O radialista, apresentador de TV e ex-vice-prefeito da capital maranhense, Raimundo Nonato Jairzinho da Silva, conhecido como Jairzinho, morreu por volta do meio-dia e meia de ontem, em sua residência, localizada no bairro Altos do Calhau, em São Luís. De acordo com a família da vítima, o radialista, que tinha 65 anos, era diabético e apresentava problemas de pressão arterial, sofreu um infarto fulminante. O velório de Jairzinho ocorreu na Central de Velórios da Pax União, na noite de ontem e o sepultamento acontecerá, às 9h de hoje, no Cemitério do Gavião, no bairro Madre Deus.
Nos últimos meses, o comunicador demonstrava sinais da fragilidade na saúde. Há duas semanas, Jairzinho foi internado no Hospital São Domingos, em virtude das altas taxas de glicose no sangue. A viúva de Jairzinho, Maria Fátima Nunes da Silva, de 55 anos, disse que o marido começou a passar mal, no dia do falecimento, no momento em que não havia ninguém em casa.
"Saí da minha residência por alguns minutos para resolver um problema pessoal e, quando voltei, meu marido estava desacordado no chão. Chamei uma vizinha, que era enfermeira, e quando ela viu o Jairzinho, percebeu que os sinais vitais dele haviam desaparecido. Não houve nem tempo de ir ao hospital com ele", disse a viúva.
História - Natural de Campo Maior, no Piauí, o comunicador, logo nos primeiros anos de vida, se mudou para a também piauiense Piripiri e, em seguida, foi morar na capital do estado, Teresina. Em 1971, já em São Luís e integrado ao radialismo, Jairzinho e outros profissionais do ramo como Oliveira Ramos, José Santos, Juracy Vieira, Arnaud Filho, Helena Leite, Adolfo Vieira, Edivaldo Assis, Josué Furtado, entre outros, montaram uma inesquecível equipe, na Rádio Educadora AM, que liderou a audiência na cidade.
Em seguida, lançou programas que, até hoje, são lembrados pelo público, como Debaixo do Pé de Cajueiro, apresentado nas Rádios Difusora, Educadora e Timbira. Na TV, criou o programa O Povo com a Palavra, em que ajudava os mais carentes, com a distribuição de cestas básicas. Jairzinho também foi criador de bordões inesquecíveis, como o "queime em quem queimar, doa a quem doer, aqui neste programa a palavra é pra valer". E "quem tiver rabo de palha, que procure se esconder" e ainda o popular "Migué", que virou até nome de boneco na TV.
O estilo popularesco do rádio e da TV o fez ingressar na política. Jairzinho foi vereador, deputado estadual e vice-prefeito de São Luís na gestão de Gardênia Gonçalves, de 1986 a 1988. Criou conjuntos habitacionais na cidade, como o Parque Jair e a Vila Luizão. O locutor da Rádio Mirante AM, Geraldo Castro, na abertura da edição de ontem à tarde do programa Abrindo o Verbo, apresentado por ele, lamentou a morte de Jairzinho. "Quero expressar meus sentimentos à família de uma pessoa que fez e continuará fazendo parte da comunicação maranhense", disse o locutor. Jairzinho deixa esposa, quatro filhos e três netos.
Pesar
Em nota, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, lamentou a morte do radialista e apresentador Raimundo Nonato Jairzinho da Silva. Ela ressaltou o forte apelo popular exercido por Jairzinho, os mandatos exercidos por ele, no cenário político, e destacou ainda que a morte de Jairzinho da Silva deixará uma lacuna na comunicação maranhense. O Sindicato dos Radialistas do Maranhão, que tinha Jairzinho como membro do seu Conselho Representativo, também emitiu, em seu site oficial, nota de pesar lamentando a morte do comunicador. O presidente do Sindicato, José Santos, afirmou que "Jairzinho era dono de um estilo próprio e vitorioso e que, dificilmente, outro comunicador terá tamanho apelo popular". A prefeitura de São Luís, também em nota, manifestou profundo pesar pela morte de Jairzinho.
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