Django Livre: Faroeste com romance em meio à escravidão

Filme tem narrativa envolvente e boas atuações em trama que mistura violência, drama e humor.

Martha Jackson Especial para o Alternativo

Atualizada em 11/10/2022 às 13h30
(T)

Quentin Tarantino sabe muito bem como conduzir uma boa história, levando o espectador a adentrar no roteiro e se envolver completamente na narrativa. Em Django Livre, o cineasta resolveu mesclar vários estilos cinematográficos, bem como dar seus toques pessoais já característicos.

Sangue, violência, drama e muito humor a partir de performances incríveis do ótimo elenco que escolheu, levam o espectador a pensar: 'Deveria estar rindo agora'? Se isso vier a sua mente, quer dizer que Tarantino já lhe ganhou!

Em Django Livre, Tarantino conta a história de um escravo, interpretado por Jamie Foxx (Ray; O solista), com um nome bastante diferente para um escravo do fim dos anos 1800 nos EUA: Django (Com o 'D' mudo, ressalte-se)!

Django será liberto pelo dentista e caçador de recompensas Dr. King Shultz, interpretado pelo magnífico Christoph Waltz (Bastardos Inglórios; Deus da Carnificina), agraciado mais uma vez por Tarantino com um papel à altura de um ator completo.

Dr. King Shultz e Django farão um pacto de ajuda mútua: Django concorda em caçar e matar alguns procurados pela Justiça e, claro, pelo caçador de recompensas. E, em contrapartida, Dr. Shultz auxiliará o escravo recém-liberto no seu principal intuito: resgatar sua esposa das mãos de um fazendeiro sanguinário: o peculiar dono de CandyLand, o Monsieur Calvin Candy, interpretado por Leonardo DiCaprio!

Um ponto interessante em Django Livre é que, assim como em muitos longas de Tarantino, como Kill Bill vol. 1 e 2, a vingança permeia o ambiente do personagem principal. Por outro lado, Django, embora, obviamente, queira retribuir toda a violência e maus-tratos que sofreu dos senhores de escravos, tem como objetivo central e que lhe dá forças outro elemento: o amor por sua esposa Broomhilda, caracterizada por Kerry Washington.

O longa-metragem conta ainda com a presença de Samuel L. Jackson, parceiro de Tarantino há muitos anos (lembre-se de Pulp Fiction), e o próprio Tarantino, como lhe é peculiar, faz uma ponta num momento bastante interessante do filme (com aspectos que lembram o Mr. Brown, de Cães de Aluguel).

Críticas - Django Livre, por se passar em meio à escravidão no período pré Guerra da Secessão nos EUA, recebeu algumas críticas pela forma em que Tarantino apresentou a questão. O cineasta Spike Lee, de filmes como Malcom X e Irmãos de Sangue, chegou a alegar que não assistiria ao filme por entendê-lo como desrespeitoso aos afro-americanos e o passado escravocrata dos EUA.

As críticas, porém, não se sustentam. Na verdade, o que Tarantino faz é mostrar, sem eufemismos a realidade da violência e dos abusos pelos quais os escravos passavam naquela época. Tudo isso claro, no seu bom estilo de exageros no sangue!

Além de ter um elenco de primeira classe, Django Livre conta ainda com o roteiro e direção de Tarantino, e com figurino, trilha sonora e fotografia excelentes!

O filme tem se destacado na temporada de premiações do início do ano, sendo indicado a inúmeros prêmios, como o Globo de Ouro e o Oscar.

No Globo de Ouro, que aconteceu no dia 13, saiu vencedor nas categorias de melhor roteiro para Quentin Tarantino e de melhor ator coadjuvante para Christoph Waltz. Tais méritos aumentam ainda mais as chances dos mesmos na cerimônia do Oscar, que se dará em 24 de fevereiro, na qual Django Livre recebeu várias indicações, inclusive na principal categoria, a de melhor filme!

Christoph Waltz estará na briga pela estatueta de melhor ator coadjuvante. Leonardo Dicaprio, porém, que concorreu ao Globo de Ouro, foi um dos esnobados na lista do prêmio da Academia deste ano, junto ao próprio Tarantino, não indicado na categoria direção.

Ao todo foram cinco indicações do filme ao Oscar 2013: Melhor filme; Melhor ator coadjuvante (Christoph Waltz), que, lembre-se, já ganhou nesta categoria por outro filme de Tarantino: "Bastardos Inglórios"; Melhor roteiro original, claro, de Tarantino; Melhor Fotografia e Melhor Edição de Som.

Assim, extremamente gabaritado, Django Livre é daqueles filmes que deve ser visto por todo amante do cinema e, principalmente, por aqueles que já foram conquistados pelo estilo excêntrico, sagaz e irônico de Quentin Tarantino.

Martha Jackson escreve também em www.facebook.com/equilibriocortejandoainsanidade

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