Imperatriz - Os policiais Antônio Abreu e Smailly Carvalho foram expulsos da Polícia Militar. Eles foram indiciados pela morte do estudante Ivanildo Paiva Barbosa Júnior, fato ocorrido no dia 13 de setembro do ano passado. A expulsão da dupla foi recomendada pelo Conselho de Disciplina e anunciada ontem, em entrevista coletiva no quartel da PM, em Imperatriz, pelo major Jurandir de Sousa Braga, que presidiu a comissão composta por mais dois tenentes.
"Hoje, nós estamos no qua-dragésimo sétimo dia de trabalho. O relatório está pronto e o resultado do Conselho é que os militares não têm condições éticas e morais de permanecerem nas filieiras da Polícia Militar do Maranhão", sentenciou o oficial. Os três oficiais se reuniram ontem por mais de uma hora, com a presença dos acusados que estavam estavam acompanhados de um advogado.
O comandante do 3º Batalhão, no qual Abreu e Smailly eram lotados, tenente-coronel Zanoni Porto, adiantou que o comandante-geral da PM já avisou que vai homologar a decisão do Conselho e adotar os trâmites administrativos correspondentes. Caso os acusados não recorram do resultado do julgamento, o processo será encaminhado à governadora Roseana Sarney, a quem caberá assinar ou não o ato de demissão dos militares. A previsão é de 15 dias, mas este prazo pode aumentar se eles recorrerem da decisão ao Conselho Superior da Polícia Militar.
"Temos que lembrar que, para pertencer à Polícia Militar do Maranhão, não tem de fazer só segurança. Tem que ter ética", frisou o major Jurandir. Já o tenente-coronal Zanoni Porto lembrou que os policiais Abreu e Smailly respondem a dois processos, um na esfera da Justiça e outra na administrativa.
Depois de ouvirem a sentença, Abreu e Smailly foram conduzidos em vans de volta para São Luís. A diferença agora é que, caso não recorram desta decisão, terão que deixar a prisão no quartel do comando geral da PM e serão transferidos para a Penitenciária de Pedrinhas como presos comuns.
A dona-de-casa Marinalva Paiva Barbosa, mãe de Ivanildo Júnior, que estava assistindo à entrevista coletiva no quartel, mostrou-se satisfeita com a decisão do Conselho de Disciplina da PM. "Olha, neste momento o resultado é satisfatório. É o que toda a sociedade já esperava. Nós acreditamos na Justiça e ela está sendo feita", afirmou.
Marinalva Paiva afirmou que desde a época do crime a família vem acompanhando de perto as investigações e acredita que a Justiça decida pela pronúncia dos três envolvidos no assassinato do jovem e que eles se submetam a julgamento popular.
O crime - O estudante Ivanildo Paiva Barbosa Júnior, de 19 anos, filho do empresário Ivanildo Paiva Barbosa, desapareceu na madrugada de sábado, 13 de setembro do ano passado, após ser abordado por uma patrulha da Polícia Militar, formada pelos soldados Antônio Abreu e Smailly Carvalho, cuja ação foi flagrada pelas câmaras do sistema de segurança de uma loja.
Ivanildo Júnior havia saído de casa na noite anterior para participar do show Forró Fest, em Imperatriz, e foi visto pela última vez quando deixava amigos e a namorada em suas casas no centro da cidade. Ainda no Centro, ele foi abordado pelos policiais. O seu carro, um Golf preto, foi encontrado no dia seguinte na Estrada do Arroz, sem placas e o sistema de som.
Os militares foram presos, mas negaram envolvimento no caso. O corpo da vítima foi encontrado uma semana depois, enterrado em cova rasa, nas proximidades do local onde o carro havia sido abandonado.
O terceiro envolvido no crime, o segurança Claudiomar Ferreira dos Santos, foi preso dia 9 de outubro. Ele confessou sua participação no assassinato do estudante, contando com riqueza de detalhes como os militares Abreu e Smailly executaram o jovem. Apesar da confissão de Claudiomar, os militares continuaram negando participação no crime.
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Os exames periciais realizados no cadáver de Ivanildo Paiva Barbosa Júnior confirmaram que o jovem foi torturado antes de ser executado com um tiro na cabeça. O delegado Jeffrey de Paula Furtado foi quem presidiu o inquérito policial com apoio de três delegados que o ajudam nas diligências e investigações. Os primeiros a serem presos foram Antônio Abreu e Smailly Carvalho que foram filmados por câmeras de lojas da área onde ocorreu a abordagem.
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