União Europeia

França, Alemanha e Reino Unido pedem reunião sobre imigração

Guerras, pobreza, repressão política e religiosa são alguns dos motivos da crise imigratória, sobretudo na Síria, Afeganistão, Iraque, Líbia e Eritreia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55
Por razões diversas, milhares de imigrantes estão fugindo para a Europa, causando problemas para os países que os estão recebendo/EFE
Por razões diversas, milhares de imigrantes estão fugindo para a Europa, causando problemas para os países que os estão recebendo/EFE (imigrantes)

Londres - Os ministros do Interior da França, da Alemanha e do Reino Unido pediram ontem à presidência da União Europeia (UE) que organize uma reunião nas duas próximas semanas sobre a chegada de grande quantidade de imigrantes às fronteiras do bloco. Guerras, pobreza, repressão política e religiosa são alguns dos motivos da crise imigratória, sobretudo na Síria, Afeganistão, Iraque, Líbia e Eritreia.
De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), somente este ano, mais de 220 mil imigrantes teriam chegado à Europa pelo Mediterrâneo. Já uma agência da União Europeia dedicada ao tema aponta a chegada de 340 mil nos primeiros sete meses do ano.
No sábado, os ministros francês Bernard Cazeneuve, o alemão Thomas Maizière e a britânica Theresa May fizeram um encontro às margens da reunião de nove países europeus em Paris para reforçar a segurança no transporte ferroviário. O pedido para a cúpula só foi divulgado ontem, por meio de comunicado.
Os ministros pediram a reunião em menos de duas semanas para poder assim "preparar eficazmente as decisões" do Conselho de Justiça e Interior, que deve ocorrer no próximo dia 8 de outubro, e "avançar concretamente em diferentes pontos".
Os representantes dos três países destacaram a "necessidade de tomar medidas imediatas para enfrentar o desafio constituído pelos fluxos migratórios". Além disso, ressaltaram a urgência de iniciar o mais rápido possível, antes mesmo do fim do ano, os cadastros dos imigrantes que chegam à Itália e à Grécia na base Eurodac, identificando aqueles com "necessidade manifesta de proteção".
Eles também pediram o estabelecimento de uma lista de países de origem segura para poder completar o regime comum europeu de asilo, proteger os refugiados e garantir a efetividade das devoluções dos imigrantes ilegais aos países de origem.
Nos sete primeiros meses do ano, o número de imigrantes nas fronteiras da UE chegou a 340.000, contra 123.500 no mesmo período em 2014, segundo a agência Frontex, responsável pelas fronteiras externas do espaço Schengen. Nos últimos meses, as cenas de caos se multiplicam nos países do leste da Europa à medida que milhares de migrantes avançam para o continente de ônibus, de trem ou a pé.

Refugiados - Alguns governos europeus têm se recusado a receber refugiados e resistido a propostas da União Europeia para criar um plano comum para lidar com a crise, que está se intensificando devido a uma onda de imigrantes que fogem da guerra e da pobreza em África, na Ásia e no Oriente Médio.
Ontem, o chanceler francês, Laurent Fabius, acusou países da Europa Oriental, nomeadamente a Hungria, de uma política "escandalosa" em relação aos refugiados, que vai contra os valores da União Europeia. A crítica acontece um dia depois da Hungria anunciar que finalizou a construção de uma barreira constituída de três rolos de arame farpado que se estende ao longo de 175 km da fronteira com a Sérvia.
O projeto, uma iniciativa do primeiro-ministro populista Viktor Orban, foi aprovado por ampla maioria no Parlamento húngaro. Segundo o ministro húngaro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto, a cerca não viola quaisquer acordos internacionais.

Papa lamenta a morte de 71 migrantes na Áustria

Roma - O papa Francisco lamentou ontem a morte de 71 migrantes, cujos corpos foram encontrados quinta-feira, 27 em um caminhão no Leste da Áustria, e pediu cooperação eficaz para "crimes que ofendem toda a humanidade".
"Junto-me a toda a Igreja na Áustria, na oração pelas 71 vítimas, entre as quais quatro crianças, encontradas em um caminhão na estrada Budapeste-Viena. Confio cada uma delas à misericórdia de Deus", declarou o papa. Ele lembrou que nos últimos dias numerosos migrantes perderam a vida em "terríveis viagens".
Em meio a um debate mundial sobre a acolhida a milhões de refugiados e de migrantes, o papa se manifesta contra os movimentos xenófobos (aversão aos estrangeiros), existentes também entre os católicos, e recomenda que todos se mobilizem para os receber.
O apelo é apoiado principalmente na Itália, onde o arcebispo de Turim (no Norte), monsenhor Cesare Nosiglia, pediu no sábado a cada paróquia que se responsabilize por cinco refugiados. Desde a sua eleição em 2013, o papa faz campanha contra a "indiferença mundial" em relação aos imigrantes clandestinos, 107 mil dos quais chegaram à Europa apenas durante o mês de julho.

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