A Saga da Família Barros – XXVII

Hoje é dia de...Sálvio Dino

Atualizada em 11/10/2022 às 13h07

Chegamos, hoje, ao fim das indormidas tentativas de (re) construir – a CASA GRANDE da família Barros ao longo dos três Brasis: Colônia, Império e República. Foi, sim, hercúlea (esforçada, mesmo) engenharia cultural buscando em papeis velhos, documentos de arquivos público e privados, abalizados escritos de respeitáveis historiadores/cronistas – a chamada verdade histórica, a verdade factual.

O fio genealógico puxou-se, lá, detrás d'montes, onde teve seu ninho murmuroso, sempre aquecido de cultura humanística, o Genearca da família, o Grande Historiador/humanista/prosador emérito – João de Barros. Falemos, em largas pinceladas do autêntico Patriarca dos Barros que, à luz dos ensinamentos do preclaro professor Antonio Martins de Araújo:

Filho natural do corregedor Lobo de Barros, João de Barros nasceu quatro anos antes do descobrimento do Brasil, não se sabe ao certo em Braga ou em Viseu. Segundo o próprio João de Barros, muito cedo, ainda, "na idade do jogo de pião", entrou no serviço do Paço, sob o reinado de Dom Manoel. Quando se organizou o domicilio de Dom João III, João de Barros começou a servi-lo. "Dai pra frente, num caminhar iluminado ele cresceu intelectual mente chegando a ser, um dos vultos mais brilhantes de Portugal, em todos os tempos. É de se registrar ainda: no reinado de Dom João II, João de Barros ganhou para colonizar, a Capitania do Maranhão. Não veio, mas mandou seus dois filhos (Jeronimo e João) que naufragaram nas costas maranhenses, mas, logo não faleceram. Documentação idônea registra, que eles viveram em nossa terra por alguns anos e, aqui e noutras regiões do norte – formaram famílias e criaram seus filhos.

Não deixa de ser curioso que o Maranhão, a Atenas Brasileira, onde brilharam o padre Viera, e tantos outros, e ainda hoje se fala o melhor português do Brasil, tenha tido por "Pai fundador" o clássico por excelência da nossa prosa quinhentista. Será, talvez, essa permanência da língua o principal legado que ele e seus filhos ali deixaram(Rafael Moreira William M. Thomas) Desventuras de João de Barros. Primeiro colonizador do Maranhão.

Mas, o melhor barro e bem amassado em terras coloniais, foi, sim senhor, na boa terra em princípios do ano de 1500 e lá vai pedrada...

Corria o ano de 1549, o primeiro governador geral do Brasil, Tomé de Souza, trouxe sob o pálio do seu alto clero, o , fidalgo Antonio Cardoso de Barros, seu provedor – mor da fazenda (hoje, o ministro da Fazenda). Segundo abalizados historiadores, o dito cujo, nada mais, nada menos, era primo legítimo da estrela de primeira grandeza da Corte portuguesa: João de Barros. Logo depois, aportou nas águas baianas: Cristovão de Barros, filho do primo do "cobrão" das letras lusas. Cristovão viera, de encomenda especial, em face de suas altas e conhecidas aptidões militares. Mas tarde, como se sabe, os cronistas nos dão um quadroretratando a invejável capacidade de ação de um dos homens que fizeram a historia do nordeste brasileiro e explicam o fascínio magnético que ainda hoje emana de sua pessoa. Claro, falo do guerreiro da luz, Cristovão de Barros, o autêntico Patriarca da família que, sem sombra de dúvida ajudou, de maneira decisiva a mudar o mapa do Brasil Colônia.

É verdade: Cristovão Barros nos seus mais de trinta anos de vida pública foi, Governador da Bahia, conquistador, colonizador, e governador de Sergipe, Governador do Rio de janeiro e comandante, em chefe, de inúmeras arrancadas militares em defesa do Brasil Português nos tempos coloniais.

E, as águas passaram pelo túnel do tempo! Homem de lutas e, também amante do sexo oposto, o nosso patriarca deixou numerosa prole, bem espalhada por todos os cantos do território nacional. Há quem diga: se formos fazer o DNA num mapeamento criterioso de todas as famílias(parentes legítimos, ilegítimos, filhos, de mães solteiras, cousas e lousas), vamos encontrar barro bem amassado e bem temperado nas gentes, vindas das propriedades (engenhos e fazendas), assim como dos donos dos poder ao longo dos tempos. De feito, reconstituindo-se as redes do poder local, ressuscitando-se inventários, partilhas, heranças, genealogias, com certeza, aqui, ali, mais adiante, dar-se-a, de cara com um Barros.

Pois bem. E os descendentes de Cristovão espalharam-se por toda parte. Em todo pedaço do Brasil, sente-se o gostinho doce ou amargo, do barro vindo lá das encostas portuguesas, trazido por caravelas bem armadas, navegando por mares nunca dantes navegados. E, eles se fixaram, primeiramente na Bahia, em Sergipe no Piauí e sul do Maranhão (vieram na crista da poeira dos vaqueiros da Casa da Torre). Fizeram eles, o que todo homem de vergonha faz na terra: "um filho, escreve um livro, planta uma árvore"!

E as águas passaram pela ponte do tempo! Onde os Barros, em terras maranhenses, ao longo dos anos "deram as cartas" na mesa do poder? No sul maranhense, partindo dos Pastos Bons, então a sede do governo militar identificado com fazendeiros, sesmeiros e senhores de engenhos terra e gentes. Construíram assim, um das maiores vertentes dos clãs"sulmaranhenses".

Com efeito, conquistadores/desbravadores vindos da Bahia, atravessando o Piauí foram formando famílias de colonos que sempre tiveram maior intercambio social e econômico com o Recôncavo Baiano. Não é por outra razão que o capitão-mor Antonio Bandeira, lotado em Pastos Bons teve um "caso amoroso" com uma nativa Barros, nascendo daí, o iluminado: Militão Bandeira de Barros. E, também, de Pastos Bons partiu o ousado sertanista Elias Barros em busca das cabeceiras do rio Manoel Alves Grande e, logo em seguida, fundou nossa querida Carolina, hoje, a capital turística do sul maranhense.

Pois bem. Entre tantos cruzamentos de parentelas e migrações para tantas outras cidades nordestinas, e nossas, como: Carolinas, Caxias, Grajaú, Imperatriz e, hoje, Montes Altos, Amarante, Sitio Novo, Paraiso, Açailândia, Estreito e outras ribeiras, - os Barros, são, sim senhor, planta nativa.

Na hora presente, conheço e bem de perto, os nossos coirmãos: Dr. Marconi Barros (Amarante), Dra. Jacqueline Barros (Sitio Novo - MA), JoseR. dos Anjos Barros (Alto Dirigente/Incra – Imp), Dr. Deladier Barros (advogado/Imperatriz) cabo Barros (Corpo de Bombeiros, Imp), Diana Barros (Estreito) e outros que não me vêem à memória no momento.

Mas, Grajaú é mesmo o canteiro bem adubado da nossa família. Lá cresceram e se multiplicaram – (ainda hoje se multiplicam) Barros, do lado do vento. Numa síntese histórica, é de citar-se como estrela de primeira grandeza, o coronel Salomão Duarte de Barros (meu Bisavô materno), senhor maior de gados, terras e gentes e o formador, por excelência das famílias de elites dos sertões, de outrora.

E, em São Luís? Hoje são Barros, de referência: o profº Manoel de Jesus Barros M. (Dep. Hist. da UEMA), Profº Me. Marcos Barros ( Mag. Reitor da Univ. Ceuma), a Sra. Yeda de Barros, genitora do magnifico reitor M. Barros, dep. Max Barros, estimado amigo e respeitável parlamentar/Assembleia – MA) o Dr. Nicolau Dino (Barros) de Castro e Costa Neto Dr. Salvio Dino (Barros) Jr, de Castro e Costa. Saulo Aranha (Barros) de Castro e Costa. E, Flavio Dino (Barros) de Castro e Costa, os que são considerados meus filhos, por esse e aquele motivo não tiveram o honrado sobrenome Barros herdados de minha genitora, Maria Jose Barros de Castro e Costa, grajauense, de sempre saudosa memória.

Ah! Ia me esquecendo do progressista empresário grajauense, Ronierd Barros, hoje, um dos mais lúcidos, estimados e respeitáveis da constelação empresarial maranhense. E mais: o conceituado cidadão, Alan Kardec D. Barros, meu querido sobrinho e ilustre e ilustrado Professor Universitário Gonçalvino.

Admitindo-se a possível hipótese de ter deixado, nós, de lado, por esquecimento ou falta de melhores informações, algumas importantes figuras da nossa vida pública, e ou brasileira, peço perdão. Não, não foi, de maneira proposital. Puro acidente de percurso. Por isso, valho-me, mais uma vez da sábia tirada do famoso padre Manoel Bernardes (Nova Floresta):

Basta de digressão nesta matéria, deixo os que são doutos prossegui-la!

Era, o que tinha a dizer.

Salvio Dino (Barros) de Castro e Costa.

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