Depredação

Centro Histórico sofre com a ação de vândalos

Reconhecido como Patrimônio Histórico pela Unesco, o conjunto arquitetônico de São Luís vem sendo constantemente depredado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51

[e-s001]Basta um rápido passeio pelo Centro Histórico de São Luís para perceber que o espaço, um dos bens mais preciosos do mundo moderno, vem sendo alvo de vândalos. São luminárias em estilo colonial quebradas, lixeiras depredadas, pichações nos casarões centenários e outros atos que também contribuem para a depredação do espaço.

Em 4 de dezembro de 1997, par­te do Centro Histórico foi declarada Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), por seu conjunto arquitetônico colonial português.

O título foi concedido ao perímetro de 60 hectares que congrega 1.400 imóveis. O acervo arquitetônico remonta aos séculos XVIII e XIX e conta com sobrados, solares e outras edificações de grande valor histórico. A preservação do casario foi um dos fatores essenciais para que o Centro Histórico de São Luís entrasse na relação de patrimônios mundiais a serem preservados.

[e-s001]Casos
Hoje, vândalos se opõem à preservação do espaço. Na Praça Nau­ro Machado, que foi reformada e entregue à população recentemente, uma das lixeiras de material reciclável foi arrancada do suporte. Na Casa do Maranhão, as paredes estão pichadas.

Próximo dali, no Beco do Barateiro (extensão da Rua Humberto de Campos), várias luminárias foram quebradas. A si­­tuação é semelhante na Rua Portugal, que tem o maior conjunto de fachadas com azulejos, e na Praça da Praia Grande, em frente à Casa do Maranhão.

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A Fonte das Pedras chegou a ser ocupada indiscriminadamen­te por moradores de rua e usuários de drogas, que dormiam nos bancos e deixavam roupas estendidas e muito lixo no local. Até ontem, essa situação havia mudado. Os ocupantes haviam deixado o local. Mas um dos tablados de madeira continuava com várias placas arrancadas, poden­do causar um acidente com os frequentadores.

Já em frente à Igreja de São João, motoristas estão deixando seus carros estacionados no pátio. Há uma sinalização vertical e horizontal, placas e faixa amarela, mas os condutores ignoram e deixam seus veículos parados às mar­gens da escadaria da igreja. Além disso, um banco de concreto do pátio foi destruído. Restaram apenas as armações de ferro.

[e-s001]Desafio
De acordo com o subprefeito do Centro Histórico, Fábio Henrique Carvalho Farias, o vandalismo é um grande desafio na área, apesar do valor que o espaço tem. “Estamos fazendo um esforço muito grande, com equipes fazendo a manutenção e conservação, para não deixar o espaço se degradar, sobretudo nas áreas revitalizadas recentemente. Essas ações são exitosas. No entanto, ainda encontramos muitas ações de vândalos nessa área”, disse.

Com essas ações, o Município tem realizado gastos dobrados com a conservação do espaço. “Há dois pontos que não podemos deixar de enfatizar. O primeiro é que se trata da nossa cidade. Nós, enquanto membros da população, temos de zelar pelo espaço que é nosso. E o segundo é que, sobretudo, é dinheiro público que está sendo gasto reiteradas vezes”, afirmou o subprefeito.

[e-s001]Ainda de acordo com ele, os reparos de luminárias que sofreram vandalismo são os mais custosos aos cofres do Município. “Essas estruturas de ferro fundido remontam aos prédios coloniais antigos e são caríssimas. Toda semana a gente tem luminárias quebradas nesse circuito da Praia Grande e Desterro. É uma pena”, declarou.

Fábio Henrique Carvalho Farias ressalta ainda que o combate ao vandalismo no Centro Histórico conta com a Guarda Municipal, o sistema de videomonitoramento e a atuação da Polícia Militar. Mas é preciso contar também com a população. “Existe uma coisa que é a reincidência. A maioria absoluta desses vândalos volta a fazer isso”, complementou.

Campanhas de conscientização já foram realizadas. No ano passado, foi realizada a campanha “Eu amo o Centro Histórico”. A intenção era mostrar à população a importância do espaço e que a obrigação de preservá-lo é de todos.

SAIBA MAIS
Situação é recorrente

Além das pichações e depredações, o subprefeito chama a atenção para um ato comum que pode ser considerado de vandalismo e é recorrente no Centro Histórico: estacionar ou transitar com veículos em áreas proibidas. “Existe um decreto que proíbe a circulação de veículos na Praia Grande. Essa é uma área extremamente sensível. Não podemos esquecer que há galerias subterrâneas do século XIX. Então, o estacionamento e a circulação excessiva de veículos nessa área irão degradar esse sistema”, ressaltou Fábio Henrique Carvalho Farias.

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