FREETOWN
Uma mulher que morreu vítima de Ebola nesta semana em Serra Leoa possivelmente expôs ao menos 27 outras pessoas à doença, afirmou ontem uma agência de ajuda humanitária, aumentando o risco de mais casos justamente quando a epidemia mais letal já registrada parecia estar acabando.
Um dia antes, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que “todas as cadeias de transmissão foram interrompidas na África Ocidental”, significando que a região estava oficialmente livre da doença após uma epidemia de dois anos que matou mais de 11.300 pessoas.
Mas a OMS alertou para uma possível reincidência, já que sobreviventes carregam o vírus por meses. O novo caso em Serra Leoa é especialmente inquietante porque as autoridades falharam em seguir os protocolos básicos de saúde, de acordo com o relatório visto pela Reuters. Ele foi compilado por uma agência humanitária que pediu para não ser identificada.
A vítima, uma mulher de 22 anos chamada Mariatu Jalloh, começou a ter os sintomas no início do ano, mas a data exata é incerta, afirma o relatório. Estudante em Port Loko, a maior cidade de Serra Leoa, na província do Norte, Jalloh viajou para Baomoi Luma, perto da fronteira com a Guiné no final de dezembro.
A área de fronteira no norte de Serra Leoa, composta por um labirinto de canais, foi um dos últimos pontos considerados livres de Ebola, em 7 de novembro, e o contato para identificação da doença foi, por muitas vezes, prejudicado por dificuldade de acesso.
A OMS confirmou que a estudante fora internada num hospital de Magburaka, no norte do país e já próximo da fronteira com a Guiné-Conacri, e acabou morrendo depois de os testes terem confirmado a doença. A mulher, que se encontrava de férias com a família, morreu em casa e a sua morte foi comunicada a um hospital, que confirmou as causas.
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