Após anos de trabalho como assistente social e terapeuta da família, com diálogos entre saúde mental, adicção e práticas integrativas, Antonia Maria publica a obra Famílias Adictas: um guia para navegar pelas águas turbulentas da adicção e reecontrar a calma em família.
No livro, ela apresenta uma abordagem sistêmica para o tratamento da adicção, além de reforçar a importância da rede de apoio no processo de recuperação dos pacientes.
Ancorada em estudos de caso e embasamentos teóricos, a autora convida a retirar o foco do indivíduo para compreender o sistema no qual ele está inserido. A partir disso, explica como os problemas da adicção em substâncias psicoativas não são causados apenas por quem as usa, mas devem ser entendidos através de uma visão multifatorial de seus respectivos contextos.
Dividido em três capítulos, o livro reflete sobre as possibilidades de tratamento. Na primeira parte, os leitores atravessam as principais teorias sistêmicas, compreendem o que é alcoolismo e aprendem sobre a terapia familiar aplicada a esses casos. A segunda apresenta casos clínicos reais, debatidos de uma maneira que preserva a identidade dos pacientes.
Já a terceira traz observações realizadas pela assistente social em espaços públicos, com o intuito de entender as dinâmicas da adicção em pessoas em situação de rua. A autora também faz uma análise comparativa entre adictos brasileiros e canadenses, através de uma pesquisa de campo realizada no centro de Vancouver. Ela traz reflexões sobre o comportamento dos adictos, o que os levam a estarem nas ruas e como o governo lida com essas questões em ambos os países.
No livro, Antonia Maria defende o caminho da redução de danos como uma escolha mais respeitosa ao tratamento da adicção de substâncias psicoativas. Ao contrário da abstinência que, segundo a especialista, nem sempre soluciona o problema, a redução de danos respeita a liberdade individual, diminui os efeitos colaterais da interrupção das substâncias e possibilita o trabalho gradual da introdução de atividades mais saudáveis no cotidiano da pessoa. Ela afirma, porém, que a privação compulsória ainda é necessária em alguns casos, como o de adictos adolescentes.
“Trago experiências de uma vida inteira de trabalho com a abordagem sistêmica. Além disso, parto do específico para o abrangente para mostrar que os desafios humanos com a adicção e com a família costumam ser os mesmos independentemente do contexto. O que muda é o acesso a serviços de saúde, a maneira como o governo organiza e aplica políticas públicas e de que forma os integrantes de cada família se comportam diante de suas realidades”, explica a autora sobre o lançamento.
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