Funcionários que trabalham atualmente no Disque-Denúncia (e cujos sigilos de identidade foram mantidos, por temerem represálias) alegam que estão com os salários atrasados desde o início deste ano. De acordo com os servidores entrevistados por O Estado na tarde de ontem, além do atraso no repasse dos vencimentos, pessoas demitidas do serviço em maio deste ano ainda não receberem, até hoje, os direitos trabalhistas garantidos por lei (como valores de rescisão e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS).
Ainda segundo os servidores, as “pressões” relatadas por eles começaram a ser feitas pela atual gestão da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP) em janeiro deste ano, quando houve um corte de 50% na folha de pagamento dos funcionários. A medida teria sido uma forma encontrada pela pasta do Governo do Estado para que os integrantes do Disque-Denúncia pedissem demissão.
Serviços - Os atuais funcionários do Disque-Denúncia alegam ainda que serviços considerados essenciais foram extintos, como o programa “Procurados” – constituído pela distribuição de cartazes de homens cujas prisões haviam sido decretadas pela Justiça. Ainda segundo os servidores do Disque-Denúncia, a atual gestão do serviço fez com que o número de ligações sofresse uma queda de mais de 80%, em comparação com o ano passado.
Outro serviço extinto pela atual gestão da SSP foi o recebimento de denúncias pelas redes sociais (como Facebook, Email, Twitter e WhatsApp). Este último – implantado pela direção anterior do Disque-Denúncia - era considerado referência no país pelo dinamismo e resultados satisfatórios obtidos, por meio de informações repassadas por colaboradores.
Por fim, os servidores informaram que, durante o período da madrugada e ao contrário do que ocorria no ano passado, devido às demissões em massa, apenas um funcionário permanece na central do Disque-Denúncia, não havendo um substituto imediato caso ele sofra algum problema de saúde, por exemplo. Pessoas que atendem diariamente às ligações do Disque-Denúncia também estariam sendo ameaçadas de morte, já que a atual gestão da SSP (sem alegação oficial) retirou as escutas telefônicas das centrais, acabando com o anonimato dos funcionários do serviço.
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Procurada por O Estado, até o fechamento desta edição a Secretaria de Segurança Pública (SSP) não se pronunciou sobre as alegações feitas por funcionários do Disque-Denúncia.
O canal para a realização de denúncias, via internet, estava fechado para manutenção até o fim da tarde de ontem – e sem prazo definido para retorno.
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