editorial

Carnaval 2009: um cenário nebuloso

Atualizada em 13/10/2022 às 10h28

É nebuloso o cenário para o "Carnaval da Maranhensidade" 2009, cujo projeto será lançado hoje. E essa, infelizmente, não é apenas uma previsão pessimista.

Desde quando o governo Jackson Lago inventou a tal "maranhensidade" no Carnaval, a festa momesca perdeu sua alegria, seu brilho, sua verdadeira maranhensidade. Em 2007, foram reduzidos os investimentos no Carnaval em comparação ao ano anterior. Nas ruas, a mudança na organização do "Carnaval da Maranhensidade" pôde ser percebida claramente. Ruas vazias e foliões sem alegria.

No ano passado, esperava-se uma mudança de comportamento do Governo do Estado para ressuscitar uma das principais manifestações culturais maranhenses. Mas não foi o que aconteceu. Os investimentos fugiram de São Luís e foram pulverizados em projetos sem retorno em alegria.

Em São Luís, as escolas de samba, tribos de índio e blocos tradicionais desfilaram, no ano passado, praticamente por esforço próprio. Em fevereiro de 2008, a escola Túnel do Sacavém, que fez homenagem ao poeta Escrete, ameaçou não desfilar por falta de apoio e diretores Turma do Quinto reclamaram publicamente do desprezo do Governo do Estado ao Carnaval de passarela. Os blocos tradicionais também ameaçaram não desfilar por esse motivo. Nas ruas em 2008, o cenário foi o mesmo de 2007: pouca alegria e quase nenhuma vibração.

E, para 2009, o Carnaval já tem início com contornos fúnebres. No fim do ano passado, o secretário de Turismo do Governo Jackson Lago, João Martins, defendeu a redução dos investimentos na festa momesca calculando maior "lucratividade" dos folguedos juninos. E mais: na semana retrasada, a Secretaria Estadual de Cultura (Secma) cancelou a programação de carnaval em cinco "Vivas" de São Luís, alegando corte de despesas.

Também é de se estranhar que dentro dessa proposta de "maranhensidade" inventada pelo governo estadual em 2007, a Secma, este ano, esteja incentivando a apresentação de grupos de hip-hop, bandas de rock, de reggae, entre outros, em detrimento das manifestações carnavalescas em nossa cidade, como "Casinhas da Roça" e bandas de bloco de sujo.

Ao implementar o tal "Carnaval da Maranhensidade", o governo do sr. Jackson Lago nunca pretendeu dar um ar mais "maranhense" à festa. O fato é que a "maranhensidade" proposta tinha o mero objetivo de diferençar o Carnaval do atual governo da grande festa popular que se repetiu nos sete anos do governo Roseana Sarney. Pelo menos em um aspecto, deve-se reconhecer que houve um distanciamento da festa momesca no período Roseana e o atual. O governo sabe perfeitamente como desprestigiar uma festa desse porte e transformá-la em uma peça de marketing às avessas. E, nisso, quem perde é o Maranhão. Os turistas fogem e as cidades sofrem esvaziamento. Com a "maranhensidade", o Maranhão está perdendo o Carnaval verdadeiramente maranhense.

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