Abandonados

População de animais de rua em São Luís cresce e preocupa

Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) de São Luís, órgão responsável pelo controle de animais, não tem sede fixa, atualmente; construção de nova sede está em curso, mas enquanto isso animais de rua proliferam

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

SÃO LUÍS - Cães e gatos proliferam e são abandonados pela população em diversos pontos da cidade, locais em que até recebem alimentação de alguns protetores de animais. Mes­mo assim, sem os cuidados adequados e necessários, eles representam risco para a população humana. Assim que estiver instalada em sede própria, a Unidade de Vigilância em Zoonoses da capital deve intervir na situação.

Eles estão nas feiras e mercados, vagando nas ruas ou deitados em calçadas. Os cães e gatos abandonados nas ruas, que muitas vezes passam despercebidos por muita gente, representam uma das principais questões de saúde pública de São Luís e que necessitam, principalmente, da colaboração da população para ser resolvida.

Na Avenida Vitorino Freire, um ponto do calçadão ao longo do Rio das Bicas se firmou como área de abandono de gatos. No local, há dezenas de felinos adultos e filhotes. Apesar dos avisos deixados alertando que é crime e, principalmen­te crueldade, abandonar um animal, a prática ainda é comum. Tam­bém há avisos alertando para que não sejam deixados filhotes no local, porque eles não sobrevivem nessas condições. Mas isso também é ignorado e muitos filhotes que lá se encontram hoje estão definhando.

Mesmo que muitos protetores e outras pessoas compadecidas da situação coloquem comida para os animais, ainda faltam muitos cuidados. E quem pode pagar pela irresponsabilidade dos que abandonaram esses animais é toda a população.

Abandono
De acordo com o coordenador da UVZ de São Luís, João Batista Pires, não há hoje uma forma de mensurar a população de animais de rua. Mas esses animais que são vistos nas ruas podem ser classificados em peridomiciliados e abandonados. No primeiro caso, o ani­mal tem dono e domicílio, mas passa o dia na rua.

No segundo, estão os animais que muitas pessoas descartam como se fossem “coisas” e não vi­das. É isso o que acontece no calçadão da Avenida Vitorino Freire, e o coordenador chama a atenção para a situação. “Há pessoas que abandonam os animais ali e as protetoras, que cuidam da alimentação deles. Aquilo não é o ideal. Não pode acontecer”, disse ele.

O coordenador ressalta que o risco vem primeiramente para o animal e pode se estender ao ser humano. Por mais que haja cuidadores voluntários, uma solução efetiva só poderá ser encontrada com a conscientização de todos.

“O bem-estar do animal requer local, alimentação, espaço e cuidados adequados, além de acompanhamento veterinário. Não dá para proteger animal na rua. Mas devemos deixar claro que não são os protetores os culpados. São as pessoas que estão abandonando os animais.

Os protetores estão tentando cuidar, com o dinheiro deles, dispensando tempo, acompanhan­do e dando o mínimo necessário para o animal, a comida e água. A população precisa entender que o animal precisa ser respeitado”, afirmou João Batista Pires.

Intervenção
Ainda de acordo com o coordenador, uma solução para essa e outras situações que já estão instaladas é o controle de natalidade, por meio da castração. Isso só poderá ser feito com a entrega da nova se­de da UVZ de São Luís, que hoje tem o quadro administrativo funcionando provisoriamente em uma parte do prédio do Centro de Saúde Carlos Macieira, no bairro Sacavém.

“Assim que os nossos canis estiverem prontos, vamos mexer nessa situação. Vamos fazer a castração dos machos de rua. Vamos pegar esse animal, trazer para a UVZ, castrar, vacinar, identificar e ele vai ser devolvido para o local onde foi encontrado. É isso que outras grandes cidades estão fazendo, para ter o controle de natalidade”, explicou João Batista Pires.

Enquanto isso, as ações que vêm sendo desenvolvidas em relação a essa questão são a educação e saú­de em escolas da rede municipal de ensino e o planejamento de ativi­dades em feiras e mercados da capital, locais que concentram mui­tos animais. “Tivemos uma reunião com os representantes da Secretaria de Agricultura para que a gente faça uma interação nesses locais, em questão de educação e saúde e depois a retirada desses animais das feiras e mercados”, adiantou o coordenador.

SAIBA MAIS
Nova sede do UVZ somente em abril

O Centro de Controle de Zoonoses em São Luís funcionou por quase 30 anos no Campus Paulo VI da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), no São Cristóvão. O imóvel foi fechado pela Prefeitura para reforma e ampliação. No entanto, a Uema solicitou que o centro fosse instalado em outro local, pois a instituição precisa do espaço. Desde então, as atividades do Centro, que hoje é Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), estão limitadas. Hoje, a UVZ tem a parte administrativa no Sacavém e faz ações de vacinação enquanto aguarda a entrega de sua nova sede. Segundo João Batista Pires, o prédio contará com cinco canis e quatro gatis, uma sala para castração e um ambulatório, para triagem. Ainda de acordo com ele, a previsão é que isso ocorra em abril. “Se não tiver nenhum imprevisto, essa parte deve estar pronta”, disse.

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