Coluna

Cocais Maranhenses

Região rica em muitos riachos e grandes áreas verdes, que surpreende os visitantes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51
A antiga fábrica têxtil virou o Centro Cultural Caxiense
A antiga fábrica têxtil virou o Centro Cultural Caxiense

A região dos Cocais Maranhenses, formada por 17 municípios, entre eles Caxias, Codó, Coelho Neto, Coroatá e Timon, que são os mais populosos, se destaca pela exuberante floresta de palmeiras de babaçu, buritizais, rios e riachos. Na edição de hoje, a coluna mostra essa “floresta” de atrativos.
Nessa enorme área de transição, entre o Norte e o Nordeste, nos deparamos principalmente com uma selva incomum, próxima dos limites do Maranhão e Piauí. Por onde se olha, é possível avistar o babaçu, que é a árvore mais típica da região. Desse vegetal, se aproveita tudo. O buriti e a carnaúba também são palmeiras abundantes nas redondezas.
Nesse roteiro, o visitante deve fazer a primeira parada na cidade de Caxias, que é cortada pelo Rio Itapecuru e fica distante apenas 70 km de Teresina, capital piauiense. A “Princesinha do Sertão”, como é carinhosamente chamada, possui diversos roteiros turísticos e culturais. O município tem casas e edificações com fachadas no estilo português e ainda conserva boa parte de seu patrimônio histórico e arquitetura colonial.
Além de possuir vários afluentes que cercam a cidade, com diversos banhos naturais, Caxias é mundialmente conhecida por ser a terra de filhos ilustres, poetas como Gonçalves Dias, Coelho Neto, Teófilo Dias, Vespasiano Ramos e outros grandes nomes da literatura brasileira. Basta circular um pouco pelas ruas dessa charmosa cidade para perceber que, até os dias de hoje, Caxias ainda respira cultura. A Academia Caxiense de Letras é um dos orgulhos locais e concentra um grande número de personalidades e expoentes literários apaixonados por essa terra “onde cantam os sabiás”.

O Balneário Veneza, é a “menina dos olhos” dos caxienses
O Balneário Veneza, é a “menina dos olhos” dos caxienses

Num passeio, percebe-se a rica arquitetura da cidade, com casarões seculares, praças, mirantes e igrejas bem conservadas. Para lazer e diversão, o principal ponto de visitação é o Balneário Veneza. Um grande lago de água mineral, que brota do solo e tem o fundo composto de lama medicinal com alto teor de enxofre, que serve para o tratamento de doenças de pele e atrai banhistas até de outros estados.
Na cidade, pode-se degustar um pouco da sua culinária típica da região, que tem a “galinha ao molho pardo”, temperada com o sangue da própria ave, como principal prato regional. Uma verdadeira delícia, que é servida com pirão (mistura de caldo e farinha) e salada.
Saindo de Caxias, pela rodovia, chega-se à cidade de Timon, que fica a apenas 60 km. O município faz divisa com Teresina e fica na margem esquerda do rio Parnaíba. Por lá, fica a impressão de que a cidade integra a Região Metropolitana da capital piauiense. De tão próxima, é quase um “bairro” da vizinha metrópole.
Os principais atrativos da cidade são os diversos “banhos” de riachos que cortam o município e viram as “praias” de todos os moradores, e até dos teresinenses. São grandes áreas que contam com restaurantes, pousadas, parques aquáticos e várias formas de lazer para todos os gostos e idades.
A culinária é baseada em pratos tradicionais, como carne de sol, piaba frita e deliciosa carne de bode ao leite de coco – influência da terra vizinha. Existem cerca de 55 balneários em Timon, que tornaram-se a maior vocação turística do lugar.
Nos encantamos, também, com o artesantado da região e a variedade de peças feitas à base da palha de buriti e casca de coco babaçu. A vida noturna é bastante barulhenta e muito diversificada. Bares com música ao vivo, opções gastronômicas e até boates, que funcionam nos finais de semana, tornam a cidade, bem agitada e alegre.

Mangue seco

Localizada no município de Raposa, na Região Metropolitana de São Luís, a praia de Mangue Seco está atraindo um grande número de visitantes, principalmente nos fins de semana. O motivo dessa procura é o clima de tranquilidade e a beleza primitiva do lugar, que fica ao lado da praia do Araçagi. Para se chegar até lá, basta seguir pela rodovia, que leva ao município de Raposa e entrar no primeiro acesso pavimentado à margem direita da rodovia, após o bairro Pirâmide. Certeza de bons momentos, peixe fresco, sol e mar.

Praias barulhentas
Frequentadores das Praias do Meio e Araçagi estão sendo bastante incomodados pelos “paredões” de som e o alto volume vindo dos carros. Não existe fiscalização para aplicação da lei da poluição sonora e o policiamento é ineficiente. O pior de tudo é que o serviço 190, da Polícia Militar, não atende aos chamados dos banhistas, que pedem o silêncio, o fim dessa prática nociva ao meio-ambiente e aos ouvidos. Todos querem escutar apenas o belo som das ondas do mar.

Cadê os turistas?
O número de passageiros no aeroporto de São Luís, teve queda acentuada em 2015. Até no período das férias de janeiro, Carnaval e no período junino, onde se observava um grande número de turistas circulando pela capital maranhense, foi registrada baixa taxa de visitantes. Dados da Infraero apontam diminuição de 8% no fluxo de passageiros no Aeroporto de São Luís. Se por um lado a crise econômica é uma das causas dessa baixa, por outro lado, a ineficiência das ações de divulgação das potencialidades turísticas de São Luís e do restante do Maranhão, também contribuem para esses péssimos números. Faz bastante tempo que falamos das ações eventuais promovidas pelos órgãos competentes, que além de não valorizar os profissionais locais, não chega ao grande público consumidor, que viaja de forma regular no país.

Teresina e o corso
Quase tudo pronto para a maior folia da capital piauiense. Trata-se do Corso de Teresina, que leva uma multidão para a região central da cidade e já entrou no Guinness Book (Livro dos Recordes) como o maior do mundo. As inscrições para os blocos e caminhões, que são todos decorados e
participam até de concurso, já estão abertas e vão
até o dia 29 deste mês. O Corso do Zé Pereira de Teresina acontecerá dia 30 e promete ser bastante animado. Um dos blocos mais requisitados é o “Arre Égua”, que terá serviço de buffet, som próprio, banheiro e toda estrutura para garantir a
segurança e a animação do folião.

Dicas importantes

A viagem de carro, saindo de São Luís, é a forma mais comum de se deslocar, aos destinos desta edição da coluna.
É comum na região o uso indevido e inadequado de carros com som em alto volume, quebrando o clima de tranquilidade da cidade. Uma pena. Evite circular no turno da noite pela rodovia, que tem tráfego intenso de motos e caminhões, além da falta de policiamento. Timon, não dispõe de uma rede hoteleira satisfatória. O ideal é o visitante se hospedar na capital piauiense. Os hotéis da Rede Arrey, são boas opções (www.grupoarrey.com.br) e possuem tarifas diferenciadas para cada perfil de hóspede.

Como chegar

De avião: pode-se ir até Teresina e, de lá, alugar um carro e seguir até as cidades de Caxias e Timon, que ficam próximas (www.localiza.com ou 0800-979-2000).
De ônibus: passagem a partir de R$ 45,50 (www.viajeguanaba
ra.com.br).
De carro: saindo de São Luis é só seguir pelas BR-135 e BR-316, na rodovia São Luís-Teresina.

O que levar

Devido ao clima quente e sol intenso da região, o ideal são as roupas leves e claras. Chapéu, boné e óculos escuros são essenciais. Ande sempre com uma garrafinha de água mineral. Jeans, camisas ou blusas para quem for sair à noite ou para os vários agitos da cidade. Filmadora
ou câmera fotográfica são indispensáveis
para lembrar para sempre essa viagem cultural, histórica e recheada de lazer.

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