As famosas músicas que embalam o dia a dia do ser humano que convive com as amarguras da vida, principalmente, os desamores e as tão conhecidas dores de cotovelo serão relembradas na festa Limonada de Corno, que acontece hoje, a partir das 21h, no Amsterdam Music Pub (Lagoa), com shows das bandas Baré de Casco e Forrozão Mão na Xereca e participações de Nathalia Ferro e Marcos Magah.
O evento prioriza os amantes e simpatizantes do ritmo que é popular no Nordeste. "A festa é um evento do Festival Limonada, da Matraca Digital. Nossa ideia é a de fazer festas inusitadas com a marca do Limonada, com o nome de LimoNADA é proibido. O brega é somente o primeiro dos nossos ultrajes", conta o pesquisador e historiador Bruno Azevêdo.
O termo que deu origem ao ritmo musical surgiu na proposta de criação de músicas românticas com arranjo musical sem grandes elaborações, mas que continham forte apelo sentimental, com letras fáceis e rimas simples, caindo no estereotipo de música cafona.
O brega possui notoriedade nacionalmente e projetou célebres interpretes pelo país inteiro como cantor baiano Luiz Caldas, que uniu o desencanto do brega com a alegria da axé music, o pernambucano Ovelha, que galgou sucesso internacional na década de 1980, o cantor Waldick Soriano, que eternizou a popular "música de corno" com o hino Eu não sou cachorro não, além do cearense Falcão, que, além de dar voz ao ritmo, incorpora na vestimenta todo o perfil cafona sem esquecer, é claro, do ícone que recebe o título de majestade real, o rei do brega, Reginaldo Rossi, que também popularizou o ritmo em todas as regiões do Brasil com a música Garçom.
Influências - Idealizado Bruno Azevêdo, a festa Limonada de Corno é fruto do contato direto que ele teve durante a infância com o brega. "O universo do brega me fascina e o da arte popular no geral. Comecei a ouvir brega na infância. Era inevitável! Leidiane estava em toda esquina. Desde lá, me intriga o misto de humor e sofrimento que o brega consegue carregar e a forma muito direta como se comunica com muita gente", diz o pesquisador.
A paixão pelo brega alcançou novos horizontes e, além do trabalho de pesquisa coletado nos livros Em ritmo de seresta e Breganejo Blues, Bruno Azevêdo conta que há pouco tempo decidiu montar uma banda de brega que fará parte da programação da festa de hoje. "Eu componho bregas com o Sérgio Moura há muitos anos. Temos um belo estoque de bregões em diversos estilos e ele sempre pilhou para a gente tocar, fazer uma banda e tudo mais. Demorou muitos anos, mas finalmente conseguimos encontrar um formato no qual as músicas caibam, que é o da seresta de choperia. Daí o Forrozão Mão na Xereca, apesar do nome, é mesmo uma banda de seresta, com o tecladão fazendo quase tudo. Já toquei em bandas de rock, punk e toquei bastante no começo dos anos 2000 com a Catarina Mina, mas fiquei fora da música por muitos anos, voltando às atenções à literatura. Atualmente também toco na banda do cantor e compositor Nivandro Vale", comenta.
Bruno Azevêdo conta que o repertório da banda contará somente com músicas autoraise participação da cantora Nathalia Ferro. "Nosso repertório disponibiliza somente músicas autorais, que vão do bolerão Na canção anterior e Oh dor, passam para o brega rasgado com Valdinete e o Picolezeiro Maldito e Corpos pra Amar, pelo arrocha com O anfitrião, música de banda marcial com O homem do sapato bico fino e jovem guarda de bingo com Menina do colégio".
O grupo é formado por André Grolli (vocal), Leleco Albuquerque (teclados), Bruno Azevêdo (contrabaixo) e Sérgio Moura (guitarra).
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