles, a ressonância magnética demonstra maior sensibilidade e especificidade para avaliar mulheres com o problema.
De acordo com o radiologista Sylvio Batista, da iMedical, a ressonância magnética é capaz de detectar endometrioma e endometriose profunda, mais difíceis de serem indicadas por exames de ultrassonografia. “A ressonância magnética é um dos exames fundamentais para diagnóstico da doença. Em caso positivo, o ginecologista deve ainda solicitar exames laboratoriais específicos para confirmar a patologia”, ressalta o médico.
O exame não necessita de aplicação de contraste e detecta alterações no tecido fibrótico cicatricial e alterações sanguíneas decorrentes da endometriose, em complementação à ultrassonografia com doppler colorido.
“Se comparado a outros exames de imagem, se destaca por identificar as aderências e demonstrar e avaliar a extensão das lesões não–visíveis ao exame de laparoscopia. Com sensibilidade acima de 90% para endometriose profunda”, diz Sylvio Batista.
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