O Golden Park, instalado no Aterro no Bacanga, em São Luís, foi interditado ontem por tempo indeterminado após um acidente registrado na noite de segunda-feira, 14, que vitimou mãe e filha que estavam se divertindo em um dos brinquedos. O parque de diversões voltará a funcionar apenas quando for apresentada a documentação necessária que comprove que o local ofereça novamente segurança para os seus frequentadores.

A interdição aconteceu durante uma vistoria realizada pelo Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) e o Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão (Inmeq). No fim da atividade, o Procon notificou a direção do parque e entregou uma decisão cautelar de suspensão das atividades para que as medidas de segurança sejam adotadas e o parque seja reaberto em plena condição de funcionamento.

Interdição – A direção do parque de diversões terá um prazo de 10 dias para apresentar a sua defesa. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, as vistorias noturnas no parque são rotineiras e segunda-feira ocorreu uma inspeção em extintores e sinalização, como forma de prevenção de problemas de incêndio e pânico. Está prevista uma vistoria do Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim) no parque de diversões, sem data determinada, para apurar as causas do acidente.

“Nós vamos aguardar a perícia que será realizada pelo Icrim para verificar a funcionabilidade dos brinquedos. Vamos esperar também a apresentação das ARTs [Anotações de Responsabilidades Técnicas] para verificar se o equipamento estava em condições de uso”, disse o tenente Wellington Nadson, que integra o Grupamento de Atividades Técnicas (GAT) do Corpo de Bombeiros.

Sem segurança - De acordo com o presidente do Procon, Duarte Júnior, o parque de diversões foi fechado por não oferecer segurança para as pessoas que frequentavam o local. Ele informou ontem que a direção do Golden Park não apresentou, até o momento da vistoria, nenhum documento que autorizasse o funcionamento do parque no Aterro do Bacanga.

“Não há comprovação de que haja segurança para os consumidores que frequentam o parque de diversões. Por isso, nós estamos aplicando a sanção de interdição até que sejam apresentadas garantias de que o Golden Park tem condições de funcionar sem riscos à segurança dos consumidores”, disse Duarte Júnior.

Ele informou também que outras irregularidades foram encontradas durante a vistoria realizada na tarde de ontem. “Não há placas com informações e contra indicações para os frequentadores. Isso é inadmissível, pois a informação é um direito do consumidor”, disse. Além da interdição, a direção do parque poderá pagar multas caso não sane as irregularidades encontradas.

Acidente - Na noite de segunda-feira, Luzivânia Brito se divertia com sua filha de oito anos de idade no brinquedo “Polvo” quando a trava de segurança do equipamento abriu e as duas foram arremessadas no chão.

Elas foram socorridas por ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levadas para o Hospital Municipal Djalma Marques. Luzivânia Brito teve o pulmão perfurado no acidente e, durante o procedimento cirúrgico no hospital, foi submetida a uma intervenção para a retirada do baço. Ela segue internada em uma UTI, enquanto a sua filha foi liberada.

Por meio de nota, a direção do Golden Park informou que lamentava o acidente ocorrido no brinquedo e ressaltou que prestará toda a assistência necessária para os envolvidos. Informou também que está empenhada na apuração das causas do acidente e aguarda o laudo da perícia técnica para se pronunciar com base em dados oficiais que comprovem questões de segurança e de manutenção do brinquedo.

Outros acidentes já foram registrados no Golden Park

Graves acidentes já foram registrados no Golden Park. No dia 13 agosto do ano passado, na cidade de Fortaleza, um homem identificado como Tiago Fernandes, de 28 anos, morreu após despencar de um brinquedo do parque de diversões. Outras cinco pessoas também ficaram feridas nesse acidente.

O acidente ocorreu no brinquedo “Caos”, uma espécie de roda-gigante que gira vertical e horizontalmente. Segundo testemunhas, o braço hidráulico do brinquedo se rompeu e as cadeiras se chocaram contra o chão.

Tiago Fernandes foi retirado das ferragens por bombeiros civis que atuam no parque e recebeu os primeiros atendimentos de uma equipe de salva vidas da empresa. A morte foi confirmada após a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Os médicos socorristas do Samu, assim que chegaram ao local, fizeram os primeiros atendimentos na vítima. O jovem perdeu muito sangue e não resistiu ao traumatismo craniano encefálico causado pela queda do brinquedo.

Já no dia 15 de setembro de 2013, em São Luís, o jovem Jonathan Costa, de 22 anos, caiu de um brinquedo do Golden Park, que na época estava instalado ao lado de um shopping da cidade durante uma festa intitulada Playground. O rapaz estava no Tapetto Volante, um brinquedo que faz movimentos em 360º, e foi jogado para fora. Após o acidente, o jovem recebeu atendimento do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).

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