Residencial da Ribeira

Moradores pedem segurança e interditam BR-135, em São Luís

No Residencial da Ribeira, há reclamações quanto ao número de assaltos e ao tráfico de drogas na área; os manifestantes construíram barricadas na pista

Leandro Santos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55
Morador José Ernesto Trindade reclama da falta de segurança e de energia elétrica no residencial
Morador José Ernesto Trindade reclama da falta de segurança e de energia elétrica no residencial

Reivindicando mais segurança, moradores do Residencial da Ribeira interditaram, no início manhã de ontem, a BR-135, deixando o fluxo de veículos congestionado ao longo da rodovia federal. A localidade, nas proximidades do Distrito Industrial de São Luís, é composta por 3 mil unidades habitacionais, entre casas e apartamentos. Segundo relatos dos moradores, há muito tempo eles não sabem o que é ter paz, uma vez que uma onda de violência se instalou na região. A pista foi liberada apenas com a chegada da Polícia Militar (PM), por volta das 9h, com o comprometimento de que seria reforçado o policiamento na região.

A interdição aconteceu nas proximidades do Km-5 da via. Com pneus, galhos e outros objetos, os manifestantes construíram barricadas na pista e, em seguida, atearam fogo, bloqueando o fluxo de veículos nos dois sentidos da BR. Inspetores da 18ª Superintendência Regional da Polícia Rodoviária Federal (18ª SRPRF/MA) estiveram no local para negociar com os manifestantes a desobstrução da via. Contudo, não obtiveram sucesso.

De acordo com moradores, assaltos, tráfico de drogas e até mesmo homicídios se transformaram em situações rotineiras, com as quais os moradores do Residencial Ribeira têm de conviver. Há alguns dias, por exemplo, foi encontrado o corpo de um adolescente de 16 anos de idade, assassinado em razão de dívidas com traficantes de drogas. O jovem estava desaparecido há alguns dias, e seu cadáver foi encontrado em adiantado estado de decomposição.

A aposentada Maria Luiza Trindade relatou, por exemplo, que tiros são frequentemente disparados na região, deixando todos os moradores inseguros e apreensivos. "O medo está muito grande aqui. Ninguém pode mais sair e ficar na porta de sua casa que a violência está aí, para assustar todas as pessoas", disse.

Ela está no residencial desde o mês de junho, quando deixou a casa em que morava de aluguel, no bairro do São Bernardo. Sem ter outra opção de moradia, a aposentada disse que reza diariamente para não ser vítima da violência que se instalou na localidade. Em contrapartida, ela disse que outras pessoas já pensam em se mudar para outros bairros por não aguentar mais a onda de criminalidade.
"A violência aqui está demais e ninguém está aguentando. Outro problema é que em alguns pontos ainda não foi colocada a energia elétrica, o que facilita a atuação dos criminosos", disse José Ernesto Trindade, marido de Maria Luiza.

Manifestantes que moram no Residencial da Ribeira durante protesto no Km-5 da rodovia BR-135
Manifestantes que moram no Residencial da Ribeira durante protesto no Km-5 da rodovia BR-135

Policiamento - O protesto foi encerrado por volta de 9h, quando o responsável pelo Comando de Policiamento da Área Metropolitana III (CPAM III), coronel Egídio Soares, esteve no local e negociou com os manifestantes a desobstrução da rodovia federal. Homens do Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBM) foram acionados para remover as barricadas da pista.

De acordo com o coronel Egídio, ainda ontem foi realizada uma operação conjunta na região entre a PM e a PRF com o intuito de apreender armas e drogas na localidade. Ele afirmou também que mais policiais foram deslocados para a região para reforçar o policiamento e que também está sendo estudada a possibilidade da colocação de motocicletas para incrementar o patrulhamento no residencial.

Mais

Na tarde de ontem, houve uma interdição também no Km-42 da BR-135, em Periz de Baixo, motivada pela demora do processo de duplicação da rodovia federal. O protesto dos moradores foi encerrado apenas por volta de 13h.

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