Segurança

Falta de vigilantes em escola leva estudantes a protestarem na rua

Há dois meses, o CEM Estado do Rio Grande do Norte, no Radional, está sem vigilância, e os alunos reclamam da insegurança causada pelos constantes assaltos na área; eles temem invasão na escola

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

O Centro de Ensino Médio (CEM) Estado do Rio Grande do Norte tem cerca de mil alunos matriculados nos ensinos fundamental e médio. O bairro Radional, onde fica a escola, é considerado uma área de risco, por isso, a retirada dos vigilantes preocupou os alunos, que protestaram na manhã de ontem, interditando parcialmente a Avenida dos Franceses. “A escola tinha segurança, mas há dois meses nós ficamos sem. Já reclama­mos na diretoria da escola e disseram que já havia sido solicitado ou­tro à secretaria [de Estado de Edu­cação], mas até agora nada”, afirmou Otaviano Martins, 16 anos, estudante do 1º ano do ensino médio.

Os alunos decidiram protestar porque os assaltos na área são constantes e muitos estudantes já foram vítimas dos criminosos. Sem vigilante, eles temem que a escola seja invadida. “Agora, a gente até já mu­dou a rotina por causa do medo de invasão. Antes, nossa aula de educação física ia até as 19h, mas agora ninguém quer ficar na escola à noite, então, terminamos mais cedo o treino”, informou Otaviano Martins.

Violência
Além dos alunos do Centro de Ensino Estado do Rio Grande do Norte, estudantes do Colégio Pio XII também protestaram contra a falta de vigilância na escola. O medo dos alunos é justificado, pois a violência está cada vez mais presente no currículo escolar.

Nos últimos meses, em São Luís, foram vários os casos de escolas que foram alvo da ação de criminosos e estudantes vítimas de ataques, o que motivou diversos protestos pela cidade. No início de outubro, estudantes, professores e pais de alunos de 16 escolas públicas estaduais e municipais da área da Cidade Operária e Cidade Olímpica se reuniram em um ato pela paz e contra a violência nas escolas. O ato reuniu cerca de 5 mil pessoas.

No fim de setembro, em apenas quatro dias seis escolas da rede municipal de ensino foram alvo de vandalismo. Por causa da insegurança, estudantes das Unidades de Educação Básica (UEB) Santa Clara, na Santa Clara; Estudante Edson Luiz de Li­ma, na Gancharia, e Professor João de Sousa Guimarães, na Divineia, chegaram a ficar sem aulas. Outra escola que também teve as aulas suspensas por causa da violência foi a UEB Ana Lúcia Chaves Fecury, no São Bernardo, que foi alvo de vandalismo na madrugada do dia 20 de outubro.

Os casos de invasões foram os mais comuns. Nesse tipo de ação, paredes são pichadas, móveis são danificados e equipamentos, material de expediente, escolar e alimen­tos são roubados. Em algumas das ações, escolas chegaram a ser incen­diadas, como no caso da UEB Santa Clara, no dia 20 de setembro.

Relatando alguns crimes cometidos até dentro das escolas, o Minis­tério Público do Maranhão (MP), por meio da Promotoria de Educação, ajuizou Ação Civil Pública, requerendo mais segurança nas escolas. Entre os crimes citados na peça, aparecem também o tráfico de drogas, praticado nas dependências de unidades de ensino estadual e municipal.

NÚMEROS
23 escolas
foram invadidas em São Luís

12 professores foram assaltados
3 escolas incendiadas
9 professores pediram transferência por causa da violência

Dados: Sindeducação/2015

Ataques:

No dia 5 de novembro, durante uma discussão entre dois alunos da UEB Josué Montello, no Sacavém, um foi ferido à faca.
No dia 20 de outubro, um adolescente de 15 anos foi espancado por outros cinco jovens nas proximidades da Unidade de Educação Básica (UEB) Professor Sá Valle, no Anil. O aluno chegou a ficar em coma.
No dia 15 de outubro, uma estudante de 17 anos teve o pescoço cortado por três pessoas em frente ao Centro de Ensino Vinicius de Moraes, no do Olho d'Água. A estudante faleceu dias depois.
No dia 18 de setembro, uma adolescente de 13 anos foi ferida por estilhaços de vidros de uma janela que foi apedrejada na UEB Estudante Edson Luiz de Lima.

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